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Justiça determina suspensão da dragagem do Porto de Santos

A Justiça Federal determinou a suspensão do serviço de dragagem de toda a extensão do canal de navegação e dos acessos aos berços de atracação do Porto de Santos. A decisão atende a um pedido da Boskalis do Brasil, que faz parte do consórcio vencedor da licitação promovida pelo Ministério do Transporte, Portos e Aviação Civil (MTPAC) para a execução do serviço.

O consórcio, também formado pela Van Oord Operações Marítimas, assinou contrato com a pasta em fevereiro deste ano e, no final de abril, deu início aos levantamento hidrográfico da área para a elaboração dos projetos básico e executivo da obra. A expectativa é de que a execução da dragagem seja iniciada pelo grupo a partir de setembro.

A Boskalis questiona o contrato firmado pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) com a Dragabras Serviços de Dragagem, em outubro do ano passado. A empresa venceu uma licitação ao apresentar o lance de R$ 72 milhões para a execução da obra por 12 meses. A Autoridade Portuária estimava gastar R$ 116,9 milhões no serviço.
Em sua petição, a Boskalis alega que a continuidade da manutenção das profundidades do canal de navegação, pela Dragabras, “interfere diretamente na execução dos serviços e obras para as quais foi regularmente contratada”.

A empresa de dragagem afirma que a situação criada pela Docas pode causar atrasos no cronograma das obras, gerando multas contratuais ou até a rescisão do contrato. A Boskalis se baseia em uma portaria, de 2014, da extinta Secretaria dos Portos (SEP), que regulamenta os serviços contratados fora do Programa Nacional de Dragagem Portuária e Hidroviária II (PND II).

Pela norma, para não gerar conflito de interesses, os contratos devem prever resolução quando existirem acordos, que concomitantemente envolvam a mesma área, no mesmo período, caso os serviços não sejam complementares.

Decisão

Em seu despacho, a juíza da 4ª Vara Federal de Santos, Alessandra Nuyens Aguiar Aranha, afirma que, pela documentação apresentada pelas partes, “é possível constatar que os contratados englobam a mesma área, são concomitantes e similares, e não se mostram complementares”.

Com isso, a determinação da magistrada é para que os serviços sejam suspensos imediatamente. No entanto, até o final da tarde de ontem a Autoridade Portuária não havia sido notificada oficialmente da decisão judicial.

Por meio de nota, a estatal que administra o Porto de Santos informa que “está manejando todos os meios judiciais cabíveis para reverter esta decisão”.

Em sua defesa no processo, a Autoridade Portuária afirma que a execução dos serviços de dragagem de manutenção “se revela essencial à operacionalidade do porto” e que não considera a autorização para a elaboração dos projetos básico e executivo da dragagem como início efetivo dos serviços.

A estatal diz ainda que o contrato com a Dragabras, válido até outubro deste ano, tem uma cláusula rescisória que permite seu encerramento tão logo se iniciem os trabalhos de remoção de sedimentos do consórcio. Isto foi pensado para que o serviço não seja realizado ao mesmo tempo nos mesmos pontos.

Briga judicial

Este não é o primeiro mandado que a empresa obtém na Justiça. No mês passado, a Boskalis conseguiu paralisar a licitação para contratação de dragagem de berços do complexo portuário santista. A Autoridade Portuária recorreu da decisão e aguarda o andamento do processo.

Procurada durante uma semana para comentar as duas ações judiciais, a empresa de dragagem não retornou os contatos da Reportagem até o fechamento desta edição.

Fonte: A Tribuna

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ZPE do Pecém recebe visita de dirigentes da Jetro e Câmara de Comércio e Indústria Japonesa

Representantes da Japan External Trade Organization(Jetro) e da Câmara de Comércio e Indústria Japonesa (CCIJB) visitaram a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Pecém (CE) nesta terça-feira.

O grupo, chefiado pelo vice-presidente da Jetro São Paulo, Yasushi Ninomiya, conheceu a Companhia Siderúrgica do Pecém, que já recebeu investimentos de US$ 5 bilhões e é considerado o projeto âncora da ZPE. A comitiva também esteve no Complexo Portuário do Pecém, terminal de cargas da região que ocupa uma área de 13 mil hectares.

A partir desta visita, os representantes da Jetro e da CCIJB irão organizar um relatório com as oportunidades de investimentos em ZPEs que será apresentado ao setor produtivo japonês nos próximos meses.

A vinda da Jetro à ZPE do Pecém faz parte de uma agenda de trabalhos do Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE), colegiado presidido pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Como explica a secretária-executiva do Conselho, Thaíse Dutra, “é importante que os investidores estrangeiros conheçam de perto um distrito alfandegado para entender as vantagens competitivas das Zonas de Processamento do Brasil”.

“As empresas têm acesso a um conjunto de incentivos tributários, cambiais e administrativos. São benefícios assegurados por um prazo de até 20 anos. Não há outro regime que ofereça tamanha segurança jurídica”, destacou Thaíse.

Sobre as ZPEs

As Zonas de Processamento de Exportações são áreas de livre comércio com o exterior destinadas à instalação de empresas com produção voltada à exportação. Para efeito de controle aduaneiro, as ZPE são consideradas Zonas Primárias.

As empresas que se instalam em ZPE têm acesso a tratamento tributário, cambial e administrativo específicos. Para a aquisição de bens e serviços no mercado interno, há suspensão da cobrança do IPI, Cofins e PIS/Pasep. Nas exportações, também são suspensos o Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) e o Imposto de Importação (II).

Em contrapartida a esse pacote de benefícios oferecido pelo governo, as empresas que operam em ZPE devem auferir 80% de sua receita bruta anual com exportações. Sobre as eventuais vendas para o mercado brasileiro incidem integralmente todos os impostos e contribuições exigíveis pela legislação brasileira.

ZPE do Pecém

A ZPE do Pecém, primeira a entrar em pleno funcionamento no Brasil, conta com quatro plantas industriais. Segundo projeções do CZPE, ela pode gerar um impacto positivo de até 12% no PIB do Ceará e de 48% no PIB Industrial.

Com menos de um ano de operação, a ZPE já foi citada na publicação FDI Intelligence, do jornal britânico Financial Times, como um projeto altamente recomendável a investidores estrangeiros. Ela obteve a melhor avaliação na categoria Grandes Arrendatários na América Latina e Caribe (Winner – Large Tenants – Latin America and Caribbean: Ceará Free Trade Zone, Brazil). Também recebeu menções honrosas em três categorias: apoio à educação e capacitação (Commended for supporting education and training), infraestrutura (Commended for infrastructure upgrades) e possibilidade de expansão (Commended for expansions).

A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), projeto âncora dessa ZPE, tem como acionistas a Vale (50% das ações) e as sul-coreanas Dongkuku Steel (30%) e Posco (20%). Com investimentos iniciais de cerca de US$ 5 bilhões, a usina iniciou suas operações em agosto do ano passado.

Como destacou Dutra, o funcionamento da ZPE tem puxado as exportações brasileiras de semimanufaturados de ferro e aço. Em junho deste ano, as vendas externas dessas mercadorias cresceram 36,1% em relação ao mesmo mês de 2016, passando de US$ 240 milhões para US$ 312 milhões.

“É um resultado bastante positivo. Se observamos o acumulado do ano, de janeiro a junho, houve um aumento de 70,6% nas vendas externas de semimanufaturados de ferro e aço. Esses resultados comprovam que as ZPEs brasileiras têm potencial de alavancar nossa balança comercial”, disse.

Localmente os resultados também são bastante positivos. Atualmente, o Ceará é a 3ª unidade da federação na produção de produtos semimanufaturados de ferro ou aço, com 24,5% do total produzido pelo país. Em 2016, o estado estava em 4º lugar neste ranking, com participação de apenas 6,6%.

(*) Com informações do MDIC

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Assoreamento já ‘esvazia’ navio no porto de Santos

O assoreamento do canal de navegação do Porto de Santos está obrigando os grandes navios de contêineres a operar com capacidade ociosa, devido ao risco de encalhamento. No dia 29 de junho, a saída de dois navios – um da Maersk e outro da MSC – teve de ser interrompida porque eles poderiam ficar retidos na entrada do porto.

A perda de profundidade levou à redução do calado máximo operacional em quase um metro, de 13,2 m para 12,6 m. Como resultado, as maiores embarcações que escalam o porto têm perda de 5 mil a 15 mil toneladas, dependendo do navio.

Com isso, os armadores já perderam cerca de US$ 23 milhões em receitas de frete entre o fim de junho e a sexta-feira passada. “A estimativa é conservadora, porque algumas empresas não passaram informações por questões estratégicas”, diz José Roque, diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação do Estado de São Paulo (Sindamar).

“O maior porto da América Latina não pode ter esse tipo de problema”, critica o principal diretor da Maersk na Costa Leste da América do Sul, Antonio Dominguez. A empresa calcula uma perda de 220 TEUs (contêiner de 20 pés) que deixam de ser carregados por navio.

Fonte: Valor

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Porto Itapoá em Santa Catarina bate recordes e registra aumento no longo curso e na cabotagem

O Porto Itapoá, no litoral Norte de Santa Catarina, está completando seis anos de operação com dois recordes: a maior movimentação de contêineres em um único mês (34 mil unidades), registrada em junho último; e o maior volume de importações num semestre, registrado de janeiro a junho deste ano.

O forte aumento das importações no primeiro semestre representou um avanço de 34% em relação ao mesmo período de 2016. Também houve incremento de 12% nas exportações e de 24% no segmento de cabotagem em relação ao primeiro semestre de 2016.

Inaugurado em junho de 2011, o Porto Itapoá já é o sexto maior terminal brasileiro em movimentação de contêineres, de acordo com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Para o Diretor Comercial do Porto Itapoá, Roberto Pandolfo, o aumento dos volumes movimentados em Itapoá, ano a ano, tem grande relevância.

“Do ponto de vista financeiro, esse incremento é obviamente significativo. Comercialmente, o aumento constante nas cargas de importação e exportação demonstra que o Porto Itapoá está consolidado como uma importante via logística de entrada e saída para a indústria brasileira”, ressalta Pandolfo.

O bom desempenho no primeiro semestre foi em grande parte resultado de uma operação especial, montada pelo Terminal, para atender à demanda dos clientes que enfrentavam dificuldades para movimentar suas cargas durante o período de chuvas no Estado de Santa Catarina.

Situado na Baía da Babitonga, com águas abrigadas, o Porto Itapoá oferece mais segurança para a navegação e as operações portuárias. Esse tem sido um importante diferencial para a cadeia logística de Santa Catarina que, mesmo em situações climáticas adversas, não precisa migrar suas operações para portos de outros Estados.

Obras de Expansão

Somada à intensa movimentação de contêineres no primeiro semestre de 2017, o Porto Itapoá está, em paralelo, desenvolvendo a ampliação de suas instalações. Com as obras de expansão, iniciadas no segundo semestre de 2016, sua capacidade de movimentação de cargas passará dos atuais 500 mil TEUs (medida padrão para contêiner de 20 pés) para 2 milhões de TEUs anuais.

Com investimentos que somam R$ 500 milhões, o projeto tem prazo de conclusão de até cinco anos. A área física do Porto passará dos atuais 150 mil m² para 450 mil m². O cais, que hoje tem 630 metros de comprimento, passará a ter 1,2 mil metros. Até maio de 2018, a previsão é de que pelo menos mais 100 mil m² de pátio e 170 metros de píer estejam prontos para a operação. Com isso, a capacidade de movimentação poderá ser de 1,2 milhões de TEUs/ano.

(*) Fonte: Porto de Itapoá

 

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Assinada a ordem de serviço para reinício das obras nos berços do Porto de Itajaí

A ordem de serviço para conclusão das obras de realinhamento e reforço do berço 3 do Porto de Itajaí foi assinada nesta terça-feira (11) e deverá ser entregue até novembro. O documento inclui a retomada dos trabalhos no berço 4, com término previsto para maio de 2018.

Com 90% da obra concluída e paralisada desde maio de 2016, os reflexos positivos da conclusão do berço 3 poderão ser vistos desde a execução da obra.

Serão contratados cerca de 100 trabalhadores da mão de obra local para dar andamento à obra, atualmente 90% concluída. Além da imediata geração de empregos, o superintendente do Porto de Itajaí, Marcelo Werner Salles, ressalta que toda a cadeia portuária, logística e do comércio exterior é diretamente beneficiada com as obras, uma vez que o porto terá condições de receber mais atracações. “Este é um dia que merece ser celebrado, pois em apenas seis meses conquistamos os recursos para essa tão esperada e importante obra para a economia de Itajaí e de Santa Catarina”, destaca.
Com a liberação dos R$ 18,8 milhões pela Secretaria Nacional de Portos do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação, a primeira ação a ser desempenhada é a reforma de 10 defensas e 10 cabeços existentes, cuja finalidade é de absorver o impacto das embarcações na estrutura de concreto do costado, no momento das atracações e desatracações. Esta etapa dos trabalhos também contempla a fabricação de 150 metros cúbicos de concreto de paramentos pré-moldados.

Para execução dos serviços, serão utilizados dois flutuantes, um rebocador, um guindaste 250 toneladas e um guindaste de 75 toneladas. No período de 120 dias também serão realizados estudos de perfuração de lajes no berço 4.

O berço 4 está com aproximadamente 50% da obra concluída. Além da falta de recursos do governo Federal, outro agravante impossibilitou a continuidade das obras: lajes de concreto armado, com cerca de 40 centímetros de espessura, foram encontradas submersas fruto do desmoronamento que ocorreu na década de 1980. De acordo com a empreiteira, as lajes não podem ser retiradas e é necessária a realização de testes de perfuração para que se garanta a sustentação e a conclusão do berço 4.

O berço 3 tem em sua margem 210 metros de comprimento e o berço 4 segue um traçado retilíneo de 280 metros, totalizando 490 metros de cais.

Avanços portuários

Em maio, a draga chinesa Xin Hai Niu iniciou o desassoreamento do Rio Itajaí-açu para restabelecer a profundidade de 14 metros. Até outubro, serão dragados cerca de quatro milhões de metros cúbicos de entulhos para recuperar o calado perdido durante as fortes chuvas de 2015.

Com a conclusão da nova bacia de evolução, cujas obras da primeira etapa seguem em ritmo acelerado, será possível receber navios com até 366 metros – sendo que hoje o limite é de 306. O empreendimento representa um grande avanço de competitividade para o Porto de Itajaí e demais terminais que compõem o Complexo Portuário.

O movimento de contêineres no porto de Itajaí também deve crescer cerca de 20% com a retomada das operações da Linha Ásia no cais operado pela APM Terminals. O volume pode chegar a quatro mil unidades a partir de abril do ano que vem, segundo estatística divulgada pela Autoridade Portuária. A linha de serviço estará em atividade na margem direita do porto público com 13 navios porta-contêineres dos armadores Hapag Lloyd, NYK, Hamburg Sud, ZIM, UASC e HMM. As rotas passam pela Costa Leste da América do Sul, Malásia, Singapura, China e Coréia do Sul. Os serviços haviam sido paralisados há cerca de dois anos. A primeira atracação está prevista para o dia 9 de setembro.

Fonte: Ascom Porto de Itajaí

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China e UE apostam em navegação mais verde para reduzir emissões

A trilionária indústria da navegação global poderá em breve ser forçada a reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa devido às novas regras apoiadas pela União Europeia e pela China.

Mais de 200 representantes se reuniram nesta semana na Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês), a agência da Organização das Nações Unidas que supervisiona a navegação, com sede em Londres, para discutir regras que poderiam transformar o setor, atualmente responsável por 3 por cento das emissões mundiais, em uma operação com emissão zero de carbono na segunda metade do século.

A mudança em direção à energia limpa foi motivada pelo Acordo de Paris para mudanças climáticas e também pela ameaça das normas regionais estudadas pela UE e testadas na China. A Europa propôs um plano para adicionar as emissões dos navios ao seu sistema de comércio até 2023 se as negociações na IMO não avançarem. A China realiza um programa piloto similar englobando o porto de Xangai e a indústria da navegação.
A proposta da UE “estabelece um prazo para que a IMO apresente uma meta e medidas”, disse Sotiris Raptis, assessor sênior da Organização Europeia dos Portos Marítimos e ex-assessor parlamentar da UE. “Mas trata-se de uma indústria global, é difícil regular emissões geradas fora da jurisdição.”

A imposição de regras para as emissões eliminaria uma lacuna deixada pelo Acordo de Paris para as mudanças climáticas, de 2015. Os motores dos navios quase sempre queimam óleo combustível pesado, uma das formas mais sujas e baratas de energia. Os membros da IMO voltarão a discutir suas estratégias e objetivos em outubro. O rascunho de um acordo pode vir a ser elaborado em 2018 e implementado em 2023.

“Estamos vendo disposição dos delegados para discutir os problemas”, disse Edmund Hughes, chefe de poluição atmosférica e eficiência energética da IMO.

As vozes mais críticas nas negociações são as dos pequenos países do Pacífico, como as Ilhas Marshall, as Ilhas Salomão e Kiribati, que estão entre os mais vulneráveis ao aumento do nível do mar devido às mudanças climáticas. Algumas ilhas podem ser submergidas pela água já na próxima década, o que as levou a formar uma coalizão com alguns países da UE para pedir regras rígidas para as emissões à IMO.

“O setor precisa urgentemente intensificar seus esforços”, disse Mike Halferty, ministro dos Transportes das Ilhas Marshall, país sob cuja bandeira está registrada a maioria dos navios. “Se a navegação internacional fosse um país, teria a sétima maior emissão do mundo.”

China e Índia

A China e a Índia, que têm as duas maiores populações do mundo, apresentaram um documento conjunto em apoio à mudança para uma navegação com menor emissão de carbono. Segundo o plano, os países seriam livres para criar planos individualizados de redução das emissões.

Países produtores de petróleo como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos enfatizaram que seria necessário fechar um compromisso, segundo declarações feitas na quarta-feira que sinalizaram falta de disposição para um acordo rápido sobre as medidas propostas. Delegados de países sul-americanos como Argentina e Chile afirmaram que os impactos de custo do comércio de longo curso com portos geograficamente remotos precisam ser considerados.

Fonte: Bloomberg News

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Retomada lenta

Comércio exterior do Brasil só deve se recuperar em 2020, aponta relatório da Maersk
• Um relatório comercial da Maersk sobre o primeiro trimestre de 2017 projeta que o comércio exterior do Brasil deve demorar três anos para recuperar os níveis pré-crise econômica. Embora as importações tenham começado a melhorar graças ao maior volume de comércio na rota asiática, a empresa avalia que as exportações, principalmente de commodities, foram impactadas negativamente pela falta de espaço nos navios e pela demanda mais fraca da Europa. A estratégia do grupo é, assim como a de seus clientes, manter a cautela sobre o que vai acontecer neste ano no Brasil e no mundo.

Fotos do Porto de Santos para o banco de imagens do site www.portodesantos.com.br

Porto de Santos aumenta calado operacional após dragagem

Uma semana após a redução do calado operacional (fundura máxima que os navios podem atingir quando totalmente carregados) do Porto de Santos de 13,2 para 12,3 metros, os esforços concentrados na dragagem do trecho 1 do canal de navegação surtiram efeito. Agora, embarcações com até 12,6 metros de calado poderão trafegar na região que vai da entrada da Barra até o Entreposto de Pesca.

De acordo com o capitão de mar e guerra Alberto José Pinheiro de Carvalho, que é comandante da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), uma nova batimetria (levantamento de profundidade) foi entregue ontem pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a estatal que administra o cais santista.

“Com essa análise, conseguimos ampliar o calado para 12,6 metros. O ganho é pequeno, de 30 centímetros, mas é resultado dessa dragagem já realizada durante esta semana”, explicou o comandante.
Até o final de julho, a Dratec Engenharia, empresa contratada pela Codesp para a manutenção das profundidades do Porto de Santos, deve concentrar os trabalhos apenas no trecho 1 do canal de navegação. A ideia é evitar o assoreamento (deposição de sedimentos, que torna o canal mais raso) naquela região.

Durante toda esta semana, usuários do Porto de Santos tentaram minimizar as perdas causadas pela redução do calado operacional do cais santista. Mas, de acordo com o diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, os custos extras foram inevitáveis.

Prejuízos

Em uma semana, cerca de 7 mil contêineres deixaram de ser movimentados no Porto de Santos, segundo o executivo. Isto representa um prejuízo de cerca de US$ 16,1 milhões em frete para os armadores, o equivalente a R$ 52,8 milhões.

“Conforme informações obtidas, há navios que efetuaram escalas extras em Itaguaí e Sepetiba (RJ) para descarga de contêineres de importação. Isto aconteceu para a redução do calado, por conta das restrições do Porto de Santos”, explicou.

De acordo com o executivo, por conta da passagem não prevista em outros portos, somaram-se custos extras com combustível, atracação, serviço de praticagem e rebocadores, onerando mais ainda as operações e elevando os prejuízos.

“Há casos de armadores que cortaram entre 6 mil e 15 mil toneladas de carga de exportação. Isso causa prejuízos imensuráveis com os lotes deixados para trás, causando descontentamento para os clientes e provocando desgaste comercial”, destacou Roque.

Segundo dados do Sindamar, a cada centímetro a menos de calado, deixa-se de embarcar entre sete e oito contêineres. Com a redução atual, isso representa uma perda de carregamento de até 720 caixas metálicas ou 5 mil toneladas de carga por viagem.

Procurada, a Codesp não se posicionou sobre a mudança do calado operacional do Porto de Santos até o fechamento desta edição.

Fonte: A Tribuna

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Exportações de automóveis têm o melhor mês de junho desde o ano de 2005 e crescem 40,9%

A indústria automobilística brasileira teve em 2017 o melhor resultado para um mês de junho desde 2005 e comercializou no mercado externo, no mês passado, um total de 66.059 unidades, com um aumento de 40,9% em relação a junho do ano passado. E em termos do acumulado do ano, os números são ainda mais expressivos: as exportações totalizaram 372.563 unidades, 58,2% superiores aos embarques realizados no primeiro semestre de 2016.

Entretanto, se comparadas com o mês de maio, as exportações apresentam uma retração de 9,%. Os dados foram divulgados hoje (6) em São Paulo, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Com relação às exportações, junho de 2017 foi o melhor desde 2005, quando houve recorde. Segundo os dados da Anfavea, foram comercializadas no mercado externo 66.059 unidades, o que representa um aumento de 40,9% em relação a junho do ano passado. No acumulado do ano, as vendas para outros países chegaram a 372.563 unidades, 58,2% a mais do que no primeiro semestre de 2016. Entretanto, com relação a maio houve queda de 9,3%.

As vendas de veículos subiram 13,5% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado, com 195 mil unidades comercializadas ante 171,8 mil em junho de 2016. Considerando o primeiro semestre, o aumento nas vendas foi de 3,7% de janeiro a junho deste ano em relação ao mesmo período de 2016. Na comparação com maio, no entanto, as vendas de veículos em junho tiveram leve queda, de 0,3%. Os dados foram divulgados hoje (6) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

De acordo com o presidente da entidade, Antonio Carlos Botelho Megale, as vendas até agora indicam que a projeção feita pela Anfavea para 2017, de crescimento de 4%, deverá ser cumprida. “Começamos a ver o aumento das vendas de veículos elétricos e híbridos, que, embora com números ainda baixos, com 1.184 unidades até junho, já superam o total do ano passado inteiro.” Megale também destacou que na comparação de junho com maio é importante levar em conta que junho teve um dia útil a menos, o que interfere no total de vendas.

Produção

Segundo os dados da Anfavea, a produção de veículos cresceu 23,3% no semestre, com 1.263.200 veículos montados. Em junho deste ano foram produzidas 212.300 unidades, 15,1% a mais do que em junho de 2016 (184 mil). Na comparação com maio (250,9 mil novas unidades), a produção apresentou queda de 15,4% em junho.

“Com um dia útil a menos do que no mês anterior, junho tem pelo menos 5,5% a menos de produção. Além disso duas empresas deram férias coletivas para ajuste de estoque e uma para ajuste na linha de produção para entrada de novos produtos. Isso é normal, algumas montadoras usam esse período do ano para isso”, disse Megale.

Os dados também mostram que estoque está em 222,7 mil unidades, o que pode ser considerado um nível estável, com capacidade para atender a demanda de 34 dias de vendas. “As fábricas estão ajustando a produção para manter um nível adequado de estoque em 30 dias. Se as vendas de julho costumam ser um pouco maiores, é natural que comece o mês com alguns dias a mais”, explicou o presidente da Anfavea.

De acordo com Megale, o nível de emprego no setor está estável, com pequenas variações entre as empresas. No último mês foram eliminados 300 postos de trabalho, o que representa ajustes feitos pelas montadoras. “Algumas contrataram, outras fizeram ajustes desligando, outras ficaram estáveis. É uma variação normal que acontece. Na comparação com junho do ano, passado houve queda de 5% no emprego e esperamos que no segundo semestre, com uma possível retomada, haja possibilidade de manter o nível de emprego estável ou melhorar.”

Segundo a Anfavea, em junho, 2.788 funcionários estavam em layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho) e 9.754 estavam no Programa de Proteção ao Emprego (PPE).

Projeções

Megale ressaltou que, com base nos números observados, a previsão da Anfavea para 2017 foi revista em alguns aspectos. Com relação às exportações os números passam de 558 mil unidades para 70 mil unidades, aumento de 35,6% em relação ao ano passado. Para a produção, as novas previsões indicam 2.621.000 novos veículos no ano, puxado principalmente pelo aumento nas exportações. Já para as vendas, a entidade manteve a previsão de crescimento de 4% em 2017.

(*) Com informações da Agência Brasil

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Redução de calado causa prejuízos a usuários do Porto de Santos

A redução da profundidade máxima e do limite do calado operacional (fundura máxima que os navios podem atingir quando totalmente carregados) no Porto de Santos, confirmada na última sexta-feira, trouxe preocupação e indignação aos usuários do complexo santista. O prejuízo pode chegar a US$ 1,6 milhão por navio. Para os agentes marítimos, sobrou a tarefa de rever embarques de cargas já programados, tanto no transporte de produtos a granel, quanto de contêineres.

“Uma coisa é certa: já estamos tendo prejuízos”, afirma José Roque, diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar). Ele se refere à redução calado operacional na entrada do Porto. Antes, a regra permitia a navegação de embarcações com até 13,7 metros. Agora, a restrição é para navios de até 12,3 metros, em condições normais de maré.

A entidade estima que nos navios de contêineres, a cada centímetro a menos de calado, deixa-se de embarcar entre sete e oito unidades. Com a redução atual, isso representa uma perda de carregamento de até 720 contêineres ou 5 mil toneladas de carga por viagem.
De acordo com os cálculos do Sindamar, com o frete médio a US$ 2.300, o prejuízo fica em torno de US$ 1.6 milhão por navio. No caso das cargas de granéis, com 90 centímetros a menos, as embarcações deixam de transportar 9 mil toneladas, perdendo o frete de US$ 27mil, além do exportador, no caso da soja, deixar de vender o equivalente a US$ 324mil.

“Embora a Codesp tenha informado que a draga Pearl River já esteja programada para realizar a dragagem do trecho compreendido entre a Barra e o Entreposto de Pesca, até ser concluída a dragagem, os usuários do Porto de Santos enfrentarão enormes dificuldades e transtornos em suas logísticas operacionais”, afirma representante do Sindamar.

Entre outras implicações, ele aponta impactos comerciais com compradores internacionais pelos compromissos assumidos, que podem resultar em multas ou até no cancelamento de contrato firmado e não cumprido.

Armazenagem

A limitação do calado também pode provocar outros gastos aos agentes que atuam no complexo portuário santista, pois para atender essa nova profundidade reduzida, são obrigados a ter despesas com armazenagem, zarpando com os navios com a sua capacidade de carregamento prejudicada na alocação das cargas.

“Isso traz um resultado negativo na balança comercial devido à limitação no carregamento. Resultado: exporta-se menos com esse calado”, avalia Roque.

Procurada para comentar sobre as alterações ocorridas depois da redução do calado, a Codesp informou, por meio de nota que a “programação dos navios permanece normal e os trabalhos de dragagem acontecem dentro da programação prevista”.

Na última sexta-feira, após reclamações de terminais portuários e da detecção de três pontos de assoreamento (deposição de sedimentos) na entrada do Porto, a Codesp deslocou a draga para o local que necessitava de dragagem.

No entanto, a Autoridade Portuária também não informou quando esta frente de trabalho concluída e nem quando será realizada uma nova batimetria (levantamento de profundidades) para avaliar se houve ampliação na profundidade do canal do Porto.

Fonte: A Tribuna