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Cai tempo médio de liberação de contêineres no Porto de Santos

Dez dias é o tempo médio para a liberação de contêineres de importação no Porto de Santos. Nos últimos anos, o processo entre o desembarque das caixas metálicas e a entrega das mercadorias caiu cerca de três dias. Esta variável vem caindo e o motivo são os constantes investimentos em produtividade das instalações especializadas.

Esses dados integram um levantamento da Maersk Line, armadora líder mundial no transporte marítimo de contêineres. De acordo com o diretor de Trade Marketing da empresa para a costa leste da América do Sul, João Momesso, o tempo de liberação das caixas metálicas é uma variável que incide diretamente nos custos logísticos.

“A gente ainda precisa melhorar muito, mas esse dado é positivo e indica muita coisa. Esse dado é quanto tempo o contêiner fica no terminal no processo de importação, até que ele seja liberado. Ele é importante porque, no Brasil, quando a carga fica no terminal, a armazenagem é bastante cara. Então, quanto mais tempo o contêiner fica, pior é para o importador, que vai ter que pagar por essa armazenagem”, destacou Momesso.

Essa queda também aparece em levantamentos de entidades do setor. Segundo dados da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra), o tempo médio entre a entrada e saída das cargas nos terminais do Porto de Santos foi de 12,52 dias no ano passado. No entanto, em 2010, esse período era de 25,78 dias.

Para Momesso, essa redução é motivada por três fatores. O primeiro reúne os esforços da iniciativa privada em aumentar a produtividade de seus terminais, com investimentos em equipamentos e a modernização das operações, garantindo um salto de eficiência nas unidades.

“O motivo principal é claro no Porto de Santos. O investimento feito pela iniciativa privada nos últimos anos foi muito grande. E a competição aumentou”, destacou o executivo.

Outro fator que ajudou na redução do tempo de liberação dos contêineres foi a diminuição das operações de importação. Com pátios mais vazios, a logística foi feita com maior planejamento e eficiência.

Em 2016, as operações com contêineres no Porto de Santos somaram 3,5 milhões de TEU (unidade equivalente a um cofre de 20 pés). Deste total, 1,78 milhão de TEU foram desembarcados no cais santista. De acordo com dados da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), estatal que administra o cais santista, as importações no ano anterior totalizaram 1,8 milhão de TEU.

“O caminhoneiro que tem que buscar o contêiner sabe exatamente a hora que ele tem que ser disponibilizado e não precisa pernoitar na porta do terminal. Com isso, ele tira custo. Para o terminal, se ele consegue organizar o pátio de maneira mais eficiente, cabe mais cargas, atrai mais empresas de navegação”, destacou o diretor da Maersk Line.

Burocracia

O terceiro fator apontado por Momesso são as tentativas do Governo Federal em reduzir a burocracia. A criação de sistemas informatizados, como o Porto Sem Papel (PSP), que agiliza os processos de atracação de embarcações nos complexos marítimos brasileiros, foi lembrado pelo executivo como uma ferramenta que garante a eficiência das operações.

“Quando se colocam esses três fatores juntos, o contêiner, hoje, é liberado mais rápido. Isso permitiu um planejamento. A partir do momento que você usa um planejamento e uma informatização maior, você tem um impacto na cadeia inteira”, destacou Momesso.

Apesar da redução do tempo na liberação dos contêineres, o executivo garante que ainda é possível diminuir mais a permanência de cargas nos terminais do País. Para isso, a saída é manter os investimentos em tecnologia e planejamento logístico.

“Tem lugares do mundo em que a retirada dos contêineres acontece em dois ou três dias. Aqui, a média ainda é 10 dias. A gente precisa trabalhar na informatização. Continuar fazendo o que está fazendo”, destacou João Momesso.

Fonte: A Tribuna

China Qingdao Port Container Terminal,The world's most efficient loading and unloading pier, with more than 130 countries and regions in the global trade

Problemas em portos e aeroportos emperram liberação de produtos

Edição do dia 15/11/2016 Burocracia, falta de pessoal e paralisações dificultam importações e exportações. Mercadorias estão paradas e empresas têm armazéns vazios.
Problemas em portos e aeroportos emperram liberação de produtos
Burocracia, falta de pessoal e paralisações dificultam importações e exportações. Mercadorias estão paradas e empresas têm armazéns vazios.
O Jornal Nacional mostra mais um retrato da dificuldade que o Brasil enfrenta para melhorar a atividade econômica. Uma série de problemas está emperrando a liberação de mercadorias nos portos e aeroportos do país.
Enquanto toneladas de mercadorias estão paradas em caminhões e containers, empresas exibem armazéns vazios. Os canais de importação e exportação do Brasil estão levando quem precisa comprar, vender, entregar e receber ao desespero.
“Não tem como mensurar o tamanho do prejuízo que tudo isso está trazendo para o país”, comenta Gladis Vinci, da Associação Brasileira de Transporte Internacionais.
Portos e aeroportos estão enfrentando uma mistura de velhos e novos problemas: burocracia ineficiente, falta de fiscais da Anvisa e paralisações dos auditores fiscais.
Cruzar a fronteira com o Paraguai ficou mais demorado com a operação-padrão na Receita Federal.
A liberação de senhas pra vir do Uruguai para o Brasil pode demorar uma semana.
“A gente precisa pagar os caminhões, tem os empregados pra pagar, tem tudo. Chega o final do mês, tem as contas e a gente não trabalhou”, conta o caminhoneiro Germano Schweinerger.
“Não somos contra a paralisação deles, a reivindicação deles, mas só que dessa forma está só prejudicando a gente”, afirma o caminhoneiro Hugo Freitas.
Operações-padrão dos auditores da Receita acontecem desde meados do ano. A categoria é contra alterações no projeto de lei 5864 que afeta salários e estrutura das carreiras no órgão.
“O objetivo não é prejudicar a população. Mas as operações-padrão estão sendo realizadas em todo o país, aeroportos e portos e a tendência é que isso continue nos próximos dias, enquanto o governo não resolver a questão do PL 5864”, aponta Claudio Damasceno, do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais.
As listas de trabalho mostram que auditores estão liberando um número muito pequeno de processos por dia e esse não é o único problema para importadores e exportadores. No Aeroporto de Viracopos, em Campinas, a falta de fiscais da Anvisa é crônica e cada dia pior.
“Por falta de capacidade humana, as cargas vão sendo represadas aqui, chegando então na nossa realidade atual aos 30 dias. Nós temos aqui represados insulinas, vacinas, medicamentos diversos, matéria-prima para a produção de medicamentos”, diz o assessor do Aeroporto de Viracopos, Carlos Alberto Alcântara.
Antes, a liberação de produtos urgentes como medicamentos acontecia em até cinco dias em Viracopos.
E a situação de quem precisa exportar também está bem complicada. No Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, o processo de liberação de uma carga antes era agendado e levava apenas algumas horas. Agora, são pátios cheios de caminhões parados.
“Você acaba agregando os custos dessas armazenagens nos produtos e obviamente que esses custos serão repassados para o consumidor final e você perde competitividade no mercado internacional”, diz Lourival Martins, empresário do setor de logística.

Em portos como o de Santos, navios ficam parados não só por causa dos auditores da Receita. Além da falta de funcionários da Anvisa, para liberação das embarcações, há problemas no sistema de informática.
“A Anvisa regula um mercado de alta tecnologia, um mercado extremamente dinâmico, e trabalha hoje com sistema lento, arcaico e atrasado que é o Datavisa”, explica o presidente da Univisa, Henrique Manzato Oliveira.
“Se continuar do jeito que está nós teremos, provavelmente, um congestionamento no Porto de Santos”, afirma Nivio Perez do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros.
É o Brasil que precisa movimentar a economia andando devagar e acumulando prejuízo.
“É uma situação recorrente, insustentável, insuportável que não dá mais para gente ficar arcando com esse tipo de prejuízo”, diz o diretor do Sindamar José Roque.
A Receita Federal declarou que vai continuar a trabalhar para a aprovação do projeto de lei 5864. Em relação aos medicamentos, garantiu que são considerados prioritários e que 90% deles são dispensados de análise documental ou física para agilizar a importação.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária afirmou que o aumento de prazos verificado nos postos da Anvisa no estado de São Paulo é resultado de um acréscimo considerável da demanda nos últimos meses e que está implantando ações para acelerar os processos.
A Anvisa informou também que está em andamento a modernização do sistema Datavisa, que será integrado ao sistema de comércio exterior.jornal-nacional-problemas-em-portos-e-aeroportos-emperram-liberacao-de-produtos

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Burocracia administrativa e aduaneira, grandes obstáculos à exportação, segundo empresários

Cerca de 32% de um grupo de empresários consultados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam a burocracia administrativa e aduaneira no país de destino e a existência de tarifas de importação como os principais obstáculos enfrentados para conseguir vender seus produtos e serviços nesses mercados.

Por outro lado, 20% dos exportadores consideram as medidas sanitárias e fitossanitárias um importante obstáculo a ser vencido. Outras barreiras não tarifárias, tais como subsídios, normas técnicas, regras de origem e quotas de importação foram listados por 17% dos exportadores consultados pela CNI na realização da pesquisa “Desafios à Cometitividade das Exportações Brasileiras”.

Os principais obstáculos de acesso aos mercados externos identificados pela pesquisa da CNI foram os seguintes:

Burocracia aministrativa (37,3%), buroracia aduaneira no país de destino (36,0%), tarifas de importação (32,7%), medidas sanitárias ou fitossanitárias (20,2%), subsídios que prejudicam a competição (16,7%), normas técnicas (16,5%), regras de origem (13,6%), quotas de importação (12,2%), regime restritivo de compras governamentais (9,3%), falta de proteção à propriedade intelectual (5,9%), medidas antidumping( 5,1%), restrições à prestação de serviços (4,8%) e outros obstáculos (1,3%). A CNI ressalta que o somatório dos percentuais é superior a 100%, já que as empresas podiam indicar mais de uma opção.