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Grupo propõe juros menores para retomar a atividade

O debate econômico está excessivamente concentrado no ajuste fiscal prometido pelo governo, mas essa não é condição suficiente para que o Brasil volte a crescer. A avaliação, que parte de economistas e empresários reunido no “Grupo Reindustrialização”, é que são necessárias condições que favoreçam a atividade econômica para tirar o país da brutal recessão em que se encontra. “O diagnóstico defendido pela equipe econômica está equivocado, porque é parcial. Precisamos de medidas simultâneas para estimular o crescimento”, avalia um dos participantes, Mário Bernardini, da Abimaq.

Depois do primeiro documento, em que constavam seis medidas para reindustrializar o país, o grupo listou cinco medidas emergenciais para tirar o Brasil da crise, sendo que o ponto de partida é, necessariamente, a queda da taxa básica de juros.

Além de Bernardini, também participam do “think tank” Nelson Marconi e Yoshiaki Nakano (EESP-FGV), que coordena o grupo, Antonio Correa de Lacerda (PUC-SP), Luiz Carlos Bresser-Pereira (FGV), Edgard Pereira e Pedro Rossi (Unicamp) e Francisco Pires Eduardo de Souza (UFRJ), entre outros.

O corte “firme” da Selic, dizem, ajudaria a destravar o mercado de crédito, facilitaria a renegociação de dívidas de empresas e famílias, desvalorizaria o câmbio e reduziria o peso da conta de juros no resultado nominal, dirimindo parte do problema fiscal.

“Não é reduzir na marra”, reforça Marconi, da FGV. Como nos últimos três meses o IPCA desacelerou significativamente e as projeções para 2017 indicam continuidade do processo de redução da inflação, não faz sentido que o país tenha juros reais da ordem de 8% ao ano, afirma. O próprio Banco Central, diz ele, estima que a taxa de juros real neutra da economia é de cerca de 5% ao ano, e pois isso Marconi avalia que há espaço suficiente para trazer a Selic dos atuais 14% para algo como 9% rapidamente, e não apenas ao fim de 2017, como esperam alguns analistas do mercado.

A redução da Selic para níveis bem inferiores aos atuais é pré-condição para que outras engrenagens da economia voltem a funcionar. Um efeito secundário importante seria desvalorização da taxa de câmbio. Para o grupo, o dólar deveria valer R$ 3,80, pelo menos, para tornar as empresas brasileiras mais competitivas, e o governo poderia lançar mão de instrumentos como o IOF sobre derivativos para fazer o real perder força.

O governo também não pode demonizar o papel do BNDES em um momento em que as empresas precisam retomar investimentos e não tem nem acesso a capital de giro, dizem. Para Antonio Corrêa de Lacerda, da PUC-SP, acredita que a retomada vai depender de exportação e dos investimentos, mas avalia que há uma aposta excessiva no setor privado e nos estrangeiros para retomada do investimento. “O Estado precisa ser indutor, precisamos retomar os investimentos públicos”, diz ele, citando um dos pontos defendidos no documento.

Para Bernardini, as concessões de projetos à iniciativa privada esbarram em questões como a necessidade de proteção cambial para investimentos estrangeiros, que podem tornar as tarifas praticadas inviáveis. Além disso, afirma Marconi, membro do grupo, áreas prioritárias para o país, como saneamento e educação, não têm o retorno necessário para que sejam interessantes para a iniciativa privada e deveriam ser o foco do governo.

Os economistas ressaltam que não são contra o ajuste fiscal, mas têm uma visão diferente do que pode ser feito, em relação ao projeto apresentado pelo governo.

Para Bernardini, que enfatizou que essa é uma opinião pessoal, o plano apresentado pelo governo para controlar os gastos públicos é “tosco”.

Para eles, o limite de crescimento da despesa deveria contemplar todo o gasto público, inclusive a conta de juros, que ficou de fora da PEC do teto do gasto. Com redução significativa da Selic, o superávit primário necessário para estabilizar a dívida pública seria muito menor do que calculam economistas do setor privado. A revisão de incentivos fiscais mal feitos e benefícios do setor público, como supersalários, também poderia abrir espaço para redução da despesa sem cortar investimentos.

O critério de correção do gasto também é alvo de críticas. Para o grupo, o aumento do gasto limitado pela inflação tende a comprimir excessivamente a despesa em períodos de crescimento, enquanto o método de correção deveria ser mais anticíclico. Por isso, o grupo avalia que o gasto deveria seguir o PIB do ano anterior.

Por último, os economistas não descartam medidas do lado da receita para cobrir o buraco fiscal no curto prazo. Taxação de lucros e dividendos, de grandes fortunas e o fim de desonerações previdenciárias para o agronegócios e instituições filantrópicas, por exemplo, poderiam compensar cerca de metade do déficit atual nas aposentadorias, reduzindo o tamanho do problema fiscal brasileiro.

Fonte: Valor

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Maersk Line projeta leve recuperação em 2017

O fim de ano da Maersk Line caminha para ser o melhor na comparação anual desde 2010. O relatório do terceiro trimestre da companhia aponta que uma leve retomada da confiança de empresários e investidores contribuiu para que as importações declinassem menos, com expectativa de voltarem a crescer em 2017. A empresa também acredita que os exportadores têm a oportunidade de tirar vantagem de um Real mais fraco em novembro, após o resultado das eleições presidenciais dos Estados Unidos.

Na avaliação da Maersk, os exportadores de soja estão tirando proveito dessa janela cambial, após uma retração geral no crescimento das exportações. A empresa identifica necessidade de se abrir a economia brasileira e estabelecer mais acordos bilaterais, bem como acelerar os leilões de concessões para reduzir a dependência das exportações em relação ao câmbio.

Este foi o primeiro trimestre desde 2015 em que as importações registraram uma queda de um dígito ao invés de dois. De acordo com o relatório trimestral, as importações declinaram menos graças à melhoria na demanda por bens europeus e asiáticos, paralelamente aos mercados da África e do Oriente Médio. A empresa destaca que seis das 17 categorias de produtos trazidos para o Brasil têm mostrado crescimento sólido, entre eles algodão, químicos, plástico e borracha, além de produtos têxteis.

A Ásia foi um dos principais destaques, com crescimento de 14,6% nas exportações de carne de porco, embora a performance das carnes bovina e de frango tenha sido mais fraca, com declínios de 2,9% e 2,5% respectivamente devido à apreciação do Real. Houve forte demanda asiática por bens refrigerados, uma alta de 28,4%. “Estamos começando a ver uma mudança nas exportações de cargas secas, com uma forte demanda de dois dígitos contínua para produtos industrializados com alto valor agregado, como vestuário, automóveis, bens de consumo e maquinário, mas os pedidos de bens de baixo valor agregado, como soja, milho, resíduos da indústria alimentar e café estão perdendo força significativamente”, acrescenta o diretor de trade e marketing da Maersk Line na costa leste da América do Sul, João Momesso.

A Maersk prevê crescimento de 1% para o Brasil em 2017. Em termos de comércio global, a companhia acredita que a demanda mundial por transporte de contêineres crescerá entre 1% e 2% em 2016. No terceiro trimestre, o comércio global de contêineres cresceu 2% na comparação com o mesmo período de 2015. Um viés mais positivo, na visão da Maersk, são as importações de contêineres pela Europa e América do Norte em ritmo de crescimento. Já a capacidade da frota global de contêineres caiu no terceiro trimestre.

A Maersk anunciou em outubro a compra de mais 14,8 mil contêineres refrigerados, após um investimento em outras 30 mil novas unidades em 2015 e seis mil no início deste ano. “Estamos finalmente vislumbrando um Natal levemente melhor, mas precisamos lembrar que as bases de comparação são bastante baixas uma vez que passamos por cinco anos sucessivos de queda nos volumes”, ressalta o diretor superintendente da Maersk Line para costa leste da América do Sul, Antonio Dominguez.

Por:Danilo Oliveira

Começa arbitragem que definirá disputa entre Libra e Codesp

O grupo Libra, especializado em logística portuária, entrou em contagem regressiva que pode lhe impor um desembolso vultoso no momento em que enfrenta problemas financeiros e operacionais. Sem alarde, teve início a arbitragem que discute contencioso que a companhia trava há anos com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). A estatal, que administra o porto de Santos, cobra da Libra dívida bilionária pela exploração de um terminal no cais, arrendado em 1998. Já a Libra, controlada pela família Borges Torrealba, entende que a Codesp não cumpriu o que estava no edital e, por isso, tem créditos a receber.

A arbitragem está em curso no Centro de Arbitragem e Mediação (CAM-CCBC) da Câmara de Comércio Brasil-Canadá desde a segunda quinzena de outubro e tem duração máxima de dois anos. O valor arbitrado terá de ser quitado em até cinco anos e não cabe recurso. Pelos dados do balanço da Codesp, é o maior passivo de uma empresa portuária junto à União. Em 2015 o terminal respondeu por 94% das contas a receber da estatal, cerca de R$ 1,12 bilhão.

“Quem vai decidir é a arbitragem, mas o grupo considera que tem contas a receber”, disse um interlocutor. E acrescentou: “Venderam ao grupo um Cadillac e entregaram um Volkswagen”, afirmou, referindo-se aos compromissos de infraestrutura que teriam que ser garantidos pela Codesp.

O problema é que o grupo passa por um momento sensível, que um possível desembolso só agravaria. Nos próximos anos, terá de fazer um investimento de quase R$ 800 milhões no terminal de Santos pela renovação antecipada do contrato, assinada em 2015, justamente quando sua geração de caixa é insuficiente para cobrir despesas com juros e eventuais amortizações de dívida financeira. Ao fim de 2015, a posição de caixa consolidada da controladora Libra Holding era de R$ 398 milhões, para um total de mais de R$ 1,3 bilhão de empréstimos e financiamentos que vencem neste ano.

Parte do problema foi que o grupo se alavancou para fazer a expansão do seu terminal de contêineres no Rio e a operação de cargas não respondeu à altura. A ampliação foi feita com recursos próprios e financiamentos, inclusive do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O pacote incluiu emissão de debêntures em 2014 de R$ 270 milhões para concluir o projeto de expansão do seu terminal carioca.

Em junho, a agência de classificação de riscos Fitch rebaixou o rating de longo prazo da Libra Terminal Rio, de ‘BB’ para ‘CCC’, reflexo da deterioração do perfil de crédito do grupo e da piora da geração de fluxo de caixa operacional.

Gisele Paolino, diretora de Corporates da Fitch, diz que mesmo sem a definição da arbitragem com a Codesp “a situação do grupo é muito complicada para honrar obrigações com os próprios credores”. Segundo ela, apesar de o rating ser para a dívida da Libra Rio, ele reflete o risco consolidado do grupo, dado que “os laços financeiros, estratégicos e operacionais entre as companhias são grandes.”

Para tentar sobreviver à tormenta, a Libra contratou a assessoria financeira Lazard para reestruturar a dívida e está em negociações com os bancos e debenturistas há três meses. Procurada, a Lazard informou que não comenta casos de clientes e de possíveis clientes. Segundo fontes próximas das discussões, os bancos têm sido compreensivos com as dificuldades enfrentadas pelo grupo e a expectativa é que antes do fim do ano possa haver algum tipo de acordo. A lista de bancos credores inclui Itaú, Banco do Brasil, Santander e Bradesco, apurou o Valor.

Segundo fontes, as dificuldades da Libra se relacionam com investimentos feitos em anos recentes e cujo retorno não foi o esperado como resultado da crise no Brasil e do menor crescimento da economia mundial, que reduziu tráfegos marítimos e levou à consolidação das empresas de navegação. O terminal do grupo, no Rio, trabalha com alto índice de ociosidade. Assim como o de Santos, que perdeu um serviço de navegação da Ásia, o que agravou a situação.

Desde então, aumentou entre os trabalhadores do cais santista a expectativa de que o grupo faça uma demissão em massa. O Sindicato dos Empregados Terrestres em Transportes Aquaviários e Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Settaport) está negociando com a Libra uma saída para evitar as demissões, que poderiam chegar a 300 funcionários.

“Estamos tentando uma alternativa, eles nos disseram que vão ficar com um navio por mês, mas isso é muito pouco para a estrutura da empresa”, disse o presidente do Settaport, Francisco Nogueira.

O grupo também investiu no segmento aeroportuário, comprando o Aeroporto Internacional de Cabo Frio (RJ), em 2011.

No processo de reorganização pelo qual está passando, a Libra decidiu se desfazer de ativos não prioritários. Em agosto vendeu a Companhia de Navegação da Amazônia (CNA) para a MLOG e há outros ativos, incluindo terrenos, dos quais o grupo poderia se desfazer, segundo fontes. No mercado, há informações de que ativos ligados diretamente à família controladora, os Borges Torrealba, como um haras nos Estados Unidos, podem ser vendidos.

Procurado, o grupo disse que as atividades e os investimentos necessários para a expansão da infraestrutura em Santos “seguirão o cronograma estabelecido no contrato de arrendamento”. O projeto foi entregue no início de setembro ao governo.

A Libra disse ainda que iniciou um processo de reestruturação com o objetivo de se ajustar ao atual cenário econômico brasileiro, prejudicado pela redução dos fluxos de exportação e importação no porto de Santos, e, simultaneamente, pelo aumento de oferta no porto. “A empresa está focada na adequação de sua estrutura operacional, na redução de custos e na intensificação de ações comerciais para a retomada do volume de carga, agindo proativamente no aumento da competitividade e na eficiência portuária em Santos, em prol do comércio exterior do país”, disse a empresa em nota.

Fonte: Valor

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Brasil é principal destino de capital chinês entre emergentes

O Brasil é a primeira destinação de aquisições de empresas pela China em economias emergentes e a terceira globalmente, neste ano, revela levantamento da consultoria de dados financeiros Dealogic, de Londres, para o Valor. Seis transações por parte dos chineses no Brasil totalizaram US$ 11,9 bilhões entre 1º de janeiro e 18 de novembro, mais do dobro da soma de dez operações realizadas em todo o ano passado no país.

As aquisições dos chineses no Brasil só são superadas pelas compras de companhias nos EUA (US$ 60,6 bilhões) e Suíça (US$ 48,8 bilhões), mas ficam acima dos negócios efetuados na Alemanha, principal economia europeia.
O Brasil atraiu 22,7% do volume de transações de US$ 52,4 bilhões efetuadas pelos chineses nos mercados emergentes neste ano. Quase tudo, cerca de US$ 10 bilhões, foi destinado a aquisições em “energia e serviços públicos” no país. Aparece em seguida o setor químico, US$ 1,7 bilhão.

O total de compras por empresas chineses na economia brasileira chega a US$ 39,6 bilhões entre 2010-2016. O movimento neste ano é significativo, porque Pequim passou a investir mais nos mercados desenvolvidos do que nos emergentes.

A Dealogic mostra que o total de fusões e aquisições chinesas no exterior já bate recorde este ano, com US$ 208,9 bilhões, um grande salto em relação a 2015. O volume está em linha com o plano anunciado pelo primeiro-ministro Li Keqiang, que prevê US$ 1 trilhão em investimentos diretos externos em cinco anos, tornando o país o segundo maior investidor direto, só atrás dos EUA.

No entanto, o grupo Rhodium, dos EUA, publicou estudo estimando que as estatísticas oficiais de investimentos chineses no exterior devem ser de duas a quatro vezes inferiores ao volume real.

Para o banco UBS, a recente hostilidade sinalizada pelo presidente eleito dos EUA contra estrangeiros pode frear o crescente apetite chinês por investimentos na maior economia do mundo. Recente relatório de um grupo do Congresso americano recomenda que Washington proíba a compra de companhias americanas por estatais chinesas. O protecionismo na Alemanha também bloqueou transações dos chineses. O governo alemão considerou que a China procurava acesso sobretudo a empresas de alta tecnologia, em detrimento da segurança nacional.

No entanto, o UBS aponta uma redução na parte dos investimentos externos feitos por companhias estatais chinesas, enquanto as privadas aumentaram negócios no exterior para se expandirem mais rapidamente também em novos setores, como turismo.

O governo brasileiro procura atrair mais capital chinês para os bilionários projetos de infraestrutura. Pequim diz ter interesse, o que pode significar aumento no fluxo de investimento externo direto para o Brasil nos próximos anos.

Fonte: Valor

China Qingdao Port Container Terminal,The world's most efficient loading and unloading pier, with more than 130 countries and regions in the global trade

Problemas em portos e aeroportos emperram liberação de produtos

Edição do dia 15/11/2016 Burocracia, falta de pessoal e paralisações dificultam importações e exportações. Mercadorias estão paradas e empresas têm armazéns vazios.
Problemas em portos e aeroportos emperram liberação de produtos
Burocracia, falta de pessoal e paralisações dificultam importações e exportações. Mercadorias estão paradas e empresas têm armazéns vazios.
O Jornal Nacional mostra mais um retrato da dificuldade que o Brasil enfrenta para melhorar a atividade econômica. Uma série de problemas está emperrando a liberação de mercadorias nos portos e aeroportos do país.
Enquanto toneladas de mercadorias estão paradas em caminhões e containers, empresas exibem armazéns vazios. Os canais de importação e exportação do Brasil estão levando quem precisa comprar, vender, entregar e receber ao desespero.
“Não tem como mensurar o tamanho do prejuízo que tudo isso está trazendo para o país”, comenta Gladis Vinci, da Associação Brasileira de Transporte Internacionais.
Portos e aeroportos estão enfrentando uma mistura de velhos e novos problemas: burocracia ineficiente, falta de fiscais da Anvisa e paralisações dos auditores fiscais.
Cruzar a fronteira com o Paraguai ficou mais demorado com a operação-padrão na Receita Federal.
A liberação de senhas pra vir do Uruguai para o Brasil pode demorar uma semana.
“A gente precisa pagar os caminhões, tem os empregados pra pagar, tem tudo. Chega o final do mês, tem as contas e a gente não trabalhou”, conta o caminhoneiro Germano Schweinerger.
“Não somos contra a paralisação deles, a reivindicação deles, mas só que dessa forma está só prejudicando a gente”, afirma o caminhoneiro Hugo Freitas.
Operações-padrão dos auditores da Receita acontecem desde meados do ano. A categoria é contra alterações no projeto de lei 5864 que afeta salários e estrutura das carreiras no órgão.
“O objetivo não é prejudicar a população. Mas as operações-padrão estão sendo realizadas em todo o país, aeroportos e portos e a tendência é que isso continue nos próximos dias, enquanto o governo não resolver a questão do PL 5864”, aponta Claudio Damasceno, do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais.
As listas de trabalho mostram que auditores estão liberando um número muito pequeno de processos por dia e esse não é o único problema para importadores e exportadores. No Aeroporto de Viracopos, em Campinas, a falta de fiscais da Anvisa é crônica e cada dia pior.
“Por falta de capacidade humana, as cargas vão sendo represadas aqui, chegando então na nossa realidade atual aos 30 dias. Nós temos aqui represados insulinas, vacinas, medicamentos diversos, matéria-prima para a produção de medicamentos”, diz o assessor do Aeroporto de Viracopos, Carlos Alberto Alcântara.
Antes, a liberação de produtos urgentes como medicamentos acontecia em até cinco dias em Viracopos.
E a situação de quem precisa exportar também está bem complicada. No Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, o processo de liberação de uma carga antes era agendado e levava apenas algumas horas. Agora, são pátios cheios de caminhões parados.
“Você acaba agregando os custos dessas armazenagens nos produtos e obviamente que esses custos serão repassados para o consumidor final e você perde competitividade no mercado internacional”, diz Lourival Martins, empresário do setor de logística.

Em portos como o de Santos, navios ficam parados não só por causa dos auditores da Receita. Além da falta de funcionários da Anvisa, para liberação das embarcações, há problemas no sistema de informática.
“A Anvisa regula um mercado de alta tecnologia, um mercado extremamente dinâmico, e trabalha hoje com sistema lento, arcaico e atrasado que é o Datavisa”, explica o presidente da Univisa, Henrique Manzato Oliveira.
“Se continuar do jeito que está nós teremos, provavelmente, um congestionamento no Porto de Santos”, afirma Nivio Perez do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros.
É o Brasil que precisa movimentar a economia andando devagar e acumulando prejuízo.
“É uma situação recorrente, insustentável, insuportável que não dá mais para gente ficar arcando com esse tipo de prejuízo”, diz o diretor do Sindamar José Roque.
A Receita Federal declarou que vai continuar a trabalhar para a aprovação do projeto de lei 5864. Em relação aos medicamentos, garantiu que são considerados prioritários e que 90% deles são dispensados de análise documental ou física para agilizar a importação.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária afirmou que o aumento de prazos verificado nos postos da Anvisa no estado de São Paulo é resultado de um acréscimo considerável da demanda nos últimos meses e que está implantando ações para acelerar os processos.
A Anvisa informou também que está em andamento a modernização do sistema Datavisa, que será integrado ao sistema de comércio exterior.jornal-nacional-problemas-em-portos-e-aeroportos-emperram-liberacao-de-produtos

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Maior avião do mundo pousa pela 1ª vez em Campinas

Maior avião do mundo pousa pela 1ª vez em Campinas
Antonov An-225 Mriya tem 84 m de comprimento e pesa 175 toneladas.
Com seis turbinas, ele é o único exemplar deste porte em atividade.
Debaixo de garoa, o maior avião do mundo, o Antonov An-225 Mriya, pousou pela primeira vez no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), às 11h02, desta segunda-feira (14), vindo de Houston, nos Estados Unidos. A aeronave mede 84 metros de comprimento, tem 88 metros de envergadura (distância entre a ponta das asas) e pesa 175 toneladas sem carga e combustível.
Mesmo com a garoa, o pouso foi tranquilo e ocorreu às 11h02 e teve 10 minutos de duração. O Antonov desceu na cabeceira 15 do aeroporto, foi até o final da pista, depois taxiou e estacionou em um hangar.
De acordo com o gerente de operações do Aeroporto de Viracopos, Marcelo Mota, no momento do taxiamento, as ações no aeroporto foram suspensas para permitir que a aeronave ficasse sozinha na pista e foram usados balizadores para guiar o piloto no ângulo correto.
Ainda nesta tarde, a aeronove vai carregar uma peça que servirá de suporte para o gerador de 150 toneladas que ele pegará ainda nesta noite de segunda no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). Dali, segue para Santiago, no Chile.

Fonte:G1

Porto de Santos

Com exportações em alta, balança tem saldo de US$ 39,9 bilhões até 2a. semana de novembro

Na segunda semana de novembro, a balança comercial registrou superávit de US$ 1,121 bilhão, resultado de exportações no valor de US$ 3,938 bilhões e importações de US$ 2,817 bilhões. No mês, as exportações somam US$ 6,144 bilhões e as importações, US$ 4,702 bilhões, com saldo positivo de US$ 1,442 bilhão. No ano, as exportações totalizam US$ 159,230 bilhões e as importações, US$ 119,264 bilhões, com saldo positivo de US$ 39,966 bilhões.

Veja os dados completos da balança comercial

A média das exportações da segunda semana (US$ 787,6 milhões) ficou 7,1% acima da média da primeira semana (US$ 735,3), principalmente, em função do aumento nas exportações de produtos básicos (+19,4%, por conta de petróleo em bruto, farelo de soja, fumo em folhas, soja em grãos, milho em grãos) e produtos semimanufaturados (+8,9%, em razão de açúcar em bruto, celulose, ferro-ligas). Já as vendas de produtos manufaturados registraram queda (-6,2%, principalmente de automóveis de passageiros, açúcar refinado, autopeças, polímeros plásticos, motores para veículos automóveis e suas partes).

Nas importações, houve retração de 10,4%, sobre igual período comparativo (média da segunda semana, US$ 563,3 milhões sobre a média da primeira semana, US$ 628,5 milhões). Esta queda pode ser explicada, principalmente, pela diminuição dos gastos com combustíveis e lubrificantes, equipamentos eletroeletrônicos, equipamentos mecânicos, veículos automóveis e partes, além de plásticos e obras.

Mês

As exportações tiveram aumento de 11,2% até a segunda semana de novembro (média diária de US$ 768,0 milhões) em comparação com a média de novembro do ano passado (US$ 690,3 milhões). O crescimento é explicado pelo aumento nas vendas de produtos semimanufaturados (+39,1%, por conta de açúcar em bruto, semimanufaturados de ferro e aço, madeira serrada ou fendida, ouro em forma semimanufaturada, borracha sintética e artificial, ferro-ligas e couros e peles) e manufaturados (+14,4%, em razão de tubos flexíveis de ferro e aço, automóveis de passageiros, açúcar refinado, motores e geradores elétricos, veículos de carga, óxidos e hidróxidos de alumínio). A exportação de produtos básicos manteve-se estável. Em relação a outubro de 2016, pela média diária, houve crescimento de 11,9%, explicada pelo aumento nas vendas das três categorias de produtos: semimanufaturados (+25,7%), manufaturados (+15,6%) e básicos (+3,4%).

Nas importações, a média diária até a segunda semana de novembro deste ano (US$ 587,8 milhões) ficou 6,8% abaixo da média de novembro do ano passado (US$ 630,4 milhões). Decresceram os gastos, principalmente, com combustíveis e lubrificantes (-55,6%), adubos e fertilizantes (-9,9%), instrumentos de ótica e precisão (-8,5%), equipamentos mecânicos (-8,3%) e químicos orgânicos e inorgânicos (-6,3%). Em relação a outubro de 2016, houve crescimento de 3,3%, pelo aumento das compras de adubos e fertilizantes (+37,7%), siderúrgicos (+20,3%), equipamentos eletroeletrônicos (+11,8%), cereais e produtos da indústria de moagem (+9,3%) e plásticos e obras (+8,2%).

Fonte: MDIC

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Amcham e Fiesp prevêem esfriamento de acordos bilaterais com os EUA após vitória de Trump

Executivos da Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) avaliaram nesta quarta-feira (9) que a vitória de Donald Trump na eleição presidencial americana deverá esfriar as negociações de acordos bilaterais que envolvam os Estados Unidos.

Para a CEO da Amcham, Deborah Vieitas, os Estados Unidos deverão se tornar mais protecionistas, caso se concretize o discurso do candidato republicano em sua campanha eleitoral. No entanto, o país não deixará de ser um importante parceiro comercial brasileiro.

“Os mega acordos comerciais que estão pendentes de aprovação, como a Parceria Transpacífico e o acordo em negociação com a União Europeia, talvez tenham um certo esfriamento, já que as questões internas nos Estados Unidos devem dominar a agenda do novo presidente”, diz.

“Eu sei que isso [os grandes acordos] não será necessariamente a primeira prioridade, e que a perspectiva para nós chegarmos a um acordo bilateral de comércio com os Estados Unidos se torna ainda mais longínqua. Mas isso não vai fazer com que os Estados Unidos deixem de ser um parceiro comercial importante para o Brasil”, disse Vieitas.

Para a CEO da Amcham, a aproximação regulatória entre os dois países, que envolvem procedimentos regulatórios e de aduana, deve continuar a evoluir. Segundo ela, os investidores americanos também devem continuar a ter “cada vez mais apetite” no Brasil. “Entendo que haverá cada vez mais apetite dos americanos, e de outros investidores, conforme nós, no Brasil, pudermos ter o programa do presidente Temer tornando mais concreto e assim como a aprovação das principais reformas que ele propõe”, acredita.

Indústria

Thomaz Zanoto, diretor titular de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) ressalta que os impactos no Brasil da eleição de Trump deverão ser limitados porque o comércio entre os países é feito principalmente com a participação de multinacionais americanas instaladas no Brasil, no chamado “intra company trade”. “É a própria multinacional americana, que tem presença forte no Brasil, que transaciona ou com clientes ou com a matriz nos Estados Unidos. É um processo interno das companhias”, destacou.

Para ele, a situação entre os países é de muita proximidade. No entanto, um acordo de livre comércio não deverá ocorrer. “Se nós tivéssemos nesse momento negociando um acordo de livre comércio com os Estados Unidos, em estágio avançado, seria uma pena, porque talvez o acordo não se concretizasse. Mas isso não está ocorrendo. O trabalho que temos com muita intensidade com os Estados Unidos é um trabalho muito de nível técnico,  a chamada convergência regulatória”, destacou.

Fonte: Agência Brasil

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Empresa dos Emirados quer abrir fábrica de armamento de ponta para segurança pública em Goiás

Representantes da Caracal International, dentre eles o CEO Hamad Al Almere, desembarcaram na última segunda-feira (7) em Goiás. Recepcionados pelo secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Luiz Maronezi, os executivos da fabricante de armamentos de ponta para segurança pública sediada em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, desejam investir em uma unidade produtiva no estado.

As negociações avançaram no mês passado, quando uma delegação goiana visitou Abu Dhabi, onde foi assinado um memorando de entendimento com a companhia local. De acordo com o governo de Goiás, os investimentos deverão girar em torno de R$ 500 milhões e a fábrica pode gerar 1,2 mil empregos, somando os diretos e indiretos.

“Não estamos falando em compra de armas, mas em transferência de tecnologia com know-how alemão”, disse ao portal da Secretaria de Desenvolvimento Econômico o delegado federal Emmanuel Henrique, superintendente de Ações e Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária.

O memorando de entendimento assinado em Abu Dhabi prevê a criação da indústria Caracal do Brasil, uma parceria entre a Caracal International e empresários goianos. O primeiro passo é conseguir a aprovação do governo para a fabricação de armamentos, uma vez que a produção de armas para segurança pública é atualmente monopólio da empresa gaúcha Forjas Taurus.

Enquanto isso, será traçado um plano de viabilidade para a fábrica, que deverá ser erguida no Distrito Agroindustrial de Anápolis, onde já há existe uma boa estrutura logística, até para a exportação. Alcançar outros mercados da América Latina está nos planos da futura indústria.

A ideia é começar montando peças por meio de kits CKD, doze meses após as formalizações institucionais, de acordo com os empresários Paulo Humberto Barbosa e Augusto Delgado, que há dois anos negociam com a Caracal. Mas os goianos já sonham mais alto: preveem a chegada de outras linhas de montagem do grupo, como veículos blindados para as forças policiais, drones e munição.

“O mais importante para Goiás é o comprometimento da indústria com transmissão de tecnologia. Estamos trazendo um novo nicho de mercado, que sem dúvida vai atrair outros investidores”, afirmou o secretário Maronezi ao portal do governo goiano.

A comitiva árabe deverá se encontrar com o secretário de segurança pública nos próximos dias. Um almoço com o governador Marconi Perillo (PSDB) faz parte da agenda dos visitantes, que embarcam de volta aos Emirados Árabes Unidos na sexta-feira (11).

Fonte: ANBA

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Analistas do Boletim Focus voltam a reduzir projeção para a balança comercial em 2016 e 2017

Analistas financeiros consultados pelo Banco Central (BC) continuam revisando para baixo e ainda de forma bastante cautelosa as previsões para a balança comercial em 2016 e 2017. Em relação ao ano corrente, os analistas projetam um superávit de US$ 47,77 bilhões, contra US$ 48,0 bilhões esperados na semana passada e US$ 49,18 bilhões há quatro semanas.

No que diz respeito ao ano de 2017, a previsão mais recente aponta para um saldo de US$ 44,57 bilhões, contra US$ 45 bilhões projetados na semana passada. Os dados foram divulgados hoje (7) pelo Boletim Focus do Banco Central.

As Instituições financeiras mantiveram a projeção para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 6,88% este ano. Para 2017, a estimativa caiu de 5% para 4,94%.

As projeções ultrapassam o centro da meta que é 4,5%. O teto da meta é 6,5% este ano e 6% em 2017. É o que informa o Boletim Focus divulgado sempre às segundas-feiras pelo Banco Central, em Brasília.

A projeção de instituições financeiras para a queda da economia (Produto Interno Bruto – PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país), este ano, passou de 3,30% para 3,31%. Para 2017, a expectativa de crescimento foi ajustada de 1,21% para 1,20%.

O mercado financeiro manteve as expectativas para a taxa básica de juros, a Selic, em 13,50% ao ano, ao final de 2016, e em 10,75% ao ano no fim de 2017. Atualmente, a Selic está em 14% ao ano.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia.

Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.

(*) Com informações da Agência Brasil