Porto de Itajaí (SC)

Governo quer fazer concessões e arrendamentos portuários em 2020

O Ministério da Infraestrutura quer realizar ainda neste ano mais 14 leilões, sendo três deles concessões e 11 arrendamentos portuários. Entre as concessões planejadas, está a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), cujo edital deve ser publicado até o fim do 3º trimestre, segundo a pasta. O balanço divulgado nesta quinta-feira, 2, pelo ministério também conta com os leilões da BR-153/080/414, entre Goiás e Tocantins, e da BR-163/230, entre Mato Grosso e Pará.

Como mostrou reportagem do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), com a crise e mudanças nos projetos, o número de certames para rodovias federais, planejado para 2020 caiu de sete para três, contando com o leilão da BR-101 realizado no início do ano.

Porto de Paranaguá
Porto de Paranaguá (PR)

Um dos leilões que ficou para o próximo ano é da nova concessão da Dutra. Segundo o ministério, a ideia é enviar os estudos ao Tribunal de Contas da União (TCU) ainda em julho e publicar o edital até dezembro. O projeto tem previsão de injetar R$ 32 bilhões na rodovia entre investimentos para construção e manutenção.

Outra previsão, como antecipou o Broadcast, é de que o edital para a 6ª rodada de concessões de aeroportos seja publicado até novembro. Na quarta-feira, o ministério protocolou no TCU os estudos para a concessão dos 22 aeroportos, mas o compromisso com o tribunal é de apresentar os documentos atualizados do leilão, em razão da pandemia, ainda no mês de julho.

No setor ferroviário, além da expectativa de leilão da Fiol, o governo afirmou que trabalha junto ao TCU para conseguir as renovações antecipadas das concessões da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), operadas pela Vale, para este ano.

Porto de Aratu (BA)/ Foto de Tadeu Miranda
Porto de Aratu (BA)/ Foto de Tadeu Miranda

“Além de trazer mais de R$ 14 bilhões em investimentos na malha ferroviária, parte do valor da outorga da EFVM será utilizada para construção da FICO, por meio do mecanismo de investimentos cruzados”, afirmou o ministério.

Já no setor portuário, em agosto deve ocorrer o leilão de dois terminais de papel e celulose no Porto de Santos, o STS14 e STS14A. Juntos, os dois receberão R$ 420 milhões de investimentos, segundo o ministério. Também serão publicados ainda neste ano os editais para o arrendamento de outros nove terminais: IQI03, IQI11, IQI12, IQI13, no Porto de Itaqui (MA); PAR12, no Porto de Paranaguá (PR); ATU12 e ATU18, no Porto de Aratu-Candeias (BA); MCP02, no Porto de Santana (AP); e MAC10, no Porto de Maceió (AL).

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Governo prepara mais um plano para tentar reduzir os gargalos da logística

O presidente Michel Temer prepara para a próxima segunda-feira (2) o lançamento do PNL (Plano Nacional de Logística), que define investimentos prioritários para reduzir gargalos do transporte de cargas no país.

Caso seja levado adiante, permitirá cortar até 2025 a quantia de R$ 54,7 bilhões dos custos de transporte.

A Folha teve acesso ao projeto que será aprovado na reunião do Conselho do PPI (Programa de Parceria de Investimentos) por uma resolução.
Temer assinará um decreto dando peso de lei ao programa e criando um comitê de governança que definirá as obras prioritárias.

Farão parte do comitê representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República, os ministros de Transporte, Minas e Energia, Agricultura, Meio Ambiente, Planejamento, Casa Civil e a EPL (Empresa de Planejamento e Logística), responsável pela parte técnica do programa.

Assessores de Temer afirmam que, na prática, o plano dificultará investimentos em obras de cunho eleitoreiro.

Segundo eles, o próximo presidente poderá, via comitê, interferir na ordem das obras do PNL, mas não poderá, sozinho, decidir que obras entram na lista, que será feita pela EPL com base em cálculos a partir de dezenas de bases de dados já integradas.

Se o presidente quiser incluir uma obra fora do PNL para agradar a aliados, ele deverá registrar em ata, expondo o teor político da decisão.

“Qualquer obra que for candidata a fazer parte do PNL que não se alinhar com a necessidade logística do país não entrará na lista”, disse à Folha Adalberto Vasconcelos, secretário-executivo do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), que representará a Presidência da República no comitê do PNL.

Para mudar o funcionamento do programa e do comitê, será preciso baixar outra lei.

A ideia do governo foi dar ao PNL o mesmo peso do Plano Decenal de Energia Elétrica, definido pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

Na área de energia, um comitê interministerial conhecido como CNPE define as diretrizes do setor que passam a nortear investimentos públicos e privados.

A primeira etapa do PNL se estende até 2025 e está em andamento. Caso o próximo presidente mantenha o cronograma de obras, haverá uma redução de R$ 54,7 bilhões dos custos de transporte até 2025, sem considerar o preço do frete –que pode cair até lá.

Hoje, esse custo é de R$ 342 bilhões e compromete a competitividade dos produtos brasileiros destinados à exportação.

Se o plano seguir a rota planejada, até 2025, a dependência de rodovias cairá dos atuais 64% de participação do volume de cargas para 50%. Essa diferença, de acordo com o PNL, será praticamente incorporada pelas ferrovias, que saltam de 18% de participação para 31%.

“Não é um plano que prevê algo que não vai acontecer”, disse Vasconcelos. “Nas projeções feitas pela EPL só entraram as obras já qualificadas, contratadas ou com leilão garantido até o final deste ano.”

Além disso, o governo deixará um conjunto de obras com estudos técnicos e de modelagem de concessão concluídos.

Segundo Vasconcelos, no primeiro momento o plano prioriza cargas. Futuramente, também contemplará o fluxo de passageiros.

Para a EPL, responsável pela gestão da base de dados, é considerado gargalo tudo o que atrapalha a circulação de cargas. “Em São Paulo, por exemplo, o tráfego de carga concorre com o transporte de passageiro”, disse Vasconcelos.

De acordo com o decreto, caberá à EPL a definição das obras. A estatal também ficará como gestora da base de dados integrada de diversos órgãos.

Caso a Embrapa e o Ministério da Agricultura, por exemplo, modifiquem as estimativas de produção ou detectem uma nova fronteira agrícola, a EPL terá acesso automático aos dados e o programa fará os ajustes no modelo logístico para prever gargalos e planejar soluções.

“Na década de 1990, ninguém acreditava que a carga [transporte] se deslocaria do sul para o Centro-Oeste”, disse Vasconcelos.

“Mato Grosso hoje é o maior celeiro do Brasil. Lá, a carga cresceu 5% ao ano. Os dados que temos hoje nos mostram que a carga está se deslocando mais rapidamente para a região do Matopiba [acrônimo das iniciais dos estados do Maranhão,Tocantins, Piauí e Bahia], que registra crescimento de carga da ordem de 10% ao ano. O plano passou a contemplar essa região.”

Fonte: Folha SP

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Grupo propõe juros menores para retomar a atividade

O debate econômico está excessivamente concentrado no ajuste fiscal prometido pelo governo, mas essa não é condição suficiente para que o Brasil volte a crescer. A avaliação, que parte de economistas e empresários reunido no “Grupo Reindustrialização”, é que são necessárias condições que favoreçam a atividade econômica para tirar o país da brutal recessão em que se encontra. “O diagnóstico defendido pela equipe econômica está equivocado, porque é parcial. Precisamos de medidas simultâneas para estimular o crescimento”, avalia um dos participantes, Mário Bernardini, da Abimaq.

Depois do primeiro documento, em que constavam seis medidas para reindustrializar o país, o grupo listou cinco medidas emergenciais para tirar o Brasil da crise, sendo que o ponto de partida é, necessariamente, a queda da taxa básica de juros.

Além de Bernardini, também participam do “think tank” Nelson Marconi e Yoshiaki Nakano (EESP-FGV), que coordena o grupo, Antonio Correa de Lacerda (PUC-SP), Luiz Carlos Bresser-Pereira (FGV), Edgard Pereira e Pedro Rossi (Unicamp) e Francisco Pires Eduardo de Souza (UFRJ), entre outros.

O corte “firme” da Selic, dizem, ajudaria a destravar o mercado de crédito, facilitaria a renegociação de dívidas de empresas e famílias, desvalorizaria o câmbio e reduziria o peso da conta de juros no resultado nominal, dirimindo parte do problema fiscal.

“Não é reduzir na marra”, reforça Marconi, da FGV. Como nos últimos três meses o IPCA desacelerou significativamente e as projeções para 2017 indicam continuidade do processo de redução da inflação, não faz sentido que o país tenha juros reais da ordem de 8% ao ano, afirma. O próprio Banco Central, diz ele, estima que a taxa de juros real neutra da economia é de cerca de 5% ao ano, e pois isso Marconi avalia que há espaço suficiente para trazer a Selic dos atuais 14% para algo como 9% rapidamente, e não apenas ao fim de 2017, como esperam alguns analistas do mercado.

A redução da Selic para níveis bem inferiores aos atuais é pré-condição para que outras engrenagens da economia voltem a funcionar. Um efeito secundário importante seria desvalorização da taxa de câmbio. Para o grupo, o dólar deveria valer R$ 3,80, pelo menos, para tornar as empresas brasileiras mais competitivas, e o governo poderia lançar mão de instrumentos como o IOF sobre derivativos para fazer o real perder força.

O governo também não pode demonizar o papel do BNDES em um momento em que as empresas precisam retomar investimentos e não tem nem acesso a capital de giro, dizem. Para Antonio Corrêa de Lacerda, da PUC-SP, acredita que a retomada vai depender de exportação e dos investimentos, mas avalia que há uma aposta excessiva no setor privado e nos estrangeiros para retomada do investimento. “O Estado precisa ser indutor, precisamos retomar os investimentos públicos”, diz ele, citando um dos pontos defendidos no documento.

Para Bernardini, as concessões de projetos à iniciativa privada esbarram em questões como a necessidade de proteção cambial para investimentos estrangeiros, que podem tornar as tarifas praticadas inviáveis. Além disso, afirma Marconi, membro do grupo, áreas prioritárias para o país, como saneamento e educação, não têm o retorno necessário para que sejam interessantes para a iniciativa privada e deveriam ser o foco do governo.

Os economistas ressaltam que não são contra o ajuste fiscal, mas têm uma visão diferente do que pode ser feito, em relação ao projeto apresentado pelo governo.

Para Bernardini, que enfatizou que essa é uma opinião pessoal, o plano apresentado pelo governo para controlar os gastos públicos é “tosco”.

Para eles, o limite de crescimento da despesa deveria contemplar todo o gasto público, inclusive a conta de juros, que ficou de fora da PEC do teto do gasto. Com redução significativa da Selic, o superávit primário necessário para estabilizar a dívida pública seria muito menor do que calculam economistas do setor privado. A revisão de incentivos fiscais mal feitos e benefícios do setor público, como supersalários, também poderia abrir espaço para redução da despesa sem cortar investimentos.

O critério de correção do gasto também é alvo de críticas. Para o grupo, o aumento do gasto limitado pela inflação tende a comprimir excessivamente a despesa em períodos de crescimento, enquanto o método de correção deveria ser mais anticíclico. Por isso, o grupo avalia que o gasto deveria seguir o PIB do ano anterior.

Por último, os economistas não descartam medidas do lado da receita para cobrir o buraco fiscal no curto prazo. Taxação de lucros e dividendos, de grandes fortunas e o fim de desonerações previdenciárias para o agronegócios e instituições filantrópicas, por exemplo, poderiam compensar cerca de metade do déficit atual nas aposentadorias, reduzindo o tamanho do problema fiscal brasileiro.

Fonte: Valor

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Temer diz a investidores nos EUA que estabilidade política permitirá aprovação de reformas

Na tentativa de atrair investimentos estrangeiros para o Brasil, o presidente Michel Temer disse hoje (21) a empresários e investidores americanos que o país passa por um momento de “estabilidade política extraordinária”, e que reformas “fundamentais” estão avançando nas áreas trabalhista, previdenciária e de gastos do governo.

Temer destacou que seu governo tem uma “interlocução muito fácil com o Legislativo nacional”, o que tem possibilitado aprovar reformas e propostas de interesse do Executivo. “No Brasil, temos uma estabilidade política extraordinária, entre os Poderes Executivo e Legislativo, o que dá também segurança jurídica”, disse o presidente em palestra promovida pelo Conselho das Américas, em Nova York.

Temer disse aos empresários americanos que o governo lançou recentemente um programa de parceria de investimentos com o objetivo de “fazer algo previsto em nossa Constituição, que é a iniciativa privada participar, com o Poder Público, do desenvolvimento e do crescimento do país”, disse, referindo-se ao novo pacote de concessões do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).“Venho aqui convidá-los a participar dessa nova fase de crescimento do país.”

Para estimular esses investimentos, o presidente disse que há reformas em andamento no país, nas áreas trabalhista, previdenciária e na definição de um teto para os gastos governamentais. No caso da reforma da Previdência, Temer disse que a mudança será “radical”.

“Temos um déficit previdenciário muito grande. É uma questão de pensões que aflige muitos países. Particularmente no Brasil, isso tem sido uma angústia permanente no nosso sistema financeiro e orçamentário. Por isso estamos ultimando as conversas e o preparo de uma reforma radical do sistema previdenciário, a ser encaminhada ao Congresso Nacional.”

A expectativa de uma reforma trabalhista também foi mencionada por Michel Temer, em especial a possibilidade de acordos feitos a partir de convenções coletivas prevalecerem sobre o que diz a lei, ou seja, o acordado sobre o legislado.

“É preciso que se estabeleça algo que permita que as convenções coletivas façam prevalecer o acordado entre trabalhadores e empregadores, em função daquilo que está legislado. Porque o objetivo básico é manter o emprego e, ao mesmo tempo, garantir a arrecadação”, disse o presidente.

Teto de gastos do governo

Na apresentação aos investidores, Temer também destacou também a proposta do governo de estabelecer um teto para os gastos públicos. “Se essa proposta do teto dos gastos tivesse sido tomada há quatro anos, a esta altura não teríamos déficit algum no Estado brasileiro”, disse. O projeto, segundo Temer, tem avançado “com muita rapidez” no Congresso Nacional. “Até registro que hoje pela manhã recebi telefonemas de três líderes partidários garantindo que fecharam questão. Isso significa que nenhum parlamentar desses partidos votará contra a matéria”, acrescentou.

O fim da obrigação de a Petrobras ter uma participação de 30% nos empreendimentos de exploração do pré-sal também foi citado por Temer. O presidente disse que a medida foi obtida graças à atuação do ministro das Relações Exteriores, José Serra, autor do projeto que altera o regime de partilha. “O ministro Serra acabou com a necessidade de a Petrobras ter de participar com 30%. Com isso, estamos universalizando o mercado brasileiro, na convicção de que, para gerar empregos, é preciso incentivar os negócios e restabelecer a confiança no país.”

Temer disse ainda que “outros tantos setores” serão abertos à iniciativa privada, inclusive para os estrangeiros. “Vamos levar os programas, cumpri-los e esperar que os senhores possam participar dessa nova visão do mundo que o Brasil tem hoje.”

Fonte: Agência Brasil

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Simples Internacional facilitará exportação de micro e pequenas empresas, segundo o Sebrae

Empresários, associações de classe e representantes do governo brasileiro formaram um grupo de trabalho para criar o regime tributário Simples Internacional, que tem como objetivo principal reduzir burocracias e agilizar a exportação por pequenas e médias empresas. O projeto terá como exemplo o Simples Nacional, um sistema de arrecadação que unifica e reduz impostos para facilitar a atuação das pequenas empresas.

O presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Guilherme Afif Domingos, afirmou à ANBA que o Simples Internacional usa como base o que está previsto em uma lei complementar aprovada em 2014, que assegura às micro e pequenas empresas acesso ao mercado externo por meio de processos simplificados de habilitação, licenciamento, câmbio e despacho aduaneiro.

O Brasil tem quase nove milhões de micro e pequenas empresas, responsáveis por aproximadamente 25% do Produto Interno Bruto (PIB). Micro empresas são aquelas com faturamento anual de até R$ 360 mil e pequenas empresas têm até R$ 3,6 milhões de faturamento bruto por ano.

“Não se trata apenas de simplificação tarifária, que seguramente é a mais complexa. São ações de simplificação logística, burocrática e dos meios de pagamento que produzam impacto no processo de exportação para os pequenos empresários”, afirmou Afif.

Ainda de acordo com o presidente do Sebrae, o novo regime prevê regulamentar o operador logístico integrado internacional, o que ainda não ocorre. Este operador será o responsável por toda a tramitação burocrática do pequeno exportador. Ele irá integrar o licenciamento, despacho aduaneiro, seguro, câmbio, consolidação de carga, transporte e armazenagem. Medidas como essa deverão ajudar, por exemplo, na entrega de mercadorias vendidas pela internet.

Atualmente, é possível exportar pelo projeto Exporta Fácil, dos Correios. Mas ele tem limitações que deverão ser superadas com a regulamentação do operador logístico. Pelo programa, as remessas não podem, por exemplo, ultrapassar US$ 50 mil. Afif observou que a burocracia e os custos são hoje o principal entrave ao exportador e o novo regime vai combatê-los. No entanto, há outros. “Acessar os mercados externos requer que as empresas tenham, previamente, capacidade gerencial, inovadora e tecnológica para competir”, disse.

Num primeiro momento, afirmou Afif, o objetivo do projeto é garantir simplificações dentro do território nacional para que as empresas tenham, assim, mais acesso ao mercado externo. Medidas em parceria com outros países deverão ser feitas em uma segunda etapa. Neste projeto, a Argentina tem prioridade por ser grande parceiro comercial do Brasil.

“A negociação bilateral é o segundo passo. Depois de facilitar o processo interno é necessário garantir que o tratamento diferenciado também seja aplicado do outro lado da aduana. Pretendemos começar este processo de negociação com a Argentina, importante parceiro comercial do Brasil. Já tive conversas com o embaixador da Argentina, que achou o projeto interessante e se sensibilizou com a proposta”, disse Afif.

A tramitação da proposta do Simples Internacional deverá ser submetida ao Congresso. O grupo de trabalho que formula a proposta é formado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Receita Federal, Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Banco Central, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional do Comércio (CNC). O grupo é coordenado pela Câmara de Comércio Exterior, órgão hoje vinculado ao Itamaraty.

Fonte: ANBA

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Governo não consegue deter greve na Receita Federal

O governo fracassou nesta sexta-feira (15) ao tentar debelar a greve dos auditores fiscais da Receita Federal com a sinalização do envio um projeto de lei com o reajuste salarial acordado em março com a categoria. O Ministério do Planejamento encaminhou à Casa Civil uma minuta de projeto a ser enviado ao Congresso Nacional, mas os servidores decidiram manter o movimento até que uma medida provisória, que tem validade imediata, seja publicada pelo presidente em exercício Michel Temer.
Além de exigir que a questão seja resolvida por meio de uma MP e não por um projeto de lei, que depende de aprovação no Congresso para entrar em vigor, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco) alega que a minuta do projeto enviado ao Palácio do Planalto tem incongruências com o acordo firmado com a categoria no começo do ano.
“O governo mandar um projeto de lei agora não resolverá a questão. Com o recesso dos parlamentares, os servidores não receberiam o aumento antes de setembro. Já uma medida provisória tem validade imediata”, afirmou o presidente do Sindifisco Nacional, Cláudio Damasceno.
Sem entrar em detalhes, o dirigente sindical disse ainda que a minuta do projeto tem diferenças em relação àquilo que a categoria havia acordado com o governo da presidente afastada Dilma Rousseff. Damasceno adiantou que o movimento de greve da categoria continuará.
Na quinta-feira, a categoria iniciou a chamada “operação padrão”, com fiscalização mais rigorosa na liberação de cargas e bagagens nos aeroportos, portos e postos de fronteira. O protesto, que vai se repetir todas as terças e quintas-feiras, causou transtornos aos viajantes em diversas capitais.
O movimento ameaça também criar problemas para os turistas que chegarem ao Brasil para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no começo do próximo mês.
E apesar de mais de uma centena de servidores ter passado o dia na antessala do gabinete do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ninguém foi recebido na Quinta-feira.
A Fazenda chegou a propor que o secretário executivo, Eduardo Guardia, se reunisse com a categoria, mas essa alternativa não foi bem recebida. Ainda assim, um encontro entre Guardia e os servidores foi marcado para a próxima quarta-feira.
Além da “operação padrão”, não está havendo análise de processos e ações externas nas repartições da Receita. Os auditores prometem ainda realizar a “operação meta zero” , ou seja, o represamento de créditos resultantes das fiscalizações.

 

Fonte: Estadão 

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CNI defende revogação de acordo marítimo com o Chile por prestar “desserviços” ao País

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defendeu na última quinta-feira (14), durante reunião no Ministério das Relações Exteriores (MRE), que o governo coloque um ponto final no acordo marítimo de reserva de carga Brasil-Chile, em vigor desde 1974. Ao lado de representantes do setor agropecuário e de empresas exportadoras, o gerente-executivo de Infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso, enfatizou que o acordo onera o setor produtivo e encarece as mercadorias brasileiras. “O acordo está prestando um desserviço à sociedade brasileira”, criticou.

Criado há 41 anos para proteger as frotas nacionais em meio à política brasileira de marinha mercante, o acordo gera um monopólio para os navios de bandeira brasileira e chilena, únicos autorizados a transportarem cargas entre os dois países.

O transporte marítimo com bandeiras de outros países só é permitido nas situações em que não haja condições de um brasileiro ou chileno assumir o frete, desde que haja autorização prévia pelos governos, o que acarreta mais uma burocracia nos processos de comércio exterior.

“É fato conhecido que os regimes de reserva de carga, ao inibirem a competição entre as empresas de navegação, colocam os fretes acima do que seria estabelecido em um ambiente competitivo. Este acordo não faz sentido. O mundo hoje vive um momento de liberdade de cargas”, afirmou Wagner

Para o diplomata César Bonamigo, que representou o Itamaraty na reunião, o posicionamento do setor produtivo será levado ao conhecimento do ministro das Relações Exteriores, José Serra. As opiniões do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, e do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), que tiveram representantes na reunião no MRE, também serão levadas em conta na decisão do governo. A questão só será definida em reunião ainda sem data definida da Câmara de Comércio Exterior (Camex). Para que a medida deixe de vigorar, basta que um dos países denuncie o acordo bilateral.

Atualmente, uma rota entre Brasil e Peru, cuja distância é maior que para o Chile, chega a ser 42% mais barata para o transporte de carga por não estar sujeita à reserva de mercado.

Na avaliação da CNI, a derrubada do acordo tem potencial para ampliar substancialmente a quantidade de carga transportada por mar entre Brasil e Chile. Hoje, por exemplo, 90% das nossas exportações de veículos, como caminhões e máquinas pesadas, para o país, são feitas por meio terrestre.

Unidas em prol da revogação do acordo, a CNI e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) formaram uma mobilização empresarial pela derrubada do acordo, que esteve representada na reunião por grandes empresas nacionais. Na semana passada, a CNI e a CNA encaminharam uma carta conjunta ao ministro José Serra, com o argumento de que o setor produtivo convive com fretes de preços “proibitivos”, em razão da manutenção do acordo.

Na avaliação do setor produtivo, o atual acordo só atende aos interesses dos poucos armadores que estão protegidos pela reserva, possibilitando que eles exerçam poder de monopolistas nas negociações de frete com os usuários, o que gera uma enorme ineficiência.

Fonte: CNI