MDIC lança Chatbot Comex para facilitar acesso a informações de comércio exterior

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O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) lançou o Chatbot Comex, um assistente virtual que promete tornar mais rápido, seguro e fácil o acesso a informações oficiais sobre importação e exportação. A ferramenta gratuita funciona 24 horas por dia diretamente na página do Siscomex e não exige login, tornando o atendimento mais ágil e acessível para empresas e cidadãos interessados no comércio exterior.

O Chatbot Comex utiliza inteligência artificial para fornecer respostas fundamentadas em legislação, manuais e portais oficiais do governo federal, garantindo informações confiáveis e atualizadas. Quando necessário, o sistema também direciona o usuário para o Comex Responde, serviço de atendimento humano que oferece suporte especializado.

A iniciativa tem como objetivo integrar órgãos anuentes e usuários dos sistemas de comércio exterior, promovendo uma experiência mais transparente e assertiva. Além disso, ao reduzir consultas recorrentes de atendimento, a ferramenta contribui para a otimização da gestão pública, tornando o processo mais eficiente tanto para o governo quanto para empresas e profissionais do setor.

Segundo a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, “Estamos aproximando o governo das pessoas e reduzindo barreiras para quem quer empreender e exportar. É uma ação que traz mais tecnologia para o setor público e amplia a nossa capacidade de atender brasileiros interessados no comércio exterior”.

Para tornar a experiência ainda mais acolhedora, o Chatbot ganhou um avatar moderno e confiável, com traços suaves que humanizam o atendimento digital. A linguagem utilizada é clara, objetiva e livre de jargões, facilitando o entendimento de usuários com diferentes níveis de familiaridade com comércio exterior.

O Chatbot Comex representa mais um passo do governo brasileiro para inovar, simplificar e facilitar o comércio exterior, aproximando cidadãos, empresas e órgãos públicos, além de contribuir para o crescimento das exportações brasileiras.

Para acessar e utilizar o Chatbot Comex, basta visitar a página do Siscomex e digitar sua dúvida.

Fonte: agenciagov.ebc.com.br

Importações brasileiras batem novo recorde em 2025 e redesenham o cenário do comércio exterior

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O Brasil vive um momento marcante no comércio exterior. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), as importações devem alcançar US$ 287,1 bilhões em 2025, um aumento de cerca de 4,8% em relação ao ano anterior.

Mesmo com o país mantendo um superávit comercial estimado em US$ 60,5 bilhões, o avanço das compras externas mostra a força da economia e, ao mesmo tempo, impõe novos desafios para o equilíbrio da balança comercial.

Esse movimento é impulsionado principalmente por três fatores:

  • Bens de capital, com crescimento superior a 26% em relação a 2024;

  • Bens intermediários, que devem registrar alta de 9,4%;

  • Bens de consumo, com aumento estimado de 4%, acompanhando o aquecimento do mercado interno.

No acumulado até setembro, as importações somaram aproximadamente US$ 212,3 bilhões, alta de 8,2% em comparação ao mesmo período do ano passado. Esses números indicam que o país deve encerrar o ano com resultado recorde em movimentação de comércio exterior.

Para empresas que atuam com importação e exportação, como a NIX, o cenário reforça a importância de estratégias logísticas eficientes, planejamento de câmbio e diversificação de fornecedores globais. O aumento no volume de importações representa dinamismo econômico, mas também exige atenção redobrada às variações de custos e prazos no transporte internacional.

O desempenho das importações e exportações brasileiras mostra que o país segue em ritmo de expansão nas trocas comerciais, consolidando sua posição entre os principais players do comércio global.

Fonte: CNN Brasil — Importações atingirão recorde em 2025 e afetarão a balança comercial, diz CNI

🇧🇷🤝🇮🇳 Brasil e Índia reforçam parceria e miram comércio de US$ 20 bilhões até 2030


Captura de Tela 2025-10-17 às 17.41.16O Brasil e a Índia deram mais um passo para fortalecer suas relações comerciais. Os dois países concordaram em aprofundar o Acordo Preferencial de Comércio (PTA) dentro do Mercosul e estabeleceram a meta de elevar o volume bilateral para US$ 20 bilhões até 2030, atualmente, o comércio entre as duas nações gira em torno de US$ 12 bilhões por ano.

O acordo visa reduzir tarifas, ampliar o intercâmbio de produtos industriais e agrícolas e incentivar investimentos bilaterais, especialmente nos setores de tecnologia, energia e infraestrutura.
A iniciativa reflete o esforço do Brasil em diversificar mercados e reduzir a dependência comercial de parceiros tradicionais, como Estados Unidos e China.

📊 Essa aproximação também abre espaço para oportunidades de exportação e importação em novas cadeias logísticas entre América do Sul e Ásia, reforçando a importância estratégica do comércio internacional brasileiro.

🔗 Fonte: The Economic Times – “India, Brazil agree to deepen economic ties; set $20 billion trade target by 2030

Exportações para os EUA registram queda de 25,7% após novas tarifas

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As exportações brasileiras de produtos afetados pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos recuaram 25,7% em setembro, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A medida reflete os impactos diretos do pacote de sobretaxas anunciado recentemente pelo governo norte-americano, que elevou tarifas de até 100% sobre itens como produtos farmacêuticos, caminhões pesados, armários e outros bens manufaturados.

A redução nas vendas externas evidencia a sensibilidade das exportações brasileiras diante de mudanças na política comercial dos EUA, um dos principais destinos dos produtos nacionais. O recuo foi observado especialmente nos segmentos industriais de maior valor agregado, que enfrentam agora desafios de competitividade no mercado norte-americano.

Especialistas apontam que a tendência pode se manter nos próximos meses, caso não haja revisão das tarifas ou adaptação das empresas exportadoras às novas condições comerciais.

Para o comércio exterior, o cenário reforça a importância da diversificação de mercados e do fortalecimento da presença brasileira em outros destinos estratégicos, reduzindo a dependência das oscilações tarifárias impostas por grandes economias.

Fonte: Poder360

EUA anunciam pacote de tarifas multissetoriais e provocam agitação no comércio global

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Na última semana, os Estados Unidos divulgaram um ambicioso pacote de tarifas que promete provocar repercussões profundas no comércio internacional — especialmente para empresas que exportam para o mercado norte-americano. A nova rodada de imposições tarifárias entra em vigor já em outubro/novembro e traz ajustes contundentes em setores estratégicos.

Principais medidas anunciadas

Embora ainda não haja confirmação oficial de todas as alíquotas — em parte porque parte das decisões está em fase de regulamentação — os anúncios divulgados até agora contemplam:

  • 100% de tarifa sobre produtos farmacêuticos de marca ou patenteados

  • 25% sobre caminhões médios e pesados

  • 50% para armários de cozinha e banheiro

  • 30% para estofados

Essas tarifas, quando aplicadas, visam fortalecer a indústria doméstica dos EUA. Porém, para empresas que exportam para aquele país, as consequências são imediatas: custos adicionais, pressão sobre margens e renegociação de contratos.

Vale destacar um ponto de interesse recente: em outubro, o presidente Donald Trump afirmou que todas as importações de caminhões médios e pesados entrarão sujeitas a uma tarifa de 25% a partir de 1º de novembro de 2025, em uma extensão da política tarifária que já visava veículos pesados. CNN Brasil+1

Impactos esperados e riscos para exportadores

A adoção de tarifas elevadas impõe uma série de desafios para quem depende do mercado americano. Alguns impactos prováveis:

  • Elevação de custo: as tarifas aumentam os preços dos produtos importados nos EUA, o que diminui a competitividade daqueles que não podem repassar totalmente o custo ao cliente.

  • Pressão de margem: produtores e distribuidores terão que absorver parte do impacto ou negociar descontos com fornecedores ou compradores.

  • Revisão estratégica: será essencial reavaliar rotas logísticas, fornecedores e mercados-alvo para mitigar os efeitos negativos.

  • Incerteza regulatória: em meio a um ambiente tarifário volátil, estratégias fixas correm risco de obsolescência rápida.

Segundo estimativas do governo brasileiro (Ministério da Fazenda por meio da Secretaria de Política Econômica), a imposição de tarifas de até 50% sobre exportações brasileiras pode provocar um impacto de 0,2 ponto percentual no PIB brasileiro no período entre agosto de 2025 e dezembro de 2026 — embora esse efeito seja considerado “modesto” no agregado, setores específicos poderão sofrer impactos bastante mais intensos. Reuters

Reações e medidas nacionais

No Brasil, o anúncio provocou reações expressivas da indústria e do agronegócio, que alertam para quedas nas exportações e dificuldades em absorver perdas. Senado Federal Parlamentares também vêm debatendo ações compensatórias, por meio de medidas de estímulo e apoio setorial.

O país conta, ainda, com mecanismos diplomáticos e jurídicos (como a atuação na OMC) para contestar sanções tarifárias que possam ferir regras de comércio internacional.

Como a NIX pode ajudar sua empresa

Em um momento de instabilidade nas relações comerciais globais, adaptar-se rapidamente é vital. Na NIX, oferecemos suporte estratégico para:

  • reconfigurar rotas e cadeias logísticas

  • recalcular margens e revisar contratos de exportação

  • mapear mercados alternativos

  • antecipar cenários regulatórios e tarifários

Se sua empresa exporta para os EUA — especialmente nos setores farmacêutico, mobiliário ou transporte — este é o momento de agir com planejamento e expertise.


Fonte das informações citadas:

  • CNN Brasil (sobre tarifa de caminhões) CNN Brasil

  • Gazeta do Povo (sobre tarifa de 25% para caminhões importados) Gazeta do Povo

  • Ministério da Fazenda / SPE, via Reuters (estimativa de impacto no PIB) Reuters

  • Rádio Senado / anúncio da reação da indústria brasileira

Dia do Despachante Aduaneiro

Hoje, 25 de abril, celebramos o Dia do Despachante Aduaneiro!

Felicitamos àqueles que contribuem com um papel fundamental na facilitação das operações de importação e exportação, com a movimentação da economia do país e na garantia de que nossos negócios alcancem os mercados globais.

Parabéns a todos os despachantes aduaneiros pelo compromisso com o sucesso do comércio exterior!

Dia do despachante (1)

Porto de Santos movimenta 95,5 milhões de toneladas até Julho, alta de 7,3% e maior marca para o período.

Por: Equipe Comex do Brasil.

Santos (SP) – O desempenho da movimentação de cargas no mês de julho e no acumulado dos sete primeiros meses do ano no Porto de Santos atingiu índices de crescimento significativos. Apresentando aumento contínuo no acumulado do ano, o Porto totalizou 95,5 milhões de toneladas, aumento de 7,3%, a maior marca para esse período. O resultado de julho totalizou 14,5 milhões de toneladas (melhor marca para esse mês), 15,3% acima do mesmo período de 2021.

As exportações responderam pela maior parcela desse volume ao somarem 69,7 milhões de toneladas (+8,6%) e as importações atingiram 25,7 milhões de toneladas (+4,0%).

O milho foi o grande destaque na movimentação de cargas, totalizando 2,3 milhões de toneladas no mês (+104%) e 4,1 milhões de toneladas no acumulado do ano até julho (+132%).

A carga conteinerizada também cresceu dois dígitos (+10,9%) no mês de julho, somando 440,7 mil TEU (um contêiner de 20 pés), segunda maior marca histórica e a maior para o mês, e 2,8 milhões de TEU nos sete primeiros meses, aumento de 1,6%.

No acumulado de ano ganharam destaque, também, os embarques do complexo soja (soja em grãos e farelo de soja), com 28,4 milhões de toneladas (+10,3); da celulose, com 4,6 milhões de toneladas (+59,9%); da carne, com 1,3 milhão de toneladas (+36,1%); e do óleo diesel e gasóleo, com 1,3 milhão de toneladas (+23,7%). As descargas de fertilizantes totalizaram 4,8 milhões de toneladas (+17,3%).

No mês de julho sobressaíram-se, ainda, os embarques de açúcar, com 2,1 milhões de toneladas (+9,2%); de celulose, com 688,0 mil toneladas (+57,5%); e de óleo diesel e gasóleo, com 163,9 mil toneladas (+21,9%). Nas descargas, destaque para o sal, com 95,1 mil toneladas (+184,9%), e para o trigo, com 117,1 mil toneladas (+42,2%).

O fluxo de navios também cresceu, com 465 atracações no mês de julho (+16,0%) e 3.007 no acumulado do ano (+5,2).

Os granéis sólidos somaram 49,4 milhões de toneladas no acumulado do ano (melhor marca para o período), alta de 9,9%. A participação da soja em grãos nesse volume foi de 51,2%; do açúcar 20,2%; do farelo de soja 11,9%; e do milho 9,2%.

Os granéis líquidos atingiram 11,0 milhões de toneladas, crescimento de 3,5%, também a melhor marca para o período. Nesse segmento a participação do óleo diesel e gasóleo foi de 24,2%; do óleo combustível 18,7%; dos sucos cítricos 13,5%; da soda cáustica 8,6%; da gasolina 6,9%; e do álcool 4,5%.

Corrente Comercial

A participação do Porto de Santos na corrente comercial brasileira atingiu 28,9% em julho (US$ 100,796 milhões). Das transações comerciais nacionais com o exterior que passaram pelo Porto de Santos no período, 31,3% tiveram a China como país parceiro. São Paulo permaneceu como o Estado com maior participação (52,7%) nas transações comerciais com o exterior por meio do complexo portuário de Santos.

Fonte: https://www.comexdobrasil.com/porto-de-santos-movimenta-955-milhoes-de-toneladas-ate-julho-alta-de-73-e-maior-marca-para-o-periodo/

Dados da balança de fevereiro ainda não refletem conflito na Ucrânia

De acordo com o Ministério da Economia, não houve tempo ainda para ter qualquer efeito direto do conflito nas importações e exportações brasileiras.

Lorenna Rodrigues, do Estadão Conteúdo.

Operação padrão da Receita afeta importação de diesel, cerveja e máquinas… – Veja mais em https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2022/01/25/operacao-padrao-da-receita-afeta-importacao-de-diesel-alimentos-e-maquinas.htm?cmpid=copiaecola

Fabrício de Castro

Do UOL, em Brasília

25/01/2022 04h00

A operação padrão da Receita Federal, iniciada no fim de dezembro, já afeta a importação de pelo menos três classes de produtos no Brasil: combustíveis, alimentos e bebidas (como vinhos e cervejas) e máquinas industriais. Associações setoriais ouvidas pelo UOL afirmaram que, com a maior demora na liberação de mercadorias, o custo de armazenagem está subindo, o que também pode elevar os preços ao consumidor final.

Desde 24 de dezembro, auditores da Receita Federal adotaram a operação padrão —também conhecida como operação tartaruga— na liberação de produtos nas alfândegas. Nela, os auditores fazem uma fiscalização mais rigorosa de documentos e mercadorias, o que eleva o tempo em operações de importação e exportação. Com o movimento, os servidores buscam pressionar o governo por aumento de salários.

Embora a operação tenha começado há poucas semanas, o setor de combustíveis já foi impactado. O presidente-executivo da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), Sérgio Araújo, afirma que algumas liberações que duravam um ou dois dias estão levando muito mais tempo.

Normalmente, quando os associados da Abicom registravam uma DI [Declaração de Importação], ela era liberada pela Receita no mesmo dia ou no dia seguinte. Agora, tenho associado com DIs registradas ainda em 2021 e que até hoje não foram liberadas. Mais de 17 dias sem liberação. Sérgio Araújo, presidente-executivo da Abicom.

Conforme Araújo, o setor de importação é responsável por 25% do diesel consumido no Brasil. No caso da gasolina, o porcentual é de 10%. “O impacto no caso da gasolina é menor, porque o combustível pode ser substituído pelo etanol, produzido por aqui, nos carros flex. Mas a dificuldade na importação de diesel tem um efeito grande sobre o mercado.”.

Vinhos, cervejas e máquinas também sofrem

O presidente da ABBA (Associação Brasileira de Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas), Adilson Carvalhal Júnior, afirma que a operação dos auditores da Receita também já prejudica a importação de alimentos e bebidas. A ABBA reúne cerca de 150 empresas que atuam no comércio exterior, boa parte delas do setor de bebidas (vinhos e cervejas). “Já está mais difícil trazer o produto para o Brasil. Ele está ficando mais tempo na zona primária, para liberação. Isso gera custos”, diz Carvalhal Júnior. 

Segundo ele, a liberação de mercadorias para o setor no porto levava normalmente duas ou três semanas. Com a operação padrão da Receita, as estimativas subiram para cinco a sete semanas. “Isso é custo nosso. A armazenagem no porto tem um valor.” O presidente da Abimei (Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais), Paulo Castelo Branco, relata problemas semelhantes.

“Há empresas do agronegócio que compraram máquinas no segundo semestre, para que chagassem agora. Elas investiram nos equipamentos para a colheita a partir de março e abril”, afirma. Segundo Castelo Branco, os prazos estão ameaçados. A Abimei reúne hoje cerca de 60 empresas, a maior parte delas multinacionais.

Custo maior pode chegar ao consumidor

Os representantes das associações setoriais ouvidos pelo UOL foram unânimes em afirmar que as dificuldades na importação de mercadorias, em função da lentidão da Receita, podem elevar os preços dos produtos cobrados do consumidor final. Sérgio Araújo, da Abicom, afirma que o custo diário de um navio que transporta 40 mil metros cúbicos de diesel é de US$ 22 mil. Se a embarcação ficar parada no porto, sem poder descarregar, o valor precisará ser bancado pelo importador.

“Ainda não temos registro dessa ocorrência, mas o tempo de estocagem no porto tem aumentado”, relata. Esse custo de estocagem varia conforme contrato fechado pelo importador e o porto. O receio do setor é de que, com o movimento da Receita, o custo maior com a estocagem —no porto ou em navios— acabe sendo repassado e chegue ao consumidor final de diesel. Adilson Carvalhal Júnior, da ABBA, calcula que o tempo maior de armazenamento dos produtos importados pode elevar em 10% as despesas dos associados.

“Achamos que pode gerar um impacto de até 10% no custo, dependendo do produto. Se o importador de alimentos e bebidas vai repassar tudo isso, é difícil saber, porque depende de sua estratégia de negócios”, acrescenta. O movimento dos auditores da Receita Federal preocupa muito. Ele é como uma briga entre pai e mãe: a gente não quer se envolver, mas acaba apanhando. É válido protestar, mas punir o mercado por causa disso é desproporcional. Mercado e consumidor podem pagar uma conta que não precisam. Adilson Carvalhal Júnior, presidente da ABBA.

Castelo Branco, da Abimei, afirma que o movimento na Receita pode encarecer o preço de máquinas industriais na ponta final. “Se você precisa atender a demanda de mercado, mas não recebe a máquina, isso gera menos oferta que demanda. O preço sobe”, diz. “O povo não merece isso neste momento em que todos tentam sair da crise. O consumidor não tem culpa.”.

Impacto no setor de saúde Desde o início do movimento, o Sindifisco Nacional —sindicato que representa os auditores fiscais da Receita Federal— vem afirmando que a operação padrão não atingiria algumas categorias de produtos, como medicamentos e insumos para o setor de saúde, cargas vivas e alimentos perecíveis. Conforme o sindicato, existe uma preocupação especial com os produtos do setor de saúde, em função da pandemia de covid-19. Na última quinta-feira (20), a Abraidi (Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produto para Saúde) realizou uma enquete com seus associados, que participavam de uma conferência virtual. Em um universo de 43 empresas, 33 delas (77%) disseram ter enfrentado ou percebido algum problema com a importação de produtos da área de saúde nas duas semanas anteriores. Entre os problemas citados estão atrasos na liberação de produtos e na análise de documentos. Entre as empresas ligadas à Abraidi, estão importadores de próteses, órteses, implantes e equipamentos de proteção individual. No caso de próteses e órteses, 40% do mercado brasileiro é de importados, conforme a associação.

Em função da pandemia, os auditores da Receita estavam liberando normalmente produtos para a área de saúde. Mas nossos associados têm percebido dificuldades. Talvez não seja uma situação grave a ponto de desabastecimento, mas, se o movimento evoluir para uma greve ou permanecer por mais tempo, poderemos ter um problema maior. Bruno Bezerra, diretor-executivo da Abraidi Em conversa com o UOL, o presidente do Sindifisco, Isac Falcão, afirmou que mercadorias da área de saúde estão “passando normalmente” pelas alfândegas.

“Não admitimos, em hipótese nenhuma, que algum equipamento de saúde tenha morosidade”, diz Falcão. “Se isso está acontecendo, a pessoa responsável pela carga tem que procurar a autoridade do dia e informar a circunstância.”

Efeito econômico

Falcão afirma que, com o movimento dos auditores, o impacto sobre os diferentes setores da economia é inevitável. Cada categoria profissional, quando faz uma mobilização, reivindicando algum direito, cria impacto em algum setor. Não há uma mobilização que não impacte. Entendemos que o movimento dos auditores gera certo desconforto. Isac Falcão, presidente do Sindifisco.

Os auditores da Receita possuem duas demandas principais: o aumento do orçamento para atuação do órgão em 2022 e a regulamentação de um bônus por produtividade, criado por meio de lei em 2017. O bônus nunca foi pago aos servidores. “Os auditores têm um acordo com o governo federal que não é cumprido há cinco anos”, afirma Falcão, em referência ao bônus. “Será que estes segmentos [da economia] esperariam cinco anos para o cumprimento de um acordo?”, acrescenta, referindo-se às associações que manifestaram descontentamento com a operação padrão. Conforme Falcão, o movimento continuará até que as reivindicações sejam atendidas. Atualmente, conforme o sindicato, praticamente todos os auditores que atuam na atividade aduaneira no Brasil —cerca de mil trabalhadores— estão participando da operação padrão.

Receita e Ministério da Economia

A Receita Federal e o Ministério da Economia foram questionados pelo UOL sobre os efeitos da operação padrão dos auditores. Eles não se pronunciaram.

Comércio Exterior sofrerá com alta do frete e falta de contêiner até o 2º semestre de 2022, projeta especialista

Da Redação

Brasília – A crise do comércio internacional, gerada pela falta de contêineres em portos de todo o mundo e que provocou altas astronômicas nos preços dos fretes, somente deverá ser atenuada no segundo semestre de 2022 e até lá os países, e em especial o Brasil, terão que conviver com essa realidade que acarreta impacto no comércio exterior e contribui para alta expressiva na taxa de inflação, entre outros efeitos colaterais.

A avaliação foi feita por Jose Roberto Costa, Gerente de Logística da Vendemmia, em entrevista ao Comexdobrasil.com. Para ele, a crise tem pelo menos dois grandes responsáveis principais: a inação dos governos e as ações realizadas em série por um seleto grupo de armadores que controlam o transporte internacional de produtos.

Há cerca de dois anos, a Vendemmia fez o embarque de contêineres no porto de Neingbo-Zhoushan (que recentemente teve um de seus terminais fechado devido ao registro de um caso de Covid-19 e à passagem e um tufão) com destino ao Brasil ao preço de US$ 450. Hoje, transportar esse mesmo contêiner custa US$ 12,5 mil.  O fato leva o executivo a lembrar que  “havia uma brincadeira na empresa de que nós devíamos emoldurar o Conhecimento de Embarque nesse valor de US$ 450,  porque, caso contrário, ninguém iria acreditar”.

Com uma vasta experiência no comércio exterior, José Roberto Costa ressalta que “atualmente trabalho com importação, mas já fui executivo do Grupo Votorantim na área de exportação. Vivo o comércio exterior, converso com muita gente e tenho um bom relacionamento com os dois lados”.

Apesar de reconhecer a gravidade dos problemas que afetam toda a cadeia do comércio exterior, ele se diz um “otimista por natureza” e evita classificar, genericamente, o atual cenário global do comércio internacional como “apocalíptico”: “vejo uma adequação de vários produtos com um valor agregado de médio para alto com esse novo frete, e vejo uma situação apocalíptica para produtos de baixo valor agregado. Um exemplo: uma mercadoria que custa, dentro de um contêiner de 40 pés, entre US$ 5 mil e US$ 7 mil, ela vai pagar um frete de US$ 12,5 mil? Como incorporar esse custo ao valor da mercadoria? Impossível”.

Nesse contexto, o grande impacto da alta do frete incidirá sobre os produtos de baixíssimo valor agregado, como por exemplo as mercadorias  comercializadas na tradicional rua 25 de Março, da capital paulista e que abastece boa parte do pequeno varejo nacional.

Artigos como produtos e enfeites natalinos, acessórios, presentes de baixo custo estão sendo duramente afetados e a razão é simples: o valor da mercadoria dentro de um contêiner gira em torno de US$ 6 mil a US$ 7 mil e como é que se vai pagar Us$ 12,5 mil no frete. Por isso, o panorama nesse setor de baixíssimo valor agregado é considerado por muitos altamente preocupante.

Ante esse cenário, a cadeia comercializadora desses produtos passou a voltar sua atenção para a indústria nacional. É o que acontece por exemplo com o setor de brinquedos, que tem no dia 12 de outubro (Dia da Criança), a data responsável por 40% de suas vendas anuais.

Para a Associação dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), as dificuldades para importar matérias-primas acabou sendo um propulsor para a indústria nacional e a queda nas importações até o mês de agosto chegou a 49%. Antes da pandemia, o brinquedos importados respondiam por 48% do mercado brasileiro e hoje essa fatia é de apenas 27%.

Apesar disso, até o mês de agosto, as importações de carrinhos de bebês, brinquedos, jogos e artigos esportivos tiveram uma alta de 36,4% e totalizaram US$ 348,48 milhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.

Segundo José Roberto Costa, “com a crise, muitas empresas deixaram de importar e começaram a olhar para o produto brasileiro e passaram a consumir itens que há um ano e meio eram considerados muito caros”.

O executivo prevê que 2021 deverá ter um Natal “atípico”. Para ele, “será um Natal mais caro. Quem antecipou as compras se deu bem porque há seis meses pagou o frete a US$ 6 mil ou US$ 7 mil, contra os atuais US$ 12,5 mil ou US$ 13 mil. Vamos ter um Natal mais caro e um pouco diferente, porque não vai ter todo aquele leque de produtos normalmente disponibilizado à população pelas empresas que atuam no setor. Não teremos aquela grande oferta que víamos nos anos pré-pandemia”.

E se a situação é bastante grave no segmento dos produtos de baixo valor agregado, ela não deixa de ser também preocupante em relação aos bens de maior valor. À forte alta do custo do frete internacional, que tem, obrigatoriamente, que ser repassada ao consumidor final, se soma o fato de que os armadores não estão respeitando todos os contratos, mesmo aqueles firmados a longo termo e estão elevando os fretes em troca da garantia de espaços.

Em sua análise da crise, o especialista destaca que “primeiro tivemos uma grande falta de contêineres vazios na China. E, depois, com a falta de espaços nos navios por conta da explosão de consumo pós-pandemia que se verificou em todo o mundo, a situação só se agravou. Mas não se trata de algo ligado especificamente ao Brasil. O mundo inteiro consome mais. O que se ouve dizer é que hoje os Estados Unidos importam contêineres com produtos da China para a Costa Oeste a US$ 17 mil ou até US$ 18 mil sem reclamar, para ter espaço garantido. Bem diferente de nós, que lutamos por um frete menor”.

Armadores: lucros estratosféricos com a crise

José Roberto Costa não economiza críticas aos armadores, ainda que ressalte que a responsabilidade pela crise deve ser compartilhada: “existe uma parcela de culpa de todos os governos. O governo americano, por exemplo, tem um órgão que fiscaliza os armadores, a Federal Maritime Commission (FMC, na sigla em inglês). Esse órgão, do qual todo mundo fala muito bem, foi incapaz, nessa crise, de colocar os armadores numa posição de dificuldade, de fazê-los movimentar contêineres vazios que estavam em lugares onde não têm muito volume de carga, trazendo-os para os grandes portos de alta movimentação e evitando esses gigantescos backlogs existentes  nos grandes portos de todo o mundo, contribuindo para escoar os produtos e evitar o aumento abusivo dos fretes”.

Ante a inação da poderosa FMC americana e de uma OMC “esvaziada”, o especialista em logística volta suas críticas à postura dos armadores, que atuam livremente no mercado sem a ação de um órgão forte nos governos que os fiscalize.

Apesar de criticar a ação dos armadores, José Roberto Costa evita falar em uma ação orquestrada por parte desse seleto grupo que dita as regras (e sobretudo os preços) do transporte internacional de bens. Ele prefere citar que houve um conjunto de ações que gerou para os armadores ganhos excepcionais que eles nunca imaginaram ter antes da pandemia.

As ações conjuntas tiveram início há alguns anos, quando os grandes armadores passaram a comprar as empresas menores e isso fez com que hoje exista um “clube” restritíssimo de apenas dez armadores muito grandes de “full conteiners” e apenas seis deles dominam 80% do mercado global: “eles ditam as regras. Se por acaso faltar contêiner vazio, elevam o preço do frete”.

Outro expediente nefasto ao comércio internacional é usado pelas megaempresas que controlam o setor, a chamada “omissão de porto”. Com ela, a empresa deixa de passar com um navio num determinado porto e com isso passam a ter carga suficiente para o próximo navio e mais um pouco que sobra e com isso ela consegue elevar o preço do frete.

Esse tipo de “pequenas ações” fazem com que o frete permaneça no nível altíssimo em que se encontra hoje. A única maneira de evitar que essa situação permaneça ainda por muito tempo está, segundo  o diretor da Vendemmia, numa ação conjunta dos governos.

Para ele, “todos os governos deveriam atuar. Comenta-se que o governo chinês está agindo junto aos armadores locais para fazer com que eles busquem escoar as mercadorias, sob a justificativa de que isso está prejudicando a economia do país. Mas isso é pouco. Muito mais precisa ser feito para enfrentar uma situação em que existem armadores com até 3 mil contêineres de “backlog”. E esse é um armador que está apenas na sexta posição do ranking dos grandes empresários que atuam no setor”.

ABTTC e governo minimizam ação de armadores

Por sua vez, a Associação Brasileira dos Terminais Retroportuários e das Transportadoras de Contêineres (ABTTC)  afirma que a situação é difícil e está relacionada a uma realidade global de mercado, mas evita direcionar seu foco para a ação do pequeno grupo de armadores que controla o comércio internacional.

De acordo com o diretor-executivo da ABTTC, “a retomada da economia mundial e a alta demanda  nos grandes portos exportadores da Ásia, Estados Unidos e Europa, tem gerado grandes dificuldades aos armadores e infelizmente a expectativa é de que só será percebida uma leve melhora a partir de janeiro de 2022, podendo a situação ser equacionada, de fato, apenas no segundo semestre do próximo ano e, no caso do Brasil, desde que algumas transformações aconteçam no mercado exportador nacional”.

O Ministério da Infraestrutura (Minfra)  se diz “de mãos atadas” para o enfrentamento do problema. Segundo o órgão, “a falta de contêineres é um problema de escala global e o Ministério tem atuado junto às empresas e ouvido o setor para discutir alternativas que minimizem esse problema no Brasil, mas não possui competência para atuar diretamente visando reverter o que é uma escassez de mercado. A navegação é uma atividade realizada por empresas privadas e a disponibilidade de contêineres parte das estratégias operacionais de cada companhia”, afirmou o Ministério por meio de nota.

Recentemente, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou um estudo sobre o aumento do preço do frete por contêiner que chega ou sai dos portos brasileiro. E constatou que uma unidade originária de um porto asiático teve o valor do frete impactado em 446% (em dólar) entre janeiro de 2020 e setembro deste ano.

Aumento igualmente impressionante foi registrado no custo do frete das exportações nacionais. No período acima mencionado, o preço dolarizado de um contêiner com destino aos Estados Unidos subiu até 433%. Alta ainda maior foi registrada no transporte para um destino na costa Oeste da América do Sul nesse mesmo intervalo: 510%.

Para a Confederação, algumas particularidades brasileiras ajudam a agravar ainda mais a crise global do transporte: a posição de pouca relevância que o pais ocupa no comércio internacional de contêineres, no qual responde por irrelevante 1% das unidades movimentadas globalmente e a isso se alia o fato de que o Brasil apresenta desbalanceamento em determinados fluxos de carga, pois o país importa mais mercadorias contêinerizadas  do que exporta.

Pesquisa realizada pela CNI em agosto passado visando mapear os problemas enfrentados desde o início da pandemia envolveu 128 empresas e associações industriais. Da totalidade de empresas consultadas sobre suas exportações, 76% mencionaram aumento no valor do frete de exportação, 70% disseram ter sofrido com a falta de contêineres ou de navios e 65% mencionaram problemas com cancelamento, suspensão de escala ou prestação regular de serviços contratados.

Vendemmia em alta

Mesmo em um mais um ano marcado pelo enfrentamento da Covid-19 e fretes marítimos a preços astronômicos, e com o nebuloso cenário acima descrito, a Vendemmia teve um primeiro semestre de sucesso em suas atividades, com um volume de negócios 15% maior comparativamente ao registrado em igual período de 2020.

Segundo o sócio-fundador da empresa, Rafael Puglia, entre os setores em  que a Vendemmia se destacou estão energia solar, cosméticos, automotivo e healthcare. Ele disse esperar a continuidade desse resultado neste segundo semestre porque “o mercado logístico como um todo vem crescendo, mesmo com o cenário de incertezas relacionado aos fretes marítimos, à pandemia, câmbio e reforma tributária. Temos alguns segmentos aquecidos na economia que estão gerando uma série de oportunidades de negócios. A Vendemmia já atende alguns desses setores e possui capacidade instalada para atender ainda mais”.

José Roberto Costa lembra que recentemente a Vendemmia se tornou um dos principais operadores 4PL (Four Party Logistics), que atua como uma torre de controle que supervisiona todos os fornecedores de serviços, armazéns, empresas de envio e agentes de cargas, entre outros) do País e agora colhe os frutos de sua estratégia.

Com a inovação, assegura o executivo, “a empresa acaba de fornecer aos seus clientes uma solução de integração logística que envolve toda a cadeia, desde o momento da compra, quais são as melhores alternativas a sugerir, os cuidados no embarque, as ações de supply chain em diversos estados. Com isso,  trazemos grande segurança para a operação com um sistema robusto que permite ao cliente nos consultar a qualquer momento para saber onde a sua mercadoria se encontra. Graças à chamada tecnologia RFID (NR: de uso de etiquetas inteligentes que utiliza tecnologia de alta frequência para contar e rastrear produtos) e a outras ferramentas procuramos tornar mais fácil a vida dos nossos clientes e importadores”.

Para concluir, Jose Roberto Costa afirma que “vamos confiar que no segundo semestre de 2022 as coisas comecem a melhorar. Ouvi de dois armadores importantes que eles não pretendem aumentar até o fim deste ano os fretes dos chamados “boocking online”, que é diferente daquele sistema em que se fecha um contrato envolvendo um volume importante em vários navios. Este é para mim um bom sinal. É um indicador de que os preços dos fretes bateram no teto. Então, sou otimista e acredito em mudanças a partir do segundo semestre de 2022. Afinal, os armadores nunca ganharam tanto dinheiro na história do transporte internacional  como agora”.