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Camex prorroga alíquota zero para importações de feijão e milho por mais três meses

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) prorrogou nessa quarta-feira (28) a redução de 10% para zero por cento da alíquota de importação do feijão por mais três meses. A medida vale para todos os países, exceto os do Mercosul, onde ela já não é cobrada.

A Camex também renovou por mais três meses a redução de 8% para zero por cento da tarifa de importação de milho de terceiros países (fora do Mercosul).

A reunião da Camex teve a participação do presidente Michel Temer e do ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento). As medidas devem ser publicadas nos próximos dias no Diário Oficial da União.

Segundo o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Odilson Ribeiro e Silva, as decisões da Camex visam a garantir o abastecimento dos dois produtos no mercado interno.

No caso do feijão, o aumento da oferta é necessário para ampliar a disponibilidade interna do produto, cuja safra foi comprometida pelas adversidades climáticas do primeiro semestre deste ano. Isso trouxe impacto nos preços ao consumidor. Não há limite para importação do produto.

O milho também tem oferta insuficiente para atender a demanda interna. Por isso, precisa ser complementado com importações em razão da comercialização antecipada da safra para outros mercados. O limite de importação é de 1 milhão de toneladas.

A Camex tomou mais duas decisões destinadas a produtos regionais. O órgão prorrogou por mais cinco anos a aplicação da tarifa antidumping sobre as importações de sacos de juta da Índia e Bangladesh.

Já para a borracha natural, a alíquota de importação subiu de 4% para 14% por um ano. A elevação objetiva manter a oferta estratégica interna do produto, que corria riscos por causa da queda dos preços internacionais do látex, abaixo do valor do mínimo de garantia, de R$ 2,00/kg, estabelecido pelo Mapa.

Fonte: Mapa

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Temer diz a investidores nos EUA que estabilidade política permitirá aprovação de reformas

Na tentativa de atrair investimentos estrangeiros para o Brasil, o presidente Michel Temer disse hoje (21) a empresários e investidores americanos que o país passa por um momento de “estabilidade política extraordinária”, e que reformas “fundamentais” estão avançando nas áreas trabalhista, previdenciária e de gastos do governo.

Temer destacou que seu governo tem uma “interlocução muito fácil com o Legislativo nacional”, o que tem possibilitado aprovar reformas e propostas de interesse do Executivo. “No Brasil, temos uma estabilidade política extraordinária, entre os Poderes Executivo e Legislativo, o que dá também segurança jurídica”, disse o presidente em palestra promovida pelo Conselho das Américas, em Nova York.

Temer disse aos empresários americanos que o governo lançou recentemente um programa de parceria de investimentos com o objetivo de “fazer algo previsto em nossa Constituição, que é a iniciativa privada participar, com o Poder Público, do desenvolvimento e do crescimento do país”, disse, referindo-se ao novo pacote de concessões do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).“Venho aqui convidá-los a participar dessa nova fase de crescimento do país.”

Para estimular esses investimentos, o presidente disse que há reformas em andamento no país, nas áreas trabalhista, previdenciária e na definição de um teto para os gastos governamentais. No caso da reforma da Previdência, Temer disse que a mudança será “radical”.

“Temos um déficit previdenciário muito grande. É uma questão de pensões que aflige muitos países. Particularmente no Brasil, isso tem sido uma angústia permanente no nosso sistema financeiro e orçamentário. Por isso estamos ultimando as conversas e o preparo de uma reforma radical do sistema previdenciário, a ser encaminhada ao Congresso Nacional.”

A expectativa de uma reforma trabalhista também foi mencionada por Michel Temer, em especial a possibilidade de acordos feitos a partir de convenções coletivas prevalecerem sobre o que diz a lei, ou seja, o acordado sobre o legislado.

“É preciso que se estabeleça algo que permita que as convenções coletivas façam prevalecer o acordado entre trabalhadores e empregadores, em função daquilo que está legislado. Porque o objetivo básico é manter o emprego e, ao mesmo tempo, garantir a arrecadação”, disse o presidente.

Teto de gastos do governo

Na apresentação aos investidores, Temer também destacou também a proposta do governo de estabelecer um teto para os gastos públicos. “Se essa proposta do teto dos gastos tivesse sido tomada há quatro anos, a esta altura não teríamos déficit algum no Estado brasileiro”, disse. O projeto, segundo Temer, tem avançado “com muita rapidez” no Congresso Nacional. “Até registro que hoje pela manhã recebi telefonemas de três líderes partidários garantindo que fecharam questão. Isso significa que nenhum parlamentar desses partidos votará contra a matéria”, acrescentou.

O fim da obrigação de a Petrobras ter uma participação de 30% nos empreendimentos de exploração do pré-sal também foi citado por Temer. O presidente disse que a medida foi obtida graças à atuação do ministro das Relações Exteriores, José Serra, autor do projeto que altera o regime de partilha. “O ministro Serra acabou com a necessidade de a Petrobras ter de participar com 30%. Com isso, estamos universalizando o mercado brasileiro, na convicção de que, para gerar empregos, é preciso incentivar os negócios e restabelecer a confiança no país.”

Temer disse ainda que “outros tantos setores” serão abertos à iniciativa privada, inclusive para os estrangeiros. “Vamos levar os programas, cumpri-los e esperar que os senhores possam participar dessa nova visão do mundo que o Brasil tem hoje.”

Fonte: Agência Brasil

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Exportações em leve alta e importações em queda livre: Brasil perde espaço no comércio mudial

De janeiro a julho, as exportações brasileiras tiveram uma queda de 3,72% para US$ 123,570 bilhões. Nesse mesmo período, as importações do país desabaram 24,66% e somaram US$ 91,198 bilhões. Somados esses números, o fluxo de comércio brasileiro totalizou US$ 214,769 bilhões.

Esses dados permitem fazer o prognóstico de que ao final de 2016 o Brasil deverá cair duas ou três posições no ranking mundial dos exportadores e perder entre quatro e seis postos na relação dos maiores importadores do mundo.

Segundo dados do “World Trade Statistical Review -2016”, a publicação anual de estatísticas lançada pela Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2015, o Brasil ocupou a 25ª. posição entre os principais países exportadores, com vendas externas no total de US$ 191,134 bilhões e uma participação de apenas 1,2% no comércio mundial.
O ranking foi liderado pela China, com exportações no total de impressionantes US$ 2,275 trilhões (e participação de 13,8% no comércio mundial), seguida pelos Estados Unidos (US$ 1,505 trilhão e participação de 9,1%), Alemanha (US$ 1,329 trilhão, equivalentes a 8,1% do comércio mundial), Japão (US$ 625 bilhões e 3,8%) e Países Baixos (US$ 567 bilhões e participação de 3,4% do fluxo de comércio mundial).

À frente do Brasil apareceram países com economias muito menos sólidas e diversificadas que a brasileira, à época oscilando entre a sexta e sétima maior economia do planeta, como a Bélgica, (12º. lugar no ranking), o México (13º), a cidade-Estado de Singapura e seus pouco mais de 5 milhões de habitantes (14º lugar), a Federação Russa (15º lugar) e a pequenina Suíça (16ª. colocada).

No ranking dos principais importadores mundiais, o Brasil ocupou uma igualmente melancólica 25ª posição, com importações totais de US$ 179 bilhões, correspondentes a apenas 1,1% das importações em nível mundial.

Entre os importadores, o lugar de destaque coube aos Estados Unidos, com US$ 2,308 bilhões adquirdos de seus parceiros no exterior e uma participação de 13,8 nas importações globais. Outros destaques foram a China (US$ 1,682 bilhão e 10,1%), Alemanha (US$ 1,050 bilhão e 6,3%), Japão (US$ 648 bilhões e 3,9%) e Reino Unido (US$ 626 bilhão e uma participação de 3,7% nas importações mundiais).

Nessa relação, o Brasil surgiu atrás de países como Hong Kong (US$ 559 bilhões e 3,3%), Coreia do Sul (US$ 436 bilhões e 2,6%), México (US$ 405 bilhões e 2,4%), Índia (US$ 392 bilhões e 2,3%), Espanha (US$ 309 bilhões e 1,8%) e Singapura (US$ 97 bilhões e participação de 1,8%).

À frente do Brasil também apareceram países dotados de economias menos expressivas, como os Emirados Árabes Unidos, a Austrália, Turquia, Tailândia, a Federação Russa e a Polônia.

E se a queda no ranking dos países exportadores dificilmente será superior a dois ou no máximo três posições, na relação dos maiores importadores mundiais o Brasil perderá em 2016 um número muito mais relevante de postos.

De janeiro a agosto as importações brasileiras caíram 24,66% e somaram apenas US$ 91,198 bilhões. Mantido esse ritmo, o próximo boletim a ser divulgado em meados de 2017 pela OMC poderá trazer o Brasil não na 25ª posição, mas alguns degraus abaixo pois não será nenhuma surpresa se o país for ultrapassado por países como a Malásia (que importou US$ 176 bilhões em 2015), Arábia Saudita (US$ 172 bilhões), Vietnã (US$ 166 bilhões), Áustria (US$ 155 bilhões) e até mesmo pela Indonésia (US$ 143 bilhões).

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Em giro pela Ásia, Blairo Maggi negocia abertura de mercado e acordo tecnológico com Myanmar

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, deixou a cidade de Yangon, capital de Myanmar, nessa quarta-feira, 14 (fuso horário de Brasília), com a perspectiva de fechamento de acordos bilaterais para transferência de tecnologia pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Myanmar foi o quarto país visitado pelo ministro nos últimos dias. Antes, Maggi esteve na China, Coreia do Sul e Tailândia, participando de seminários e apresentando produtos do agronegócio brasileiros.

O ministro da Agricultura de Myanmar, Tun Win, disse que a visita de Maggi foi um grande avanço para a consolidação da parceria entre os dois países. Para ele, uma cooperação forte com o Brasil tem um significado importante do ponto de vista geopolítico, uma vez que pode fortalecer a posição de Myanmar em relação à China.

De olho no mercado de 50 milhões de habitantes, o Brasil quer exportar carne e abrir as portas do país para empresas brasileiras instalarem frigoríficos de carnes bovina, suína e aves para vender no mercado interno de Myanmar ou mesmo exportar, como já ocorre na Tailândia, Coreia, Emirados Árabes e China.

“Temos muito interesse em incrementar a cultura de soja em cerca de 150 mil hectares, produzir mais pescados e realizar acordos de cooperação científica e tecnológica com a Embrapa”, afirmou o ministro Tun Win durante a reunião com Maggi.

O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, que integra a comitiva do ministro, destacou que Myanmar oferece enormes possibilidades para o Brasil como parceiro estratégico na Ásia. O país passa por um processo de redemocratização e de abertura de mercado para o mundo.

Maggi já chegou a Hanói, no Vietnã, vai conversar com autoridades agrícolas sobre a liberação do comércio de produtos lácteos, além das carnes e grãos.

Fonte: Mapa

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Exportação: China, o grande líder do ranking dos países de destino das vendas externas brasileiras

A partir deste mês de setembro, o Comexdobrasil.com passa a publicar todos os meses o ranking do comércio exterior brasileiro, integrado pelos dez principais países parceiros do Brasil para as exportações e importações. O objetivo é proporcionar ao leitor informações básicas sobre os volumes exportado e importado, variação, participação de cada país nas exportações e importações brasileiras e também dados relacionados às exportações e importações por categoria de produtos.

Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). A relação dos dez principais mercados para as vendas externas do Brasil e a seguinte:
O ranking dos países de destino das exportações brasileiras é liderado por ampla margem pela China, para onde as empresas brasileiras embarcaram entre os meses de janeiro e agosto deste ano produtos no valor total de US$ 25,955 bilhões, correspondentes a 21% das exportações globais do Brasil. No período, as exportações brasileiras para os chineses tiveram uma alta de 1,8% comparativamente com idêntico período de 2016.
Responsáveis por 82,6% das exportações brasileiras para a China, os produtos básicos geraram uma receita no total de US$ 21,44 bilhões e tiveram uma queda de 0,6% nos oito primeiros meses do ano. Por sua vez, os produtos semimanufaturados, com vendas no total de US$ 3,22 bilhões e alta de 5,8%, foram responsáveis por 12,4% do total exportado para o país asiático. Finalmente, os bens manufaturados somaram US$ 1,28 bilhão, tiveram uma elevação de 48,8% e uma participação de 495% no total das exportações para a China.
Durante muitos anos os Estados Unidos foram o principal destino das exportações brasileiras, posto ocupado nos últimos anos pela China. Os americanos responderam por 12,1% da s vendas externas do País entre os meses de janeiro e agosto, com importações no total de US$ 14,95 bilhões, uma redução de 8,17% em comparação com os números registrados em idêntico período do ano passado.

Nos dados da balança comercial brasileiras fornecidos pelo MDIC em relação aos Estados Unidos chama a atenção o fato de que nenhum outro país importa tanto produto industrializado brasileiro. Esses bens, de maior valor agregado, apesar de registrarem uma pequena queda de 1 ,91%, responderam por 61,0% do total exportado pelo Brasil e geraram uma receita no valor de US$ 9,31 bilhões. Os produtos básicos movimentaram US$ 2,01 bilhões (retração de 32,4%) e corresponderam a 13,4% do volume total exportado. Por outro lado, as vendas dos produtos semimanufaturados somaram US$ 2,61 bilhões (queda de 9,1% comparativamente com o período janeiro/agosto de 2015) e tiveram uma participação de 17,4% nas exportações brasileiras para os Estados Unidos. Na categoria Operações Especiais, foram realizadas exportações no total de US$ 1,21 bilhão, com alta de 67% e participação de 8,1% nas exportações gerais brasileiras para o mercado americano.

ARGENTINA

De janeiro a agosto, as exportações brasileiras para a Argentina totalizaram US$ 8,796 bilhões (ligeira alta de 0,92% sobre 2015) e participação de 7,12% no total exportado pelo Brasil. O grande destaque reside no fato de que nenhum outro país importou, proporcionalmente, tanto produto industrializado brasileiro como a Argentina, país que teve uma participação recorde de 93,6% dos produtos manufaturados em sua pauta importadora do Brasil. Os números por categoria de produtos são os seguintes:

Produtos manufaturados: exportações no valor de US$ 8,23 bilhões (alta de 1,6%) e participação de 93,6%.

Produtos básicos: exportações totais de US$ 291 milhões (queda de 24,7%) e participação de 3,32%.

Produtos semimanufaturados: US$ 257 milhões, com alta de 21,5% no período e participação de 2,92% nas exportações totais brasileiras para a Argentina.

PAÍSES BAIXOS

Os números relativos aos Países Baixos são os seguintes:

Exportações: US$ 7,276 bilhões (alta de 9,42%) e participação de 5,89% nas exportações brasileiras.

Produtos básicos: US$ 2,57 bilhões (retração de 8,9%) e participação de 35,3%

Produtos semimanufaturados: US$ 1,14 bilhão (queda de 0,3%) e participação de 15,7%

Produtos manufaturados: US$ 3,56 bilhões (alta de 32,6%) e participação de 48,9%.

ALEMANHA

As exportações brasileiras para a Alemanha somaram US$ 3,178 bilhões (retração de 11,52%) e participação de 2,57% nas vendas externas brasileiras.

Produtos básicos: US$ 1,78 bilhão (queda de 15,2%) e participação de 2,57%

Produtos semimanufaturados: US$ 231 milhões (queda de 33,3%) e participação de 7,27%

Produtos manufaturados: US$ 1,16 bilhão (alta de 2,0%) e participação de 36,5%.

JAPÃO

As exportações brasileiras para o Japão totalizaram US$ 3,066 bilhões (aumento de 2,63%) e participação de 2,48%.

Produtos básicos: US$ 1,99 bilhão (alta de 5,7%) e participação de 65%

Produtos semimanufaturados: US$ 488 milhões (queda de 21,4%) e participação de 15,9%

Produtos manufaturados: US$ 578 milhões (alta de 21,0%) e participação de 18,9%.

CHILE

De janeiro a agosto, o Brasil exportou para o Chile mercadorias no total de US$ 2,630 bilhões (ligeira alta de 0,57%) e participação de 2,13% nas vendas totais brasileiras ao exterior.

Produtos básicos: US$ 1,12 bilhão (alta de 0,8%) e participação de 42,7%

Produtos semimanufaturados: US$ 71 milhões (alta de 61,4%) e participação de 2,67%

Produtos manufaturados: US$ 1,42 bilhão (queda de 1,9%) e participação de 53,9% nas exportações totais brasileiras para o país andino.

MÉXICO

As exportações brasileiras para o México somaram US$ 2,49 bilhões (alta de 7,99%), participação de 2,2% e estiveram assim divididas por categoria de produtos:

Produtos básicos: US$ 271 milhões (alta de 74,5%) e participação de 10,9%

Produtos semimanufaturados: US$ 267 milhões (alta de 39,9%) e participação de 20,7%

Produtos manufaturados: US$ 1,95 bilhão (ligeira retração de 0,4%) e participação de 78,3%.

ITÁLIA

A Itália foi o destino final de exportações brasileiras no total de US$ 2,279 bilhões (alta de 4,95% sobre os oito primeiros meses do ano passado e participação de 1,84% em todo o volume exportado pelo Brasil no período.

Produtos básicos: US$ 969 milhões (alta de 11%) e participação de 42,5%

Produtos semimanufaturados: US$ 792 milhões (queda de 3,5%) e participação de 34,8%

Produtos manufaturados: US$ 500 milhões (alta de 10,5%) e participação de 21,9%

COREIA DO SUL

De janeiro a agosto,as exportações brasileiros para a Coreia do Sul totalizaram US$ 1,969 bilhão (alta de 8,69%). A participação da Coreia do Sul no volume total exportado pelo Brasil foi da ordem de 1,59%.

Produtos básicos: US$ 1,36 bilhão (alta de 6,6%) e participação de 69,3%

Produtos semimanufaturados: US$ 252 milhões (aumento de 19,2%) e participação de 12,8%

Produtos manufaturados: US$ 351 milhões (alta de 10%) e participação de 17,8% no total exportado pelo Brasil para o país asiático.

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Marcos Pereira comemora recorde de inscrições no programa Brasil Mais Produtivo em Goiás

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, lançou nesta sexta-feira (16), em Goiânia (GO), o Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE) e o programa Brasil Mais Produtivo. As iniciativas buscam aprimorar o processo produtivo das empresas atendidas e ampliar a entrada dos produtos goianos no mercado internacional.

“O Brasil Mais Produtivo é um enorme sucesso. Já foram investidos R$ 50 milhões no programa, que vai atender três mil empresas em todo o país. Reservamos 220 vagas aqui no Estado e 580 empresas se inscreveram. Isso mostra o grande interesse dos empresários e industriais goianos”, disse o ministro.

No evento, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG), Marcos Pereira anunciou que o MDIC se prepara para, em breve, ampliar o Brasil Mais Produtivo, com foco em em eficiência energética, área que impacta diretamente os custos de produção e representa um entrave para o crescimento da indústria brasileira.

O ministro também apresentou, aos empresários e autoridades presentes, os pilares do PNCE. “Esse Plano tem o importance papel de ampliar a cultura exportadora nas empresas brasileiras. E o governo do presidente Michel Temer está empenhado em melhorar o ambiente de negócios. Estamos discutindo a modernização na legislação trabalhista e a desburocratização. O melhor programa social que podemos apresentar neste momento é a geração de emprego”, disse o ministro.

Para o governador do Estado de Goiás, Marconi Perillo, os programas lançados pelo MDIC são um grande incentivo para os empreendedores goianos. “Os programas irão aprimorar o processo de produção das empresas goianas e ampliar a entrada delas no mercado internacional. É um grande incentivo receber do MDIC o reconhecimento do nosso potencial de exportação em vários setores industriais. Será um reforço importante”, afirmou o governador.

O presidente da FIEG, Pedro Oliveira, também destacou a importância dos programas do MDIC para o crescimento do país. “As ações do Ministério são de extrema importância para o Brasil, não só para as indústrias. Se houver geração de empregos, estaremos contribuindo para o benefício social do país”, disse.

“Entendemos que parte das soluções mais emergenciais para recolocar o país nos trilhos do crescimento econômico e do desenvolvimento social está justamente no incremento do comércio exterior, via inovação e melhoria da eficiência nos processos produtivos e na qualidade dos produtos”, completou Oliveira.

Cultura Exportadora

O PNCE tem o objetivo de aumentar o número de empresas que operam no comércio exterior e, consequentemente, aumentar as exportações de produtos e serviços. As empresas contarão com ferramentas de treinamento, capacitação, consultoria para adequação de produtos e identificação de mercados.

O Plano é desenvolvido em cinco etapas – sensibilização, inteligência comercial, adequação de produtos e processos, promoção comercial e comercialização. Além disso, conta com três temas transversais para o direcionamento das empresas: financiamento, qualificação e gestão.

O Estado de Goiás, décimo oitavo a receber o PNCE, apresenta grande potencial de exportação em vários setores produtivos industriais, tais como vestuário e acessórios, alimentos, produtos minerais não-metálicos, produtos de metal e móveis. Só nestes cinco setores há mais de 8.200 empresas em todo o Estado.

Como destacou o governador Marconi Perillo, o Estado tem trabalhado para ampliar a lista de destino das exportações goianas. “Há alguns anos, nós exportávamos para menos de 40 países. Hoje, nossos proudutos são vendidos para mais de 150 nações”, disse.

Em 2015, Goiás foi o décimo primeiro Estado brasileiro com maior valor de exportações no Brasil, registrando vendas externas no valor US$ 5.8 bilhões, o que correspondeu a 3,1% do total nacional. Na região Centro-Oeste, foi o segundo maior exportador, com 25,5% das exportações regionais.

Além de parceiros estaduais e nacionais, como CNI, Sebrae, BNDES, MRE e Apex Brasil, o Plano Nacional da Cultura Exportadora conta com um comitê gestor local, responsável por planejar e executar as ações de apoio, assim como monitorar a performance do programa com as empresas locais. No Estado de Goiás, o comitê é formado pela Federação das Indústrias (FIEG), Governo do Estado de Goiás, SEBRAE, Banco do Brasil, Correios, ACIEG, ADIAL, FACIEG, FAEG, Fecomércio-GO, Movimento Goiás Competitivo e Porto Seco Centro Oeste S/A.

Nesta sexta (16), o ministro Marcos Pereira assinou o termo de posse do Coordenador Estadual do Comitê de Goiás do PNCE, Emílio Carlos Bittar, e do secretário-executivo, Luiz Medeiros Pinto. Os dois terão mandato de um ano à frente do comitê local do PNCE.

Brasil Mais Produtivo

Lançado em abril deste ano, o Brasil Mais Produtivo tem o objetivo de aumentar em 20% ou mais a produtividade das empresas brasileiras atendidas pelo programa. A iniciativa, sob coordenação do MDIC, tem como parceiros o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Também são apoiadores do programa o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O foco do Brasil Mais Produtivo é a redução de sete tipos de desperdícios mais comuns no processo produtivo: superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário, movimento e defeitos. Para isso, o programa utiliza a metodologia de manufatura enxuta (lean manufacturing).

Entre as empresas interessadas em participar do Programa, terão prioridade as que se organizam em Arranjos Produtivos Locais (APLs) de todos os estados e regiões do país e que possuem entre 11 e 200 funcionários (pequenas e médias). Até 2017, serão atendidas em todo Brasil três mil pequenas e médias indústrias dos setores de alimentos e bebidas, vestuário e calçados, moveleiro e metalomecânico.

Em Goiás, sétimo Estado a receber o programa, foram selecionados, a partir do critério de priorização de impacto local, três setores como focos para as consultorias: moveleiro, confecções e calçados e alimentos e bebidas. No total, receberão atendimento no âmbito do Brasil Mais Produtivo 220 empreendimentos em seis Arranjos Produtivos Locais: APL de Móveis da Região Metropolitana de Goiânia; APL Confecção Moda Feminina de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Trindade; APL de Confecções da Região de Jaraguá; APL de Couro e Calçados de Goiânia; APL de Lácteo da Microrregião da Estrada de Ferro de Goiânia; e APL de Cachaça Artesanal de Alambique (Goiânia).

As empresas participantes do Brasil Mais Produtivo irão receber capacitação técnica no processo produtivo, de forma que possam obter ganhos expressivos de produtividade, inclusive redução no custo de produção.

Fonte: MDIC

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Receita com exportações de couros cresce 5,8% e totaliza US$ 178,5 milhões até agosto

As exportações brasileiras de couros e peles registraram crescimento no resultado do mês de agosto. No período, foram vendidos ao mercado externo US$ 178,5 milhões, uma alta de 5,1% em relação ao mesmo mês de 2015. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), com análise da Inteligência Comercial do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).

Estes números, pontua o presidente executivo do CICB, José Fernando Bello, têm grande influência dos couros exportados com maior valor agregado – os tipos semi e acabado – que respondem por mais de 70% das vendas brasileiras no comércio internacional. “Agosto trouxe um resultado positivo, mas há um movimento expressivo em curso por parte do exportador brasileiro para que mercados já conquistados não se percam em função do momento difícil que vivemos para a exportação”, avalia o presidente.

Bello destaca que o câmbio em constante oscilação tem sido um fator preponderante para a dificuldade no fechamento de negócios e que medidas a partir do executivo poderiam atenuar essa situação – como o retorno do Reintegra (programa que devolve resíduo tributário para empresas exportadoras) e facilidade de acesso e aumento dos limites de financiamento via Proex.

Os desafios apontados por Bello e o movimento do setor do couro brasileiro dentro do comércio mundial podem ser analisados pontualmente com o panorama do ano das exportações brasileiras. Mesmo com o crescimento das vendas em agosto, há registro de 13,4% a menos em dólares no acumulado do ano em comparação com os oito primeiros meses de 2015, mas, em contrapartida, uma alta expressiva em volumes no mesmo período, com 11,3% a mais em metragem quadrada comercializada (ao todo, 133,1 milhões de metros quadrados de janeiro a agosto de 2016). “São dados que mostram com muita clareza o trabalho do exportador brasileiro e as dificuldades que estamos enfrentando, apesar do Brasil ser há anos um dos protagonistas mundiais do setor, com reconhecimento de seu produto em atributos como qualidade, design e sustentabilidade”, frisa o gestor.

China / Hong Kong, Itália, Estados Unidos e Vietnã são os principais compradores de couro do Brasil neste período e Rio Grande do Sul e São Paulo os principais vendedores, nesta ordem.

Fonte: CICB

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Exportações para países árabes crescem 17% em agosto e interrompem cinco meses de queda

Após cinco meses de queda, as exportações do Brasil para o mercado árabe voltaram a subir em agosto. O avanço sobre o mesmo mês do ano passado foi de 17%, de acordo com números do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) compilados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. A receita gerada com as vendas foi de US$ 1,2 bilhão no mês passado contra US$ 1 bilhão em agosto de 2015. Desde o começo do ano, as exportações só haviam subido em fevereiro na comparação anual, além de agosto.

As vendas brasileiras para a região foram impulsionadas principalmente pelo açúcar. Os brasileiros faturaram US$ 380 milhões com exportação da commodity para os árabes em agosto, US$ 251,5 milhões acima do valor registrado no oitavo mês do ano passado, quando a venda do produto somou US$ 128,8 milhões. O diretor geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, lembra que em setembro deste ano ocorre o Eíd Al-Adha, festividade que ocorre 40 dias após o Ramadã, e acredita que em função disso os envios de açúcar aumentaram.

O preço médio do açúcar comercializado pelas usinas brasileiras para a região subiu 3% no período. A cotação influenciou no aumento de 195% na receita obtida pelo Brasil com a exportação do produto para os árabes, mas também houve crescimento nos volumes embarcados, em 128%. Os três maiores compradores árabes de mercadorias brasileiras aumentaram as importações de açúcar: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Egito.

Mas também houve crescimento nas exportações de outros produtos, como animais vivos, materiais de defesa, veículos e aeronaves. Alguns produtos que normalmente figuram entre os principais da pauta, no entanto, tiveram queda de exportações. É o caso da carne de frango, cujas vendas recuaram 11% em receita, da carne bovina, com comercialização 9,8% menor, e do minério, com queda de 3,3%. Também caíram as exportações de milho, em 46%, e do arroz, em 47%.

Apesar do desempenho positivo de agosto, o resultado não conseguiu reverter a queda no ano. De janeiro a agosto, as exportações do Brasil para os árabes caíram 8,3% e somaram US$ 7,4 bilhões. O diretor geral da Câmara Árabe espera que o resultado de agosto se mantenha nos demais meses e assim as vendas possam chegar ao final de 2016 estáveis.

Os países árabes convivem com receitas menores em função do preço baixo do petróleo, mas Alaby não acredita que isso impacte muito o comércio com o Brasil. “Eles dependem de alimentos, então não vejo muitos problemas para o Brasil”, diz. Os países árabes importam grande parte dos alimentos que consomem e o Brasil vende principalmente esses produtos para eles. Carnes e açúcar ocupam os principais lugares da pauta de comércio com a região, junto com o minério.

As importações brasileiras de produtos árabes também subiram em agosto. As compras avançaram 28% em receita sobre igual mês de 2015, principalmente em função de compras de petróleo e derivados, e de fertilizantes. No primeiro caso, o avanço foi de 22%, para US$ 268 milhões, e no segundo, o crescimento foi de 42%, para US$ 153 milhões. No geral, o Brasil importou US$ 446 milhões em mercadorias do mercado árabe em agosto. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, as importações somam US$ 3,7 bilhões, com queda de 16%.

Fonte: ANBA

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Apex promove Fórum e Rodada de Negócios para apoiar mulheres empreendedoras na exportação

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) realiza no dia 22 de setembro, em São Paulo, uma série de ações voltadas a mulheres empreendedoras que querem se inserir no mercado internacional. As ações serão realizadas no âmbito da 5ª edição do Fórum Empreendedoras, organizado pela Rede Mulheres Empreendedoras no hotel Maksoud Plaza, em São Paulo.

A principal ação organizada pela Apex-Brasil no evento é a Rodada de Negócios Internacional, que tem por objetivo aproximar empresas brasileiras lideradas por mulheres – dos setores de alimentos e bebidas, moda, casa e construção – a potenciais clientes no exterior.

Participarão da iniciativa 56 empreendedoras brasileiras. Na manhã do dia 22, um grupo de 48 empresárias se reunirá com oito tradings brasileiras (comerciais exportadoras), que poderão auxiliá-las a colocar seus produtos no mercado internacional. E, à tarde, 33 empresárias já experientes na exportação terão reuniões com sete compradores internacionais, sendo três do Peru, três da Colômbia e um do Panamá.

Além disto, durante o evento, será oferecida mentoria/ atendimento para empreendedoras interessadas em exportar, conduzidos por representantes do PEIEX – Programa de Qualificação para Exportação do Peiex, por meio de parceria da Apex-Brasil com a Investe SP, e da WEConnect International, instituição que certifica fornecedoras e as conecta à uma ampla base de compradores internacionais, que desenvolvem programas de Diversidade e Inclusão em suas cadeias globais e, neste sentido, compram de empresas lideradas por mulheres, principalmente dos setores de serviço, como os de economia criativa.

Na tarde do dia 22, a Apex-Brasil liderará o painel Mulheres na Exportação, Lições e Casos de Sucesso, que contará com a participação das empreendedoras Andrea Cunha (Papel Semente), Beatriz Cricci (Br Goods) e da estilista e empresária Cecília Prado. A mediação será feita por Sandra Boccia, diretora de redação da Revista PEGN e por Adriana Rodrigues, coordenadora de Competitividade da Apex-Brasil.

No dia 23, as oito tradings se reunirão com os sete compradores internacionais, em busca de novas oportunidades de negócios. Os estrangeiros também farão visitas técnicas em empresas lideradas por mulheres, em São Paulo.

Mulheres na Exportação

As ações no V Fórum Empreendedoras estão sendo realizadas em função da parceria entre a Rede Mulher Empreendedora e o projeto Mulheres na Exportação da Apex-Brasil, que visa aumentar a inserção econômica de mulheres por meio da exportação e da atração de investimentos de impacto e, ainda, incrementar a participação de empresas lideradas por mulheres na base exportadora brasileira.

V Fórum Empreendedoras

O evento, do qual a Apex-Brasil é uma das patrocinadoras, debaterá o tema ”Tecnologia e inovação para mulheres empreendedoras” e contará com oito painéis diferentes, duas palestras, sala de mentoria e ações de networking. Serão apresentadas histórias inéditas de mulheres que estão envolvidas com o mercado empreendedor e de tecnologia.

O V Fórum Empreendedoras trará em primeira mão a apresentação inédita de uma pesquisa nacional sobre o perfil da empreendedora no Brasil realizada pela Rede Mulher Empreendedora com o apoio das empresas AVON e ITAU.

Fonte: Apex-Brasil

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“Brasil não fez o dever de casa para agregar valor às exportações para a China”, diz consultor

“Não vejo nenhuma previsão de agregação de valor à pauta exportadora brasileira para a China. Essa pauta, concentrada em commodities, seguirá assim por muitos anos. E o motivo é simples: o Brasil não fez o dever de casa, no sentido de entender o consumidor chinês de forma bem clara, de ter um posicionamento estratégico voltado para China, de entender o modelo logístico adotado pelo país”. A afirmação foi feita por Gilberto Lima Júnior, Alto Representante da União dos Exportadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (UE-CPLP) e Presidente da Going Global Consulting ao analisar o intercâmbio comercial entre o Brasil e a China e mais particularmente a composição da pauta exportadora brasileira para o gigante asiático.

Gilberto Lima Júnior ressalta que várias das principais empresas brasileiras estão presentes na China, como é o caso a Embraer, WEG, Petrobras, Vale, Embraco, assim como existe um universo de empresas chinesas instaladas no Brasil. Ele lembrou ainda que “também há uma presença consistente sobretudo de prestadores de serviços, escritórios de advocacia, mas isso diante do volume de importação chinesa não é nada. Essas empresas que lá se encontram estão localizando a produção. Não é uma questão de embarque. Isso não entra na pauta exportadora, não entra efetivamente para efeito de balança comercial. A maioria das empresas brasileiras que lá estão instaladas estão produzindo localmente”.
De acordo com o Presidente da Going Global Consulting, a presença das empresas brasileiras atuando na China “é mais um efeito da globalização, da internacionalização, que da exportação propriamente dita. Ainda assim, essa é uma excelente estratégia. Seria ótimo se tivéssemos dez, vinte ou mesmo cem vezes mais empresas localizadas na China, assim como em qualquer outra parte do mundo. Teríamos muitos dividendos a serem remetidos ao Brasil todo final de ano e Balança de Pagamentos agradeceria, mas não é o caso”.

Para ele, o Brasil está muito distante de alcançar uma tão almejada diversificação da pauta exportadora para os chineses através da inclusão de produtos de maior valor agregado à relação dos itens embarcados para o país asiático: “somos fornecedores de commodities aos chineses e continuaremos sendo por muitos anos. Para mudar esse panorama é preciso conhecer melhor as necessidades do mercado chinês, entender melhor os hábitos de consumo de seus consumidores, estruturar o Marketing e Vendas. A China tem uma classe média que não chega a 8% da população e essa classe média tem um elevado poder de consumo e se encontra em ascensão. Trata-se de uma classe média que pode se ampliar a ponto de ter um volume de aquisição de produtos importados ainda maior e o Brasil não tem nenhum posicionamento estratégico junto a esse imenso mercado. Não sabemos adotar marketing de vendas, não conhecemos quais são os competidores das empresas brasileiras que lá estão, não sabemos aproveitar o poder dessa classe média”.

Segundo o consultor, não há motivo para se acreditar que os acordos nas áreas de comércio e investimentos anunciados por ocasião da visita do presidente Michel Temer à China venham a se traduzir em melhoria ou diversificação da pauta exportadora brasileira: “Eu não acredito nisso. Há uma esperança, e em nível da diplomacia brasileira se diz que como a China começou a terceirizar uma boa parte da produção local em função do problema ambiental, o país tenderia a buscar, dentro das chamadas cadeias globais de valor, alguma terceirização junto ao Brasil. Mas isso também não é computado em nível da pauta bilateral porque se a China tiver alguns elos de produção deslocados para cá, daqui sairão para terceiros países ou apenas atenderão demandas de nosso mercado interno”?
Após reiterar que “eu não vejo, no curto prazo, onde efetivamente agregar valor”, Gilberto Lima Júnior admite que “existem possibilidades nos setores em que o Brasil é um potencial fornecedor do mundo. Poderemos ter, por exemplo, carnes beneficiadas sendo embarcadas para a China, com algum nível de industrialização. Ou ao invés de exportar apenas frutas in natura, o Brasil poderia exportar polpa, compotas ou sumos industrializados, ou bananas desidratadas, ou coisas desse tipo. Na agregação de valor dentro das cadeias se requer entendimento dos canais chineses de distribuição, dos quais as empresas brasileiras são absolutamente desconhecedoras”

Em sua avaliação, Gilberto Lima Júnior volta a se referir à falta do “dever de casa” e explica melhor: “falta o cumprimento de uma série de ações por parte dos órgãos que são efetivamente responsáveis pelo apoio ao exportador. Existe um dever de casa bastante grande a ser feito. Não se trata apenas de elaborar estudos por parte do MDIC, mas que sejam feitos mas que sejam feitos estudos efetivos com mapeamento de canais, fazer com que as bases da Apex-Brasil em Pequim e Xangai desenvolvam um levantamento de pesquisa de canais de distribuição, que treinem os exportadores brasileiros no sentido de compreender a qualificação de quem compra, como compra, o entendimento da concorrência, o posicionamento estratégico. Talvez tenha que ter um centro de distribuição contratado dentro de uma estratégia alfandegária inteligente. Isso tudo está por se fazer. Esses deveres de casa ainda não foram feitos como deveriam e não se pode dizer que o Brasil não tenha tudo isso em relação a outros países. O Brasil tem muito bem dominado esse conhecimento em relação a outros mercados. Em relação à China é preciso que isso venha a ser preenchido”.