Minério de ferro continua em alta e fecha com maior valor em 27 meses

161214-minerio-de-ferro_terminal-ponta-da-madeira

Os preços do aço e de sua principal matéria­prima continuam em alta no mercado chinês, em meio à expansão da produção siderúrgica e ao crescente volume importações de commodities no país. Analistas divergem sobre continuidade do movimento, mas concordam que o nível atual não parece sustentável.

Ontem, os preços do minério de ferro com teor de 62% subiram 2,4% no porto de Qingdao, para US$ 83,58 a tonelada, segundo levantamento da “Metal Bulletin”. Esse é o patamar mais elevado para o insumo em 27 meses, desde o início de setembro de 2014. No acumulado de 2016, a alta já atinge 92%.

Na Bolsa de Futuros de Xangai, os contratos com vencimento em maio da bobina a quente, referência para aços planos, avançaram 2%, para 3.770 yuans (US$ 545,50) a tonelada, e do vergalhão ganharam 3,6%, cotados em 3.444 yuans ­ maior nível desde janeiro de 2014. Neste ano, a alta dos produtos chega a 93% e 74%, respectivamente.

O BTG Pactual, em relatório, admitiu que não conseguiu prever o repique nos preços do minério, mas continua acreditando que haverá uma virada para baixo. Nos cálculos que faz para a Vale, maior produtora da matéria­prima no mundo, a curva projetada é de US$ 55.

Os analistas Leonardo Correa e Caio Ribeiro, responsáveis pelo texto, escrevem que caso o insumo permaneça próximo de US$ 80 por tonelada durante o primeiro semestre do ano que vem, o programa de venda de ativos da mineradora precisaria ser bem menos agressivo ­ entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões ­ e a companhia já poderia pensar em pagar mais dividendos.

Esse não é o cenário principal esperado pelo banco, mas outros analistas, como Carsten Menke, do banco suíço Julius Baer, vêm alertando para a possibilidade de o preço se manter alto durante o início de 2017. A razão seria a ocorrência de tradicionais problemas de fornecimento do material por Brasil e Austrália nesta época de temporada chuvosa.

Fonte: Valor Econômico/Renato Rostás

O que achou? Deixe um comentário!

comentários