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Superávit da balança comercial atinge US$ 34,077 bilhões até a segunda semana de agosto

Brasília – A balança comercial brasileira registrou exportações de US$ 3,444 bilhões e importações de US$ 3,721 bilhões na segunda semana de agosto, resultando num déficit de US$ 277 milhões.

No mês, as exportações somam US$ 5,814 bilhões e as importações, US$ 5,773 bilhões, com saldo positivo de US$ 41 milhões. No ano, as exportações totalizam US$ 142,274 bilhões e as importações, US$ 108,197 bilhões, com saldo positivo de US$ 34,077 bilhões.

Confira aqui os dados da balança comercial

Nas exportações, comparadas as médias até a segunda semana de agosto de 2018 (US$ 726,7 milhões) com a de agosto de 2017 (US$ 846,6 milhões), houve retração de 14,2%. Caíram as vendas de semimanufaturados (-30,3%), por conta de semimanufaturados de ferro e aço, açúcar em bruto e ferro-ligas; de manufaturados (-18,6%), devido a redução da exportação de aviões, automóveis de passageiros e açúcar refinado; e de produtos básicos (-2,9%), explicado pela redução das vendas externas de milho em grãos, carnes de frango, bovina e suína e café em grãos.

Nas importações, a média diária até a segunda semana de agosto de 2018 (US$ 721,7 milhões) ficou 19,6% acima da média de agosto de 2017 (US$ 603,4 milhões). Nesse comparativo, cresceram os gastos, principalmente, com químicos orgânicos e inorgânicos (32,8%), combustíveis e lubrificantes (32,3%), veículos automóveis e partes (25,2%), equipamentos mecânicos (17,2%) e equipamentos eletroeletrônicos (13,6%).

Semana

A média das exportações da segunda semana de agosto chegou a US$ 688,8 milhões, 12,8% abaixo da média primeira semana (US$ 789,9 milhões), em razão da queda nas exportações de semimanufaturados (-35,2%), por conta de celulose, açúcar em bruto e ouro em formas semimanufaturadas.

Também caíram, nesse comparativo, as vendas externas de produtos básicos (-11,0%), principalmente de petróleo em bruto, carnes bovina e de frango e café em grãos, e de manufaturados (-8,4%), em razão de etanol, motores para automóveis e tubos flexíveis de ferro e aço.

Já as importações registraram aumento de 8,8% da primeira para segunda semana de agosto. Houve aumento nos gastos com combustíveis e lubrificantes, farmacêuticos, equipamentos elétricos e eletrônicos.

Com informações do MDIC

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“Brasil não fez o dever de casa para agregar valor às exportações para a China”, diz consultor

“Não vejo nenhuma previsão de agregação de valor à pauta exportadora brasileira para a China. Essa pauta, concentrada em commodities, seguirá assim por muitos anos. E o motivo é simples: o Brasil não fez o dever de casa, no sentido de entender o consumidor chinês de forma bem clara, de ter um posicionamento estratégico voltado para China, de entender o modelo logístico adotado pelo país”. A afirmação foi feita por Gilberto Lima Júnior, Alto Representante da União dos Exportadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (UE-CPLP) e Presidente da Going Global Consulting ao analisar o intercâmbio comercial entre o Brasil e a China e mais particularmente a composição da pauta exportadora brasileira para o gigante asiático.

Gilberto Lima Júnior ressalta que várias das principais empresas brasileiras estão presentes na China, como é o caso a Embraer, WEG, Petrobras, Vale, Embraco, assim como existe um universo de empresas chinesas instaladas no Brasil. Ele lembrou ainda que “também há uma presença consistente sobretudo de prestadores de serviços, escritórios de advocacia, mas isso diante do volume de importação chinesa não é nada. Essas empresas que lá se encontram estão localizando a produção. Não é uma questão de embarque. Isso não entra na pauta exportadora, não entra efetivamente para efeito de balança comercial. A maioria das empresas brasileiras que lá estão instaladas estão produzindo localmente”.
De acordo com o Presidente da Going Global Consulting, a presença das empresas brasileiras atuando na China “é mais um efeito da globalização, da internacionalização, que da exportação propriamente dita. Ainda assim, essa é uma excelente estratégia. Seria ótimo se tivéssemos dez, vinte ou mesmo cem vezes mais empresas localizadas na China, assim como em qualquer outra parte do mundo. Teríamos muitos dividendos a serem remetidos ao Brasil todo final de ano e Balança de Pagamentos agradeceria, mas não é o caso”.

Para ele, o Brasil está muito distante de alcançar uma tão almejada diversificação da pauta exportadora para os chineses através da inclusão de produtos de maior valor agregado à relação dos itens embarcados para o país asiático: “somos fornecedores de commodities aos chineses e continuaremos sendo por muitos anos. Para mudar esse panorama é preciso conhecer melhor as necessidades do mercado chinês, entender melhor os hábitos de consumo de seus consumidores, estruturar o Marketing e Vendas. A China tem uma classe média que não chega a 8% da população e essa classe média tem um elevado poder de consumo e se encontra em ascensão. Trata-se de uma classe média que pode se ampliar a ponto de ter um volume de aquisição de produtos importados ainda maior e o Brasil não tem nenhum posicionamento estratégico junto a esse imenso mercado. Não sabemos adotar marketing de vendas, não conhecemos quais são os competidores das empresas brasileiras que lá estão, não sabemos aproveitar o poder dessa classe média”.

Segundo o consultor, não há motivo para se acreditar que os acordos nas áreas de comércio e investimentos anunciados por ocasião da visita do presidente Michel Temer à China venham a se traduzir em melhoria ou diversificação da pauta exportadora brasileira: “Eu não acredito nisso. Há uma esperança, e em nível da diplomacia brasileira se diz que como a China começou a terceirizar uma boa parte da produção local em função do problema ambiental, o país tenderia a buscar, dentro das chamadas cadeias globais de valor, alguma terceirização junto ao Brasil. Mas isso também não é computado em nível da pauta bilateral porque se a China tiver alguns elos de produção deslocados para cá, daqui sairão para terceiros países ou apenas atenderão demandas de nosso mercado interno”?
Após reiterar que “eu não vejo, no curto prazo, onde efetivamente agregar valor”, Gilberto Lima Júnior admite que “existem possibilidades nos setores em que o Brasil é um potencial fornecedor do mundo. Poderemos ter, por exemplo, carnes beneficiadas sendo embarcadas para a China, com algum nível de industrialização. Ou ao invés de exportar apenas frutas in natura, o Brasil poderia exportar polpa, compotas ou sumos industrializados, ou bananas desidratadas, ou coisas desse tipo. Na agregação de valor dentro das cadeias se requer entendimento dos canais chineses de distribuição, dos quais as empresas brasileiras são absolutamente desconhecedoras”

Em sua avaliação, Gilberto Lima Júnior volta a se referir à falta do “dever de casa” e explica melhor: “falta o cumprimento de uma série de ações por parte dos órgãos que são efetivamente responsáveis pelo apoio ao exportador. Existe um dever de casa bastante grande a ser feito. Não se trata apenas de elaborar estudos por parte do MDIC, mas que sejam feitos mas que sejam feitos estudos efetivos com mapeamento de canais, fazer com que as bases da Apex-Brasil em Pequim e Xangai desenvolvam um levantamento de pesquisa de canais de distribuição, que treinem os exportadores brasileiros no sentido de compreender a qualificação de quem compra, como compra, o entendimento da concorrência, o posicionamento estratégico. Talvez tenha que ter um centro de distribuição contratado dentro de uma estratégia alfandegária inteligente. Isso tudo está por se fazer. Esses deveres de casa ainda não foram feitos como deveriam e não se pode dizer que o Brasil não tenha tudo isso em relação a outros países. O Brasil tem muito bem dominado esse conhecimento em relação a outros mercados. Em relação à China é preciso que isso venha a ser preenchido”.

Santos Brasil

Analistas mantêm projeção de superávit de US$ 51,10 bilhões para balança comercial em 2016

A exemplo do que aconteceu na semana passada, instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) mantiveram a expectativa de que a balança comercial brasileira deverá fechar o ano de 2016 com um superávit de US$ 51,10 bilhões. Para 2017, os analistas dessas instituições também continuam apostando num saldo a ordem de US$ 50 bilhões.

Ao mesmo tempo, os economistas consultados pelo BC esperam um encolhimento um pouco menor da economia em 2016. A estimativa para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 3,27% para 3,24%. Para 2017, a projeção de crescimento segue em 1,1% há duas semanas consecutivas. As projeções fazem parte de pesquisa feita todas as semanas pelo BC sobre os principais indicadores da economia. Ela é divulgada às segundas-feiras.

A projeção das instituições financeiras para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi mantida em 7,21%. Para 2017, a estimativa caiu de 5,29% para 5,20%.

As estimativas estão distantes do centro da meta de inflação de 4,5%. Para este ano, a projeção ultrapassa também o limite superior da meta: 6,5%. O teto da meta em 2017 é 6%.

É função do BC fazer com que a inflação fique dentro da meta. Um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e a inflação é a taxa básica de juros, a Selic.

Taxa Selic

Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.

O BC tem que encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa básica de juros, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. Atualmente, a Selic está em 14,25% ao ano.

A expectativa das instituições financeiras para a taxa ao final de 2016 subiu de 13,25% para 13,50% ao ano. Para o fim de 2017, a expectativa para a taxa básica permanece em 11% ao ano, há cinco semanas consecutivas.

A projeção para a cotação do dólar foi alterada de R$ 3,34 para R$ 3,30 ao final de 2016, e mantida em R$ 3,50 no fim de 2017.

(*) Com informações da Agência Brasil

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MDIC lança o Comex Vis, a nova ferramenta de acesso aos dados de comércio exterior

Jornalistas da área econômica, que analisam e publicam dados da balança comercial brasileira, divulgada pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), participaram, na manhã desta quinta-feira (28), de workshop de apresentação da nova estrutura de divulgação de dados de comércio exterior.

Além de mudar o formato de publicação das planilhas, a partir de hoje o Ministério conta também com outra inovação: a ferramenta Comex Vis, que permite visualizações interativas das estatísticas. O workshop foi aberto pelo secretário de Comércio Exterior do MDIC, Daniel Godinho, que reiterou o compromisso do governo com a transparência. “Isso não se limita a apenas divulgar os dados, mas também difundir as estatísticas de comércio exterior de maneira cada vez mais fácil, transparente e inclusiva”, explicou.

Houve um aprimoramento global na forma de divulgação dos dados. Dessa forma, o MDIC pretende atender a demandas distintas, incluindo desde analistas de mercado, pesquisadores acadêmicos, empresários e imprensa, entre outros públicos.

Comex Vis

O analista de comércio exterior do MDIC, Saulo de Souza Guerra Ferreira, um dos expositores do encontro, explicou o funcionamento da Comex Vis, uma ferramenta de visualização interativa online, em que é possível navegar e interagir com gráficos e informações das exportações e importações brasileiras.

A base integral da série histórica, de 1997 a 2016, já está disponível, com dados sobre o Brasil, blocos comerciais ou por continente, e países parceiros. Os gráficos apresentam dados anuais e por período acumulado. Também é possível fazer recorte por país e produto, período, verificar valores e percentuais, traçar comparativos, entre outras facilidades.

Não é necessário conhecimento avançado para acessar o Comex Vis. Além disso, o portal é responsivo, o que permite leitura em smartphones e tablets igualmente. A proposta é que até o final do ano sejam incorporadas visualizações adicionais, como dados por UF ou pesquisa por produtos. As formas de divulgação atuais serão mantidas, pois foram desenhadas para públicos específicos. Essa nova ferramenta complementa o processo atual de divulgação de dados.

“A plataforma foi desenvolvida pela própria equipe da Diretoria de Estatística e Apoio à Exportação da Secex, utilizando os instrumentos mais modernos de visualização de dados estatísticos em utilização hoje no mundo, a custo zero”, destacou Godinho.

Fonte: MDIC