courospeles1

Receita com exportações de couros cresce 5,8% e totaliza US$ 178,5 milhões até agosto

As exportações brasileiras de couros e peles registraram crescimento no resultado do mês de agosto. No período, foram vendidos ao mercado externo US$ 178,5 milhões, uma alta de 5,1% em relação ao mesmo mês de 2015. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), com análise da Inteligência Comercial do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).

Estes números, pontua o presidente executivo do CICB, José Fernando Bello, têm grande influência dos couros exportados com maior valor agregado – os tipos semi e acabado – que respondem por mais de 70% das vendas brasileiras no comércio internacional. “Agosto trouxe um resultado positivo, mas há um movimento expressivo em curso por parte do exportador brasileiro para que mercados já conquistados não se percam em função do momento difícil que vivemos para a exportação”, avalia o presidente.

Bello destaca que o câmbio em constante oscilação tem sido um fator preponderante para a dificuldade no fechamento de negócios e que medidas a partir do executivo poderiam atenuar essa situação – como o retorno do Reintegra (programa que devolve resíduo tributário para empresas exportadoras) e facilidade de acesso e aumento dos limites de financiamento via Proex.

Os desafios apontados por Bello e o movimento do setor do couro brasileiro dentro do comércio mundial podem ser analisados pontualmente com o panorama do ano das exportações brasileiras. Mesmo com o crescimento das vendas em agosto, há registro de 13,4% a menos em dólares no acumulado do ano em comparação com os oito primeiros meses de 2015, mas, em contrapartida, uma alta expressiva em volumes no mesmo período, com 11,3% a mais em metragem quadrada comercializada (ao todo, 133,1 milhões de metros quadrados de janeiro a agosto de 2016). “São dados que mostram com muita clareza o trabalho do exportador brasileiro e as dificuldades que estamos enfrentando, apesar do Brasil ser há anos um dos protagonistas mundiais do setor, com reconhecimento de seu produto em atributos como qualidade, design e sustentabilidade”, frisa o gestor.

China / Hong Kong, Itália, Estados Unidos e Vietnã são os principais compradores de couro do Brasil neste período e Rio Grande do Sul e São Paulo os principais vendedores, nesta ordem.

Fonte: CICB

conteiner-640x294

Exportações para países árabes crescem 17% em agosto e interrompem cinco meses de queda

Após cinco meses de queda, as exportações do Brasil para o mercado árabe voltaram a subir em agosto. O avanço sobre o mesmo mês do ano passado foi de 17%, de acordo com números do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) compilados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. A receita gerada com as vendas foi de US$ 1,2 bilhão no mês passado contra US$ 1 bilhão em agosto de 2015. Desde o começo do ano, as exportações só haviam subido em fevereiro na comparação anual, além de agosto.

As vendas brasileiras para a região foram impulsionadas principalmente pelo açúcar. Os brasileiros faturaram US$ 380 milhões com exportação da commodity para os árabes em agosto, US$ 251,5 milhões acima do valor registrado no oitavo mês do ano passado, quando a venda do produto somou US$ 128,8 milhões. O diretor geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, lembra que em setembro deste ano ocorre o Eíd Al-Adha, festividade que ocorre 40 dias após o Ramadã, e acredita que em função disso os envios de açúcar aumentaram.

O preço médio do açúcar comercializado pelas usinas brasileiras para a região subiu 3% no período. A cotação influenciou no aumento de 195% na receita obtida pelo Brasil com a exportação do produto para os árabes, mas também houve crescimento nos volumes embarcados, em 128%. Os três maiores compradores árabes de mercadorias brasileiras aumentaram as importações de açúcar: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Egito.

Mas também houve crescimento nas exportações de outros produtos, como animais vivos, materiais de defesa, veículos e aeronaves. Alguns produtos que normalmente figuram entre os principais da pauta, no entanto, tiveram queda de exportações. É o caso da carne de frango, cujas vendas recuaram 11% em receita, da carne bovina, com comercialização 9,8% menor, e do minério, com queda de 3,3%. Também caíram as exportações de milho, em 46%, e do arroz, em 47%.

Apesar do desempenho positivo de agosto, o resultado não conseguiu reverter a queda no ano. De janeiro a agosto, as exportações do Brasil para os árabes caíram 8,3% e somaram US$ 7,4 bilhões. O diretor geral da Câmara Árabe espera que o resultado de agosto se mantenha nos demais meses e assim as vendas possam chegar ao final de 2016 estáveis.

Os países árabes convivem com receitas menores em função do preço baixo do petróleo, mas Alaby não acredita que isso impacte muito o comércio com o Brasil. “Eles dependem de alimentos, então não vejo muitos problemas para o Brasil”, diz. Os países árabes importam grande parte dos alimentos que consomem e o Brasil vende principalmente esses produtos para eles. Carnes e açúcar ocupam os principais lugares da pauta de comércio com a região, junto com o minério.

As importações brasileiras de produtos árabes também subiram em agosto. As compras avançaram 28% em receita sobre igual mês de 2015, principalmente em função de compras de petróleo e derivados, e de fertilizantes. No primeiro caso, o avanço foi de 22%, para US$ 268 milhões, e no segundo, o crescimento foi de 42%, para US$ 153 milhões. No geral, o Brasil importou US$ 446 milhões em mercadorias do mercado árabe em agosto. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, as importações somam US$ 3,7 bilhões, com queda de 16%.

Fonte: ANBA

foto-navio-carga-carregado-azul

Apex promove Fórum e Rodada de Negócios para apoiar mulheres empreendedoras na exportação

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) realiza no dia 22 de setembro, em São Paulo, uma série de ações voltadas a mulheres empreendedoras que querem se inserir no mercado internacional. As ações serão realizadas no âmbito da 5ª edição do Fórum Empreendedoras, organizado pela Rede Mulheres Empreendedoras no hotel Maksoud Plaza, em São Paulo.

A principal ação organizada pela Apex-Brasil no evento é a Rodada de Negócios Internacional, que tem por objetivo aproximar empresas brasileiras lideradas por mulheres – dos setores de alimentos e bebidas, moda, casa e construção – a potenciais clientes no exterior.

Participarão da iniciativa 56 empreendedoras brasileiras. Na manhã do dia 22, um grupo de 48 empresárias se reunirá com oito tradings brasileiras (comerciais exportadoras), que poderão auxiliá-las a colocar seus produtos no mercado internacional. E, à tarde, 33 empresárias já experientes na exportação terão reuniões com sete compradores internacionais, sendo três do Peru, três da Colômbia e um do Panamá.

Além disto, durante o evento, será oferecida mentoria/ atendimento para empreendedoras interessadas em exportar, conduzidos por representantes do PEIEX – Programa de Qualificação para Exportação do Peiex, por meio de parceria da Apex-Brasil com a Investe SP, e da WEConnect International, instituição que certifica fornecedoras e as conecta à uma ampla base de compradores internacionais, que desenvolvem programas de Diversidade e Inclusão em suas cadeias globais e, neste sentido, compram de empresas lideradas por mulheres, principalmente dos setores de serviço, como os de economia criativa.

Na tarde do dia 22, a Apex-Brasil liderará o painel Mulheres na Exportação, Lições e Casos de Sucesso, que contará com a participação das empreendedoras Andrea Cunha (Papel Semente), Beatriz Cricci (Br Goods) e da estilista e empresária Cecília Prado. A mediação será feita por Sandra Boccia, diretora de redação da Revista PEGN e por Adriana Rodrigues, coordenadora de Competitividade da Apex-Brasil.

No dia 23, as oito tradings se reunirão com os sete compradores internacionais, em busca de novas oportunidades de negócios. Os estrangeiros também farão visitas técnicas em empresas lideradas por mulheres, em São Paulo.

Mulheres na Exportação

As ações no V Fórum Empreendedoras estão sendo realizadas em função da parceria entre a Rede Mulher Empreendedora e o projeto Mulheres na Exportação da Apex-Brasil, que visa aumentar a inserção econômica de mulheres por meio da exportação e da atração de investimentos de impacto e, ainda, incrementar a participação de empresas lideradas por mulheres na base exportadora brasileira.

V Fórum Empreendedoras

O evento, do qual a Apex-Brasil é uma das patrocinadoras, debaterá o tema ”Tecnologia e inovação para mulheres empreendedoras” e contará com oito painéis diferentes, duas palestras, sala de mentoria e ações de networking. Serão apresentadas histórias inéditas de mulheres que estão envolvidas com o mercado empreendedor e de tecnologia.

O V Fórum Empreendedoras trará em primeira mão a apresentação inédita de uma pesquisa nacional sobre o perfil da empreendedora no Brasil realizada pela Rede Mulher Empreendedora com o apoio das empresas AVON e ITAU.

Fonte: Apex-Brasil

Gilberto_lima_junior-1-648x294

“Brasil não fez o dever de casa para agregar valor às exportações para a China”, diz consultor

“Não vejo nenhuma previsão de agregação de valor à pauta exportadora brasileira para a China. Essa pauta, concentrada em commodities, seguirá assim por muitos anos. E o motivo é simples: o Brasil não fez o dever de casa, no sentido de entender o consumidor chinês de forma bem clara, de ter um posicionamento estratégico voltado para China, de entender o modelo logístico adotado pelo país”. A afirmação foi feita por Gilberto Lima Júnior, Alto Representante da União dos Exportadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (UE-CPLP) e Presidente da Going Global Consulting ao analisar o intercâmbio comercial entre o Brasil e a China e mais particularmente a composição da pauta exportadora brasileira para o gigante asiático.

Gilberto Lima Júnior ressalta que várias das principais empresas brasileiras estão presentes na China, como é o caso a Embraer, WEG, Petrobras, Vale, Embraco, assim como existe um universo de empresas chinesas instaladas no Brasil. Ele lembrou ainda que “também há uma presença consistente sobretudo de prestadores de serviços, escritórios de advocacia, mas isso diante do volume de importação chinesa não é nada. Essas empresas que lá se encontram estão localizando a produção. Não é uma questão de embarque. Isso não entra na pauta exportadora, não entra efetivamente para efeito de balança comercial. A maioria das empresas brasileiras que lá estão instaladas estão produzindo localmente”.
De acordo com o Presidente da Going Global Consulting, a presença das empresas brasileiras atuando na China “é mais um efeito da globalização, da internacionalização, que da exportação propriamente dita. Ainda assim, essa é uma excelente estratégia. Seria ótimo se tivéssemos dez, vinte ou mesmo cem vezes mais empresas localizadas na China, assim como em qualquer outra parte do mundo. Teríamos muitos dividendos a serem remetidos ao Brasil todo final de ano e Balança de Pagamentos agradeceria, mas não é o caso”.

Para ele, o Brasil está muito distante de alcançar uma tão almejada diversificação da pauta exportadora para os chineses através da inclusão de produtos de maior valor agregado à relação dos itens embarcados para o país asiático: “somos fornecedores de commodities aos chineses e continuaremos sendo por muitos anos. Para mudar esse panorama é preciso conhecer melhor as necessidades do mercado chinês, entender melhor os hábitos de consumo de seus consumidores, estruturar o Marketing e Vendas. A China tem uma classe média que não chega a 8% da população e essa classe média tem um elevado poder de consumo e se encontra em ascensão. Trata-se de uma classe média que pode se ampliar a ponto de ter um volume de aquisição de produtos importados ainda maior e o Brasil não tem nenhum posicionamento estratégico junto a esse imenso mercado. Não sabemos adotar marketing de vendas, não conhecemos quais são os competidores das empresas brasileiras que lá estão, não sabemos aproveitar o poder dessa classe média”.

Segundo o consultor, não há motivo para se acreditar que os acordos nas áreas de comércio e investimentos anunciados por ocasião da visita do presidente Michel Temer à China venham a se traduzir em melhoria ou diversificação da pauta exportadora brasileira: “Eu não acredito nisso. Há uma esperança, e em nível da diplomacia brasileira se diz que como a China começou a terceirizar uma boa parte da produção local em função do problema ambiental, o país tenderia a buscar, dentro das chamadas cadeias globais de valor, alguma terceirização junto ao Brasil. Mas isso também não é computado em nível da pauta bilateral porque se a China tiver alguns elos de produção deslocados para cá, daqui sairão para terceiros países ou apenas atenderão demandas de nosso mercado interno”?
Após reiterar que “eu não vejo, no curto prazo, onde efetivamente agregar valor”, Gilberto Lima Júnior admite que “existem possibilidades nos setores em que o Brasil é um potencial fornecedor do mundo. Poderemos ter, por exemplo, carnes beneficiadas sendo embarcadas para a China, com algum nível de industrialização. Ou ao invés de exportar apenas frutas in natura, o Brasil poderia exportar polpa, compotas ou sumos industrializados, ou bananas desidratadas, ou coisas desse tipo. Na agregação de valor dentro das cadeias se requer entendimento dos canais chineses de distribuição, dos quais as empresas brasileiras são absolutamente desconhecedoras”

Em sua avaliação, Gilberto Lima Júnior volta a se referir à falta do “dever de casa” e explica melhor: “falta o cumprimento de uma série de ações por parte dos órgãos que são efetivamente responsáveis pelo apoio ao exportador. Existe um dever de casa bastante grande a ser feito. Não se trata apenas de elaborar estudos por parte do MDIC, mas que sejam feitos mas que sejam feitos estudos efetivos com mapeamento de canais, fazer com que as bases da Apex-Brasil em Pequim e Xangai desenvolvam um levantamento de pesquisa de canais de distribuição, que treinem os exportadores brasileiros no sentido de compreender a qualificação de quem compra, como compra, o entendimento da concorrência, o posicionamento estratégico. Talvez tenha que ter um centro de distribuição contratado dentro de uma estratégia alfandegária inteligente. Isso tudo está por se fazer. Esses deveres de casa ainda não foram feitos como deveriam e não se pode dizer que o Brasil não tenha tudo isso em relação a outros países. O Brasil tem muito bem dominado esse conhecimento em relação a outros mercados. Em relação à China é preciso que isso venha a ser preenchido”.

Santos Brasil

Secretário do MDIC vê sinais de retomada da atividade econômica com aumento das importações

Uma redução na queda das importações brasileiras, verificada nos últimos três meses, pode ser sinal do início da recuperação da atividade econômica no país, disse (1°) o diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Herlon Brandão, ao comentar os resultados da balança comercial de agosto.
As importações estão tradicionalmente atreladas à atividade econômica, já que abarcam a compra de bens intermediários e bens de capital utilizados na produção industrial. De janeiro a agosto deste ano, as importações brasileiras caíram 25,5% ante igual período de 2015.

No entanto, o governo avalia que a trajetória das compras no exterior começa a melhorar a partir de junho, com destaque para agosto. Naquele mês, a queda no valor importado ficou em 19,3% ante igual período de 2015. Em julho, o recuo foi de 20,3%. Em agosto, ficou em um dígito, somando 8,3%. O cálculo é feito segundo a média diária, que expressa o volume negociado por dia útil.

“Essa queda de 8,3% é a menor redução de importação desde novembro de 2014, que havia sido 5,5%. Para se ter uma ideia, em janeiro deste ano, a queda chegava a 36%. Isso já pode ser um sinal da economia”, afirmou Herlon Brandão. Ele destacou, entretanto, que “ainda é cedo para falar”.

No acumulado do ano, as importações de bens de capital e bens intermediários continuam com queda de dois dígitos. As aquisições dos primeiros recuaram 21,6% ante janeiro a agosto de 2015, enquanto as compras de bens intermediários caíram 22,1% ante igual período.

Quando analisado apenas o mês de agosto, as importações de bens de capital ainda têm queda de 31% na comparação com agosto de 2015. As compras de bens intermediários, no entanto, recuaram apenas 0,5%, mantendo-se quase estáveis.

Exportações

Por outro lado, a previsão do governo de que as exportações voltariam a crescer neste ano ainda não se concretizou. As vendas externas do país acumulam queda de 4,9% no ano segundo o critério da média diária, em relação ao período de janeiro a agosto em 2015.

O saldo positivo da balança comercial, tanto em agosto quanto no acumulado do ano, deve-se ao fato de as importações estarem caindo em ritmo mais acentuado que as vendas externas. Ainda assim, Herlon Brandão destacou como positivo o superávit recorde registrado em 2016.

“O saldo comercial ajuda nas contas externas, e esperamos que as importações sejam um sinal de melhora na atividade”, ressaltou. A balança está positiva em US$ 32,4 bilhões de janeiro a agosto, melhor resultado para o período desde o início da série histórica, em 1989. Em agosto, o saldo positivo foi de US$ 4,14 bilhões, segundo melhor da história, perdendo apenas para 2006.

Entre destaques dos produtos exportados no mês passado estão aviões, com crescimento de 102,3%; açúcar bruto, com alta de 72,2%; e automóveis de passageiros, com alta de 66,2%.

O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços mantém a projeção de que a balança fechará este ano com saldo positivo entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões. O resultado pode ultrapassar o recorde anual, de superávit de US$ 46,5 bilhões, alcançado em 2006.

Fonte: Agência Brasil

importacao-fornecedores

Índia figura entre os países-alvo de ação mais agressiva de promoção comercial do Brasil

A Índia integra o seleto grupo de quatro países e blocos econômicos (os demais são os Estados Unidos, União Europeia e a China) junto aos quais o governo brasileiro pretende implementar uma ação agressiva no esforço de ampliar as exportações brasileiras para grandes mercados.

E talvez em nenhum deles o Brasil realmente necessite tanto de reforçar sua presença, utilizar recursos de inteligência comercial e encontrar meios de recuperar o terreno perdido especialmente em 2016, quando tanto as exportações brasileiras quanto as vendas indianas desabaram e devem fechar o ano próximas do nível registrado em 2009.

O ano de 2014 constitui um marco na história do intercâmbio comercial brasileiro-indiano. Naquele ano, o fluxo de comércio bilateral atingiu o recorde histórico de US$ 11,429 bilhões, com exportações brasileiras no montante de US$ 4,778 bilhões (alta de 52,99% sobre 2013) e vendas indianas no total de US$ 6,640 bilhões (aumento de 4,45% sobre o ano anterior). Naquele ano, a Índia foi o destino final de 2,13% das exportações totais do Brasil e forneceu ao país 2,90% de todo o volume importado pelas empresas brasileiras. Em 2014, a balança comercial bilateral proporcionou à Índia um superávit de US$ 1,852 bilhão.

Após atingir números recordes em 2015, o fluxo de comércio entre os dois países entrou em forte declínio no ano seguinte, quando as exportações brasileiras despencaram -24,46% para US$ 3,617 bilhões e as vendas indianas experimentaram um recuo ainda mais expressivo de -35,4% e somaram US$ 4,290 bilhões, gerando um saldo em favor da Índia no total de US$ 672 milhões. Com exportações e importações em queda, também cairam a participação da Índia como destino das exportações brasileiras (1,8%) e nas importações (2,50%).

E se os números de 2015 já não eram motivo para comemoração, em 2016 o comércio bilateral enfrenta uma queda bem mais aguda. De janeiro a agosto as exportações brasileiras tiveram uma forte queda de -24,32% e somaram pouco mais de US$ 1,782 bilhão. Na outra ponta, as vendas indianas levaram um tombo ainda maior e despencaram impressionantes -47,54% e totalizaram US$ 1,592 bilhões.

E a exemplo do que vem acontecendo nos últimos anos, também em 2016 registra-se uma importante queda na participação da Índia como parceiro comercial do Brasil. Nos oito primeiros meses do ano, a Índia importou apenas 1,44% de todo o volume exportado pelo Brasil e forneceu apenas 1,75% de todo o volume importado pelo Brasil. Com esses números, a Índia figurou em décimo-quarto lugar entre os principais mercados para os produtos brasileiros no exterior e em décimo-segundo lugar entre os maiores abastecedores do mercado brasileiro.

Apesar dos números declinantes, a Índia é, inegavelmente, um dos mercados mais receptivos aos produtos brasileiros no exterior. E entre os grandes parceiros comerciais, poucos países se mostram tão abertos à importação de bens semimanufaturados e industrializados brasileiros como a Índia.

No período, 47,4% das exportações foram de semimanufaturados, no total de US$ 844 milhões (alta de 5,7% sobre igual período do ano passado). Enquanto isso, os embarques de produtos industrializados teve uma participação de 18,4% no volume exportado e geraram uma receita de US$ 329 milhões (queda de 15,8% em relação ao período janeiro/agosto de 2015). Por sua vez, a receita obtida com a venda de produtos básicos (participação de 34,1% nas vendas totais) somou US$ 608 milhões (com uma forte retração de 47,8% em comparação com idêntico período de 2015).

Enquanto a pauta exportadora brasileira apresenta equilíbrio entre as categorias de produtos, a relação dos produtos exportados pela Índia para o Brasil é marcada por uma forte concentração nos produtos industrializados, de maior valor agregado. De janeiro a agosto , apesar de registrarem uma queda expressiva de 48,3%, esses itens foram responsáveis por uma receita no valor de US$ 1,52 bilhão, correspondentes a 95,4% de todo o volume negociado com o Brasil.

Por sua vez, a participação dos produtos semimanufaturados e básicos foi praticamente marginal: respectivamente US$ 45 milhões, correspondentes a apenas 2,82% das exportações e US$ 28 milhões, equivalentes a apenas 1,78% de todo o volume exportado pela Índia para o Brasil.

Apesar dos números declinantes, analistas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e da Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) mostram confiança em que as perspectivas de retomada do fluxo de comércio com a Índia é questão de tempo e que números positivos devem ser alcançados já a partir de 2017.

Para que isso aconteça, esses analistas consideram importante o fato de a Índia figurar entre os países junto aos quais o Brasil buscará implementar uma política mais agressiva visando identificar novas oportunidades de negócios e aumentar o fluxo comercial.

Segundo a Apex-Brasil, “uma via importante para alcançar esse objetivo será convencer as empresas brasileiras a buscar uma maior presença no mercado indiano (assim como também nos Estados Unidos, na União Europeia e na China), seja por meio da instalação de subsidiárias, de associações com empresas locais ou mesmo de franquias”.

Essa é corroborada pelo embaixador Rodrigo Azeredo (diretor do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos do Ministério das Relações Exteriores e futuro embaixador do Brasil no Irã), para quem “existem iniciativas para os grandes mercados, como o indiano, mas falta a definição de ações mais abrangentes para o desenvolvimento de parcerias”.

No governo brasileiro existe a consciência de que um número importante de empresas nacionais já se internacionalizaram há alguns anos, mas ainda assim esse número não é suficiente e precisa ser ampliado: “investir e produzir localmente é uma estratégia mais duradoura de relação comercial”, sinaliza o embaixador Azeredo. Esse raciocínio se aplica plenamente num mercado com as dimensões, a diversidade e as peculiaridades do mercado indiano.

Logo Sebrae

Simples Internacional deverá ampliar participação das PMEs nas exportações para a Argentina

O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, esteve reunido, na tarde da última terça-feira (30), com o futuro embaixador do Brasil na Argentina, Sérgio Danese, para tratar da criação do Simples Internacional, que permitirá a ampliação das exportações de micro e pequenas empresas brasileiras, o aumento do intercâmbio comercial e a redução de custos e de tempo das operações. A intenção é que o primeiro país parceiro nesse projeto seja a Argentina.

“A globalização ainda não chegou nos pequenos negócios. Eles têm uma enorme barreira de custos de exportações que são intransponíveis. O Simples Internacional irá derrubar essas barreiras. Queremos começar pela Argentina. Somos países com economias complementares”, afirmou o presidente do Sebrae. Ele ressaltou que exportar para a Argentina deve ser tão fácil quanto vender para um estado brasileiro e que o Simples Internacional permitirá isso.

O futuro embaixador Sérgio Danese destacou que a adoção do Sistema de Moeda Local (SML) será um importante mecanismo para derrubar as barreiras que dificultam as exportações e que esse deve ser um dos pilares desse sistema. De acordo com ele, o Sebrae terá um importante papel na divulgação desse sistema. “O Sebrae tem uma capilaridade que pouca gente tem. Para o pequeno, essa pode ser a chave para ele resolver os problemas que têm para exportar”, disse.

O SML é um sistema de pagamentos que permite que remetentes e destinatários, nos países que integram o sistema, façam e recebam pagamentos de transações comerciais em suas respectivas moedas. O Sistema já pode ser utilizado para operações comerciais realizadas entre o Brasil e a Argentina, por exemplo.

O Simples Internacional quer simplificar todos os procedimentos necessários para exportar, sejam eles burocráticos, tarifários, logísticos e de meio de pagamentos. Ele será o responsável por realizar toda a tramitação burocrática para a exportação do pequeno empresário, como licenciamento, despacho aduaneiro, consolidação de carga, seguro, câmbio, transporte e armazenagem.

Fonte: Sebrae

varios-tipos-de-castanhas-sementes-e-nozes-foto-krzysztof-slusarczykshutterstockcom-00000000000000A0

“Temos muito o que crescer”, afirma dirigente do CIESP sobre mercado de nozes e castanhas

O potencial de mercado é enorme. Basta parar e observar que, assim como você, mais pessoas incluem, todos os dias, as nozes e castanhas como opção saudável de alimentação. Uma escolha que, do campo à mesa, tem tudo para ganhar força no Brasil. Para debater o assunto e apresentar os exemplos das empresas e as mais recentes pesquisas acadêmicas na área, será realizado, nesta segunda-feira (29/08), o V Encontro Brasileiro e I Encontro Latino Americano de Nozes e Castanhas. O evento será na sede da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), na Avenida Paulista, das 8h às 15h30.

“Em 2015, o Brasil exportou US$ 135 milhões em nozes. No Chile, esse valor foi de US$ 300 milhões”, afirma o 3º vice-presidente do Ciesp e diretor de Nozes e Castanhas do Departamento de Agronegócio da Fiesp (Deagro), José Eduardo Camargo. “Temos muito o que crescer: no Chile, o aumento das vendas externas foi de 15 vezes nos últimos dez anos”.

Para exemplificar o que diz, Camargo conta que, somente no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, as exportações de nozes foram de US$ 7,2 bilhões em 2015. “Podemos abrir mercado, criar uma nova fonte de negócios para o Brasil”.

Segundo ele, para chegarmos lá é preciso que exista uma união entre “os agricultores, os industriais e o governo”. “Segundo o International Nut and Died Fruit Council (INC), o crescimento anual de nozes e castanhas é de 8% em todo o mundo, com um aumento de preço em dólares de 400% nos últimos dez anos”, afirma.

Além disso, a indústria de alimentos cada vez mais usa esses itens em seus produtos, como pães e biscoitos, por exemplo.

Participação Internacional

Nessa linha de expansão, o V Encontro Brasileiro e I Encontro Latino Americano de Nozes e Castanhas receberá empresas brasileiras e da Argentina, Bolívia, Chile e Equador.

Nos painéis de debates, destaque para a experiência chilena, o potencial de mercado na área na América Latina, produtos e distribuição e ações bem-sucedidas de empresas produtoras.

Para saber mais sobre o evento, clicar aqui.

Fonte: Fiesp

colchao_inteligente-640x294

Gaúcha Colchão Inteligente inaugura linhas de montagens e franquias no Líbano e nos Emirados Árabes

A Colchão Inteligente, indústria brasileira de colchões ortopédicos e terapêuticos, deve apresentar em breve sua marca no mercado árabe. A empresa está negociando com um empresário libanês a abertura de uma linha de montagem para os colchões no país e a inauguração de dez lojas. Ainda não há data definida para o início das operações, de acordo com a gerente de Marketing, Daniela Ramme.

A indústria está em processo de expansão internacional e se diz preparada para abrir duas novas fábricas por ano nos próximos dois anos no exterior. Há negociações em curso com Alemanha, Portugal e Emirados Árabes Unidos, além do Líbano. A empresa acredita que a linha de montagem nos Emirados será aberta já no ano que vem. “Nossa pesquisa de mercado verificou que o povo árabe tem muitos problemas (de coluna) e que o produto pode ajudar e levar mais qualidade de vida a eles”, afirmou Ramme à ANBA por email.

A Colchão Inteligente já tem unidade de montagem na Argentina e inaugura em setembro uma em Orlando, nos Estados Unidos. No mercado norte-americano também serão abertas quatro franquias. A expansão para fora do Brasil é feita com parcerias. Se o investidor quiser colocar uma linha de montagem e distribuir o produto através de franquias em determinado país, a empresa monta uma linha de produção de baixo custo e logística eficiente, segundo Ramme. “A marca está crescendo, pois o produto é único e o resultado, excelente”, diz.

Os colchões são comercializados por meio de franquias. A Colchão Inteligente tem mais de 20 franquias no Brasil. No exterior elas estão onde a empresa tem fábricas, na Argentina, e em breve nos Estados Unidos. Mas a empresa atende a partir do Brasil clientes em qualquer parte do mundo, com atendimento personalizado à distância, segundo a gerente. Os colchões são todos feitos sob medida.

Os produtos da Colchão Inteligente são mais que ortopédicos, que normalmente são vendidos com uma densidade. A empresa usa uma tecnologia que ela chama de densidade inteligente. Para confeccionar o colchão, a empresa toma as medidas do cliente, largura de ombro, quadril, peso e altura. Um software calcula o peso de cada parte do corpo e define a densidade necessária para cada uma delas. Assim o colchão terá densidades exatas para as medidas de cada pessoa e diferentes densidades segundo a necessidade das diferentes regiões do corpo.

A região do colchão onde fica o quadril será mais firme, a dos ombros e pés mais confortável. “Fazendo com que a pessoa tenha um alinhamento na coluna”, afirma a gerente. No caso de colchões para casais, as densidades serão diferentes em cada lado do colchão. O cliente também pode escolher acessórios como infravermelho, magnetismo, massagem ou rabatan, espuma de poliuretano com corte em baixo relevo.

Os benefícios obtidos por meio da tecnologia, segundo a empresa, são a ajuda na correção de problemas de coluna, alívio de dores nas costas, além de prevenção na área. “Esse alinhamento correto proporciona o melhor funcionamento dos órgãos, oferecendo uma noite de sono reparadora e até diminuindo roncos noturnos”, afirma Ramme, complementando que eles auxiliam na qualidade de vida e desenvolvimento como um todo. O preço varia segundo o colchão. Por ser corretor de postura, o valor do colchão é dedutível do Imposto de Renda no Brasil, informa Ramme.

A Colchão Inteligente foi criada pelos empresários Carlito Machado e Elaine Machado em 1988 na cidade gaúcha de Campo Bom. Tudo começou quando a empresária adoeceu e teve que ficar de cama. A compra de colchão terapêutico fez com que ela se recuperasse e o casal então resolveu representar o produto. Algum tempo depois abriram uma loja na área e depois a fábrica. No início era produzido o colchão ortopédico de uma só densidade. A tecnologia da densidade inteligente foi criada em 2007 por um dos filhos dos empresários, o bioterapeuta Filipe Machado, hoje diretor comercial da empresa.

O produto tem como base estudo científico que comprova que ele proporciona o alinhamento da coluna. A pesquisa foi feita na Universidade Feevale, no Rio Grande do Sul, com subsídio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) por meio do projeto Inova. Esse projeto dá apoio financeiro para desenvolvimento de tecnologias pelas empresas de pequeno porte.

Atualmente a Colchão Inteligente produz 200 colchões por mês. Há várias linhas de produtos, uma delas chamada Box Pet. Na parte de inferior destas camas box há uma casinha, com colchãozinho interno, para o sono dos animais de estimação.

As informações da reportagem foram fornecidas por Ramme e os diretores Mateus Machado, Filipe Machado e Lucas Machado.

images-3-679x294

Simples Internacional facilitará exportação de micro e pequenas empresas, segundo o Sebrae

Empresários, associações de classe e representantes do governo brasileiro formaram um grupo de trabalho para criar o regime tributário Simples Internacional, que tem como objetivo principal reduzir burocracias e agilizar a exportação por pequenas e médias empresas. O projeto terá como exemplo o Simples Nacional, um sistema de arrecadação que unifica e reduz impostos para facilitar a atuação das pequenas empresas.

O presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Guilherme Afif Domingos, afirmou à ANBA que o Simples Internacional usa como base o que está previsto em uma lei complementar aprovada em 2014, que assegura às micro e pequenas empresas acesso ao mercado externo por meio de processos simplificados de habilitação, licenciamento, câmbio e despacho aduaneiro.

O Brasil tem quase nove milhões de micro e pequenas empresas, responsáveis por aproximadamente 25% do Produto Interno Bruto (PIB). Micro empresas são aquelas com faturamento anual de até R$ 360 mil e pequenas empresas têm até R$ 3,6 milhões de faturamento bruto por ano.

“Não se trata apenas de simplificação tarifária, que seguramente é a mais complexa. São ações de simplificação logística, burocrática e dos meios de pagamento que produzam impacto no processo de exportação para os pequenos empresários”, afirmou Afif.

Ainda de acordo com o presidente do Sebrae, o novo regime prevê regulamentar o operador logístico integrado internacional, o que ainda não ocorre. Este operador será o responsável por toda a tramitação burocrática do pequeno exportador. Ele irá integrar o licenciamento, despacho aduaneiro, seguro, câmbio, consolidação de carga, transporte e armazenagem. Medidas como essa deverão ajudar, por exemplo, na entrega de mercadorias vendidas pela internet.

Atualmente, é possível exportar pelo projeto Exporta Fácil, dos Correios. Mas ele tem limitações que deverão ser superadas com a regulamentação do operador logístico. Pelo programa, as remessas não podem, por exemplo, ultrapassar US$ 50 mil. Afif observou que a burocracia e os custos são hoje o principal entrave ao exportador e o novo regime vai combatê-los. No entanto, há outros. “Acessar os mercados externos requer que as empresas tenham, previamente, capacidade gerencial, inovadora e tecnológica para competir”, disse.

Num primeiro momento, afirmou Afif, o objetivo do projeto é garantir simplificações dentro do território nacional para que as empresas tenham, assim, mais acesso ao mercado externo. Medidas em parceria com outros países deverão ser feitas em uma segunda etapa. Neste projeto, a Argentina tem prioridade por ser grande parceiro comercial do Brasil.

“A negociação bilateral é o segundo passo. Depois de facilitar o processo interno é necessário garantir que o tratamento diferenciado também seja aplicado do outro lado da aduana. Pretendemos começar este processo de negociação com a Argentina, importante parceiro comercial do Brasil. Já tive conversas com o embaixador da Argentina, que achou o projeto interessante e se sensibilizou com a proposta”, disse Afif.

A tramitação da proposta do Simples Internacional deverá ser submetida ao Congresso. O grupo de trabalho que formula a proposta é formado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Receita Federal, Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Banco Central, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional do Comércio (CNC). O grupo é coordenado pela Câmara de Comércio Exterior, órgão hoje vinculado ao Itamaraty.

Fonte: ANBA