Superávit comercial com a China já passa de US$ 8,5 bilhões e pode bater recorde histórico

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Graças sobretudo a uma forte contração de -32,94% nas importações, o Brasil acumulou no primeiro semestre deste ano o maior superávit já registrado na história do comércio bilateral com a China. O saldo alcançou a impressionante cifra de US$ 8,561 bilhões, fruto de exportações no total de US$ 19,773 bilhões (alta de +7,02% sobre o período janeiro-junho de 2015) e importações no montante de US$ 11,213 bilhões. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Os números do MDIC mostram ainda que no primeiro semestre a China foi o destino de 21,91% de todas as exportações brasileiras, o que manteve o país asiático como maior parceiro comercial do Brasil, com os Estado Unidos aparecendo em segundo lugar, com uma participação de 11,8% nas vendas externas brasileiras. Em relação às importações, a China forneceu 16,48% do volume global adquirido pelo Brasil no exterior. Os Estados Unidos aparecem em primeiro lugar, com um percentual de 16,79% de todas as importações realizadas pelo Brasil no primeiro semestre deste ano.

Segundo técnicos do MDIC, com o encerramento das exportações do complexo soja e a tendência de manutenção da queda na receita com as vendas de petróleo (devido aos baixos preços internacionais do produto e à redução das importações do óleo brasileiro pelos chineses), a tendência é de que no segundo semestre o saldo comercial com a China fique bastante abaixo dos números alcançados nos seis primeiros meses do ano.

Ainda assim, esses técnicos consideram factível que o Brasil possa vir a ter em 2016 o maior ou, na pior das hipóteses, um dos três maiores saldos já alcançados no comércio com o gigante asiático. O maior saldo da série histórica aconteceu em 2011 e atingiu a cifra de US$ 11,524 bilhões. Naquele ano, as exportações brasileiras somaram US$ 44,315 bilhões (inferiores apenas à cifra recorde de US$ 46,026 bilhões exportada em 2013) e as vendas chinesas totalizaram US$ 32,791 bilhões.

No primeiro semestre deste ano, dos cinco principais produtos exportados para a China, quatro itens tiveram altas relevantes. A soja, mesmo triturada, gerou uma receita de US$ 10,594 bilhões, com uma alta de 10,78% sobre US$ 9,562 bilhões exportados em idêntico período do ano passado. Por outro lado, as exportações de minérios de ferro, não aglomerados e seus concentrados totalizaram US$ 2,848 bilhões, um aumento de +8,48% sobre as vendas de US$ 2,625 bilhões em 2015. Enquanto isso, a receita proporcionada pelo petróleo desabou -33,39% para US$ 1,614 bilhão, contra US$ 2,423 bilhões exportados nos seis primeiros meses de 2015. Enquanto isso, as exportações de pasta química de madeira subiram +21,77%, gerando receita no valor de US$ 859 milhões, contra US$ 706 milhões faturados de janeiro a junho do ano passado.

Da pauta de produtos exportados para a China dois itens se destacaram: pedaços e miudezas de frangos tiveram uma receita de US$ 442 milhões, o que fez da China um dos principais mercados para a carne de frangos brasileira. O outro destaque, as carnes desossadas de bovinos, somaram US$ 365 milhões, contra apenas US$ 20 milhões vendidos aos chineses no primeiro semestre de 2015.

Na outra ponta do comércio bilateral, o grande destaque nas vendas chinesas ao Brasil ficou por conta do aumento de +48,60% nas exportações de barcos-faróis/guindastes/docas/diques flutuantes, o item líder da pauta exportadora do país asiático, no montante de US$ 626 milhões, contra US$ 421 milhões exportados em igual período do ano passado.

Na direção inversa, com quedas acentuadas, apareceram os outros dois produtos do trio formado pelos principais produtos exportados pela China para o Brasil. As vendas de outras partes para aparelhos de telefonia/telegrafia tiveram uma retração drástica de -32,46% para US$ 518 milhões (contra US$ 756 milhões exportados em 2015) e outras partes para aparelhos receptores de radiodifusão e televisão, que caíram ainda mais: -58,81% e totalizaram US$ 278 milhões, contra US$ 676 milhões exportados para o Brasil no primeiro semestre de 2015.

 

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