Dia do Despachante Aduaneiro

Hoje, 25 de abril, celebramos o Dia do Despachante Aduaneiro!

Felicitamos àqueles que contribuem com um papel fundamental na facilitação das operações de importação e exportação, com a movimentação da economia do país e na garantia de que nossos negócios alcancem os mercados globais.

Parabéns a todos os despachantes aduaneiros pelo compromisso com o sucesso do comércio exterior!

Dia do despachante (1)

Porto de Santos movimenta 95,5 milhões de toneladas até Julho, alta de 7,3% e maior marca para o período.

Por: Equipe Comex do Brasil.

Santos (SP) – O desempenho da movimentação de cargas no mês de julho e no acumulado dos sete primeiros meses do ano no Porto de Santos atingiu índices de crescimento significativos. Apresentando aumento contínuo no acumulado do ano, o Porto totalizou 95,5 milhões de toneladas, aumento de 7,3%, a maior marca para esse período. O resultado de julho totalizou 14,5 milhões de toneladas (melhor marca para esse mês), 15,3% acima do mesmo período de 2021.

As exportações responderam pela maior parcela desse volume ao somarem 69,7 milhões de toneladas (+8,6%) e as importações atingiram 25,7 milhões de toneladas (+4,0%).

O milho foi o grande destaque na movimentação de cargas, totalizando 2,3 milhões de toneladas no mês (+104%) e 4,1 milhões de toneladas no acumulado do ano até julho (+132%).

A carga conteinerizada também cresceu dois dígitos (+10,9%) no mês de julho, somando 440,7 mil TEU (um contêiner de 20 pés), segunda maior marca histórica e a maior para o mês, e 2,8 milhões de TEU nos sete primeiros meses, aumento de 1,6%.

No acumulado de ano ganharam destaque, também, os embarques do complexo soja (soja em grãos e farelo de soja), com 28,4 milhões de toneladas (+10,3); da celulose, com 4,6 milhões de toneladas (+59,9%); da carne, com 1,3 milhão de toneladas (+36,1%); e do óleo diesel e gasóleo, com 1,3 milhão de toneladas (+23,7%). As descargas de fertilizantes totalizaram 4,8 milhões de toneladas (+17,3%).

No mês de julho sobressaíram-se, ainda, os embarques de açúcar, com 2,1 milhões de toneladas (+9,2%); de celulose, com 688,0 mil toneladas (+57,5%); e de óleo diesel e gasóleo, com 163,9 mil toneladas (+21,9%). Nas descargas, destaque para o sal, com 95,1 mil toneladas (+184,9%), e para o trigo, com 117,1 mil toneladas (+42,2%).

O fluxo de navios também cresceu, com 465 atracações no mês de julho (+16,0%) e 3.007 no acumulado do ano (+5,2).

Os granéis sólidos somaram 49,4 milhões de toneladas no acumulado do ano (melhor marca para o período), alta de 9,9%. A participação da soja em grãos nesse volume foi de 51,2%; do açúcar 20,2%; do farelo de soja 11,9%; e do milho 9,2%.

Os granéis líquidos atingiram 11,0 milhões de toneladas, crescimento de 3,5%, também a melhor marca para o período. Nesse segmento a participação do óleo diesel e gasóleo foi de 24,2%; do óleo combustível 18,7%; dos sucos cítricos 13,5%; da soda cáustica 8,6%; da gasolina 6,9%; e do álcool 4,5%.

Corrente Comercial

A participação do Porto de Santos na corrente comercial brasileira atingiu 28,9% em julho (US$ 100,796 milhões). Das transações comerciais nacionais com o exterior que passaram pelo Porto de Santos no período, 31,3% tiveram a China como país parceiro. São Paulo permaneceu como o Estado com maior participação (52,7%) nas transações comerciais com o exterior por meio do complexo portuário de Santos.

Fonte: https://www.comexdobrasil.com/porto-de-santos-movimenta-955-milhoes-de-toneladas-ate-julho-alta-de-73-e-maior-marca-para-o-periodo/

Dados da balança de fevereiro ainda não refletem conflito na Ucrânia

De acordo com o Ministério da Economia, não houve tempo ainda para ter qualquer efeito direto do conflito nas importações e exportações brasileiras.

Lorenna Rodrigues, do Estadão Conteúdo.

Operação padrão da Receita afeta importação de diesel, cerveja e máquinas… – Veja mais em https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2022/01/25/operacao-padrao-da-receita-afeta-importacao-de-diesel-alimentos-e-maquinas.htm?cmpid=copiaecola

Fabrício de Castro

Do UOL, em Brasília

25/01/2022 04h00

A operação padrão da Receita Federal, iniciada no fim de dezembro, já afeta a importação de pelo menos três classes de produtos no Brasil: combustíveis, alimentos e bebidas (como vinhos e cervejas) e máquinas industriais. Associações setoriais ouvidas pelo UOL afirmaram que, com a maior demora na liberação de mercadorias, o custo de armazenagem está subindo, o que também pode elevar os preços ao consumidor final.

Desde 24 de dezembro, auditores da Receita Federal adotaram a operação padrão —também conhecida como operação tartaruga— na liberação de produtos nas alfândegas. Nela, os auditores fazem uma fiscalização mais rigorosa de documentos e mercadorias, o que eleva o tempo em operações de importação e exportação. Com o movimento, os servidores buscam pressionar o governo por aumento de salários.

Embora a operação tenha começado há poucas semanas, o setor de combustíveis já foi impactado. O presidente-executivo da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), Sérgio Araújo, afirma que algumas liberações que duravam um ou dois dias estão levando muito mais tempo.

Normalmente, quando os associados da Abicom registravam uma DI [Declaração de Importação], ela era liberada pela Receita no mesmo dia ou no dia seguinte. Agora, tenho associado com DIs registradas ainda em 2021 e que até hoje não foram liberadas. Mais de 17 dias sem liberação. Sérgio Araújo, presidente-executivo da Abicom.

Conforme Araújo, o setor de importação é responsável por 25% do diesel consumido no Brasil. No caso da gasolina, o porcentual é de 10%. “O impacto no caso da gasolina é menor, porque o combustível pode ser substituído pelo etanol, produzido por aqui, nos carros flex. Mas a dificuldade na importação de diesel tem um efeito grande sobre o mercado.”.

Vinhos, cervejas e máquinas também sofrem

O presidente da ABBA (Associação Brasileira de Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas), Adilson Carvalhal Júnior, afirma que a operação dos auditores da Receita também já prejudica a importação de alimentos e bebidas. A ABBA reúne cerca de 150 empresas que atuam no comércio exterior, boa parte delas do setor de bebidas (vinhos e cervejas). “Já está mais difícil trazer o produto para o Brasil. Ele está ficando mais tempo na zona primária, para liberação. Isso gera custos”, diz Carvalhal Júnior. 

Segundo ele, a liberação de mercadorias para o setor no porto levava normalmente duas ou três semanas. Com a operação padrão da Receita, as estimativas subiram para cinco a sete semanas. “Isso é custo nosso. A armazenagem no porto tem um valor.” O presidente da Abimei (Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais), Paulo Castelo Branco, relata problemas semelhantes.

“Há empresas do agronegócio que compraram máquinas no segundo semestre, para que chagassem agora. Elas investiram nos equipamentos para a colheita a partir de março e abril”, afirma. Segundo Castelo Branco, os prazos estão ameaçados. A Abimei reúne hoje cerca de 60 empresas, a maior parte delas multinacionais.

Custo maior pode chegar ao consumidor

Os representantes das associações setoriais ouvidos pelo UOL foram unânimes em afirmar que as dificuldades na importação de mercadorias, em função da lentidão da Receita, podem elevar os preços dos produtos cobrados do consumidor final. Sérgio Araújo, da Abicom, afirma que o custo diário de um navio que transporta 40 mil metros cúbicos de diesel é de US$ 22 mil. Se a embarcação ficar parada no porto, sem poder descarregar, o valor precisará ser bancado pelo importador.

“Ainda não temos registro dessa ocorrência, mas o tempo de estocagem no porto tem aumentado”, relata. Esse custo de estocagem varia conforme contrato fechado pelo importador e o porto. O receio do setor é de que, com o movimento da Receita, o custo maior com a estocagem —no porto ou em navios— acabe sendo repassado e chegue ao consumidor final de diesel. Adilson Carvalhal Júnior, da ABBA, calcula que o tempo maior de armazenamento dos produtos importados pode elevar em 10% as despesas dos associados.

“Achamos que pode gerar um impacto de até 10% no custo, dependendo do produto. Se o importador de alimentos e bebidas vai repassar tudo isso, é difícil saber, porque depende de sua estratégia de negócios”, acrescenta. O movimento dos auditores da Receita Federal preocupa muito. Ele é como uma briga entre pai e mãe: a gente não quer se envolver, mas acaba apanhando. É válido protestar, mas punir o mercado por causa disso é desproporcional. Mercado e consumidor podem pagar uma conta que não precisam. Adilson Carvalhal Júnior, presidente da ABBA.

Castelo Branco, da Abimei, afirma que o movimento na Receita pode encarecer o preço de máquinas industriais na ponta final. “Se você precisa atender a demanda de mercado, mas não recebe a máquina, isso gera menos oferta que demanda. O preço sobe”, diz. “O povo não merece isso neste momento em que todos tentam sair da crise. O consumidor não tem culpa.”.

Impacto no setor de saúde Desde o início do movimento, o Sindifisco Nacional —sindicato que representa os auditores fiscais da Receita Federal— vem afirmando que a operação padrão não atingiria algumas categorias de produtos, como medicamentos e insumos para o setor de saúde, cargas vivas e alimentos perecíveis. Conforme o sindicato, existe uma preocupação especial com os produtos do setor de saúde, em função da pandemia de covid-19. Na última quinta-feira (20), a Abraidi (Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produto para Saúde) realizou uma enquete com seus associados, que participavam de uma conferência virtual. Em um universo de 43 empresas, 33 delas (77%) disseram ter enfrentado ou percebido algum problema com a importação de produtos da área de saúde nas duas semanas anteriores. Entre os problemas citados estão atrasos na liberação de produtos e na análise de documentos. Entre as empresas ligadas à Abraidi, estão importadores de próteses, órteses, implantes e equipamentos de proteção individual. No caso de próteses e órteses, 40% do mercado brasileiro é de importados, conforme a associação.

Em função da pandemia, os auditores da Receita estavam liberando normalmente produtos para a área de saúde. Mas nossos associados têm percebido dificuldades. Talvez não seja uma situação grave a ponto de desabastecimento, mas, se o movimento evoluir para uma greve ou permanecer por mais tempo, poderemos ter um problema maior. Bruno Bezerra, diretor-executivo da Abraidi Em conversa com o UOL, o presidente do Sindifisco, Isac Falcão, afirmou que mercadorias da área de saúde estão “passando normalmente” pelas alfândegas.

“Não admitimos, em hipótese nenhuma, que algum equipamento de saúde tenha morosidade”, diz Falcão. “Se isso está acontecendo, a pessoa responsável pela carga tem que procurar a autoridade do dia e informar a circunstância.”

Efeito econômico

Falcão afirma que, com o movimento dos auditores, o impacto sobre os diferentes setores da economia é inevitável. Cada categoria profissional, quando faz uma mobilização, reivindicando algum direito, cria impacto em algum setor. Não há uma mobilização que não impacte. Entendemos que o movimento dos auditores gera certo desconforto. Isac Falcão, presidente do Sindifisco.

Os auditores da Receita possuem duas demandas principais: o aumento do orçamento para atuação do órgão em 2022 e a regulamentação de um bônus por produtividade, criado por meio de lei em 2017. O bônus nunca foi pago aos servidores. “Os auditores têm um acordo com o governo federal que não é cumprido há cinco anos”, afirma Falcão, em referência ao bônus. “Será que estes segmentos [da economia] esperariam cinco anos para o cumprimento de um acordo?”, acrescenta, referindo-se às associações que manifestaram descontentamento com a operação padrão. Conforme Falcão, o movimento continuará até que as reivindicações sejam atendidas. Atualmente, conforme o sindicato, praticamente todos os auditores que atuam na atividade aduaneira no Brasil —cerca de mil trabalhadores— estão participando da operação padrão.

Receita e Ministério da Economia

A Receita Federal e o Ministério da Economia foram questionados pelo UOL sobre os efeitos da operação padrão dos auditores. Eles não se pronunciaram.

Comércio Exterior sofrerá com alta do frete e falta de contêiner até o 2º semestre de 2022, projeta especialista

Da Redação

Brasília – A crise do comércio internacional, gerada pela falta de contêineres em portos de todo o mundo e que provocou altas astronômicas nos preços dos fretes, somente deverá ser atenuada no segundo semestre de 2022 e até lá os países, e em especial o Brasil, terão que conviver com essa realidade que acarreta impacto no comércio exterior e contribui para alta expressiva na taxa de inflação, entre outros efeitos colaterais.

A avaliação foi feita por Jose Roberto Costa, Gerente de Logística da Vendemmia, em entrevista ao Comexdobrasil.com. Para ele, a crise tem pelo menos dois grandes responsáveis principais: a inação dos governos e as ações realizadas em série por um seleto grupo de armadores que controlam o transporte internacional de produtos.

Há cerca de dois anos, a Vendemmia fez o embarque de contêineres no porto de Neingbo-Zhoushan (que recentemente teve um de seus terminais fechado devido ao registro de um caso de Covid-19 e à passagem e um tufão) com destino ao Brasil ao preço de US$ 450. Hoje, transportar esse mesmo contêiner custa US$ 12,5 mil.  O fato leva o executivo a lembrar que  “havia uma brincadeira na empresa de que nós devíamos emoldurar o Conhecimento de Embarque nesse valor de US$ 450,  porque, caso contrário, ninguém iria acreditar”.

Com uma vasta experiência no comércio exterior, José Roberto Costa ressalta que “atualmente trabalho com importação, mas já fui executivo do Grupo Votorantim na área de exportação. Vivo o comércio exterior, converso com muita gente e tenho um bom relacionamento com os dois lados”.

Apesar de reconhecer a gravidade dos problemas que afetam toda a cadeia do comércio exterior, ele se diz um “otimista por natureza” e evita classificar, genericamente, o atual cenário global do comércio internacional como “apocalíptico”: “vejo uma adequação de vários produtos com um valor agregado de médio para alto com esse novo frete, e vejo uma situação apocalíptica para produtos de baixo valor agregado. Um exemplo: uma mercadoria que custa, dentro de um contêiner de 40 pés, entre US$ 5 mil e US$ 7 mil, ela vai pagar um frete de US$ 12,5 mil? Como incorporar esse custo ao valor da mercadoria? Impossível”.

Nesse contexto, o grande impacto da alta do frete incidirá sobre os produtos de baixíssimo valor agregado, como por exemplo as mercadorias  comercializadas na tradicional rua 25 de Março, da capital paulista e que abastece boa parte do pequeno varejo nacional.

Artigos como produtos e enfeites natalinos, acessórios, presentes de baixo custo estão sendo duramente afetados e a razão é simples: o valor da mercadoria dentro de um contêiner gira em torno de US$ 6 mil a US$ 7 mil e como é que se vai pagar Us$ 12,5 mil no frete. Por isso, o panorama nesse setor de baixíssimo valor agregado é considerado por muitos altamente preocupante.

Ante esse cenário, a cadeia comercializadora desses produtos passou a voltar sua atenção para a indústria nacional. É o que acontece por exemplo com o setor de brinquedos, que tem no dia 12 de outubro (Dia da Criança), a data responsável por 40% de suas vendas anuais.

Para a Associação dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), as dificuldades para importar matérias-primas acabou sendo um propulsor para a indústria nacional e a queda nas importações até o mês de agosto chegou a 49%. Antes da pandemia, o brinquedos importados respondiam por 48% do mercado brasileiro e hoje essa fatia é de apenas 27%.

Apesar disso, até o mês de agosto, as importações de carrinhos de bebês, brinquedos, jogos e artigos esportivos tiveram uma alta de 36,4% e totalizaram US$ 348,48 milhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.

Segundo José Roberto Costa, “com a crise, muitas empresas deixaram de importar e começaram a olhar para o produto brasileiro e passaram a consumir itens que há um ano e meio eram considerados muito caros”.

O executivo prevê que 2021 deverá ter um Natal “atípico”. Para ele, “será um Natal mais caro. Quem antecipou as compras se deu bem porque há seis meses pagou o frete a US$ 6 mil ou US$ 7 mil, contra os atuais US$ 12,5 mil ou US$ 13 mil. Vamos ter um Natal mais caro e um pouco diferente, porque não vai ter todo aquele leque de produtos normalmente disponibilizado à população pelas empresas que atuam no setor. Não teremos aquela grande oferta que víamos nos anos pré-pandemia”.

E se a situação é bastante grave no segmento dos produtos de baixo valor agregado, ela não deixa de ser também preocupante em relação aos bens de maior valor. À forte alta do custo do frete internacional, que tem, obrigatoriamente, que ser repassada ao consumidor final, se soma o fato de que os armadores não estão respeitando todos os contratos, mesmo aqueles firmados a longo termo e estão elevando os fretes em troca da garantia de espaços.

Em sua análise da crise, o especialista destaca que “primeiro tivemos uma grande falta de contêineres vazios na China. E, depois, com a falta de espaços nos navios por conta da explosão de consumo pós-pandemia que se verificou em todo o mundo, a situação só se agravou. Mas não se trata de algo ligado especificamente ao Brasil. O mundo inteiro consome mais. O que se ouve dizer é que hoje os Estados Unidos importam contêineres com produtos da China para a Costa Oeste a US$ 17 mil ou até US$ 18 mil sem reclamar, para ter espaço garantido. Bem diferente de nós, que lutamos por um frete menor”.

Armadores: lucros estratosféricos com a crise

José Roberto Costa não economiza críticas aos armadores, ainda que ressalte que a responsabilidade pela crise deve ser compartilhada: “existe uma parcela de culpa de todos os governos. O governo americano, por exemplo, tem um órgão que fiscaliza os armadores, a Federal Maritime Commission (FMC, na sigla em inglês). Esse órgão, do qual todo mundo fala muito bem, foi incapaz, nessa crise, de colocar os armadores numa posição de dificuldade, de fazê-los movimentar contêineres vazios que estavam em lugares onde não têm muito volume de carga, trazendo-os para os grandes portos de alta movimentação e evitando esses gigantescos backlogs existentes  nos grandes portos de todo o mundo, contribuindo para escoar os produtos e evitar o aumento abusivo dos fretes”.

Ante a inação da poderosa FMC americana e de uma OMC “esvaziada”, o especialista em logística volta suas críticas à postura dos armadores, que atuam livremente no mercado sem a ação de um órgão forte nos governos que os fiscalize.

Apesar de criticar a ação dos armadores, José Roberto Costa evita falar em uma ação orquestrada por parte desse seleto grupo que dita as regras (e sobretudo os preços) do transporte internacional de bens. Ele prefere citar que houve um conjunto de ações que gerou para os armadores ganhos excepcionais que eles nunca imaginaram ter antes da pandemia.

As ações conjuntas tiveram início há alguns anos, quando os grandes armadores passaram a comprar as empresas menores e isso fez com que hoje exista um “clube” restritíssimo de apenas dez armadores muito grandes de “full conteiners” e apenas seis deles dominam 80% do mercado global: “eles ditam as regras. Se por acaso faltar contêiner vazio, elevam o preço do frete”.

Outro expediente nefasto ao comércio internacional é usado pelas megaempresas que controlam o setor, a chamada “omissão de porto”. Com ela, a empresa deixa de passar com um navio num determinado porto e com isso passam a ter carga suficiente para o próximo navio e mais um pouco que sobra e com isso ela consegue elevar o preço do frete.

Esse tipo de “pequenas ações” fazem com que o frete permaneça no nível altíssimo em que se encontra hoje. A única maneira de evitar que essa situação permaneça ainda por muito tempo está, segundo  o diretor da Vendemmia, numa ação conjunta dos governos.

Para ele, “todos os governos deveriam atuar. Comenta-se que o governo chinês está agindo junto aos armadores locais para fazer com que eles busquem escoar as mercadorias, sob a justificativa de que isso está prejudicando a economia do país. Mas isso é pouco. Muito mais precisa ser feito para enfrentar uma situação em que existem armadores com até 3 mil contêineres de “backlog”. E esse é um armador que está apenas na sexta posição do ranking dos grandes empresários que atuam no setor”.

ABTTC e governo minimizam ação de armadores

Por sua vez, a Associação Brasileira dos Terminais Retroportuários e das Transportadoras de Contêineres (ABTTC)  afirma que a situação é difícil e está relacionada a uma realidade global de mercado, mas evita direcionar seu foco para a ação do pequeno grupo de armadores que controla o comércio internacional.

De acordo com o diretor-executivo da ABTTC, “a retomada da economia mundial e a alta demanda  nos grandes portos exportadores da Ásia, Estados Unidos e Europa, tem gerado grandes dificuldades aos armadores e infelizmente a expectativa é de que só será percebida uma leve melhora a partir de janeiro de 2022, podendo a situação ser equacionada, de fato, apenas no segundo semestre do próximo ano e, no caso do Brasil, desde que algumas transformações aconteçam no mercado exportador nacional”.

O Ministério da Infraestrutura (Minfra)  se diz “de mãos atadas” para o enfrentamento do problema. Segundo o órgão, “a falta de contêineres é um problema de escala global e o Ministério tem atuado junto às empresas e ouvido o setor para discutir alternativas que minimizem esse problema no Brasil, mas não possui competência para atuar diretamente visando reverter o que é uma escassez de mercado. A navegação é uma atividade realizada por empresas privadas e a disponibilidade de contêineres parte das estratégias operacionais de cada companhia”, afirmou o Ministério por meio de nota.

Recentemente, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou um estudo sobre o aumento do preço do frete por contêiner que chega ou sai dos portos brasileiro. E constatou que uma unidade originária de um porto asiático teve o valor do frete impactado em 446% (em dólar) entre janeiro de 2020 e setembro deste ano.

Aumento igualmente impressionante foi registrado no custo do frete das exportações nacionais. No período acima mencionado, o preço dolarizado de um contêiner com destino aos Estados Unidos subiu até 433%. Alta ainda maior foi registrada no transporte para um destino na costa Oeste da América do Sul nesse mesmo intervalo: 510%.

Para a Confederação, algumas particularidades brasileiras ajudam a agravar ainda mais a crise global do transporte: a posição de pouca relevância que o pais ocupa no comércio internacional de contêineres, no qual responde por irrelevante 1% das unidades movimentadas globalmente e a isso se alia o fato de que o Brasil apresenta desbalanceamento em determinados fluxos de carga, pois o país importa mais mercadorias contêinerizadas  do que exporta.

Pesquisa realizada pela CNI em agosto passado visando mapear os problemas enfrentados desde o início da pandemia envolveu 128 empresas e associações industriais. Da totalidade de empresas consultadas sobre suas exportações, 76% mencionaram aumento no valor do frete de exportação, 70% disseram ter sofrido com a falta de contêineres ou de navios e 65% mencionaram problemas com cancelamento, suspensão de escala ou prestação regular de serviços contratados.

Vendemmia em alta

Mesmo em um mais um ano marcado pelo enfrentamento da Covid-19 e fretes marítimos a preços astronômicos, e com o nebuloso cenário acima descrito, a Vendemmia teve um primeiro semestre de sucesso em suas atividades, com um volume de negócios 15% maior comparativamente ao registrado em igual período de 2020.

Segundo o sócio-fundador da empresa, Rafael Puglia, entre os setores em  que a Vendemmia se destacou estão energia solar, cosméticos, automotivo e healthcare. Ele disse esperar a continuidade desse resultado neste segundo semestre porque “o mercado logístico como um todo vem crescendo, mesmo com o cenário de incertezas relacionado aos fretes marítimos, à pandemia, câmbio e reforma tributária. Temos alguns segmentos aquecidos na economia que estão gerando uma série de oportunidades de negócios. A Vendemmia já atende alguns desses setores e possui capacidade instalada para atender ainda mais”.

José Roberto Costa lembra que recentemente a Vendemmia se tornou um dos principais operadores 4PL (Four Party Logistics), que atua como uma torre de controle que supervisiona todos os fornecedores de serviços, armazéns, empresas de envio e agentes de cargas, entre outros) do País e agora colhe os frutos de sua estratégia.

Com a inovação, assegura o executivo, “a empresa acaba de fornecer aos seus clientes uma solução de integração logística que envolve toda a cadeia, desde o momento da compra, quais são as melhores alternativas a sugerir, os cuidados no embarque, as ações de supply chain em diversos estados. Com isso,  trazemos grande segurança para a operação com um sistema robusto que permite ao cliente nos consultar a qualquer momento para saber onde a sua mercadoria se encontra. Graças à chamada tecnologia RFID (NR: de uso de etiquetas inteligentes que utiliza tecnologia de alta frequência para contar e rastrear produtos) e a outras ferramentas procuramos tornar mais fácil a vida dos nossos clientes e importadores”.

Para concluir, Jose Roberto Costa afirma que “vamos confiar que no segundo semestre de 2022 as coisas comecem a melhorar. Ouvi de dois armadores importantes que eles não pretendem aumentar até o fim deste ano os fretes dos chamados “boocking online”, que é diferente daquele sistema em que se fecha um contrato envolvendo um volume importante em vários navios. Este é para mim um bom sinal. É um indicador de que os preços dos fretes bateram no teto. Então, sou otimista e acredito em mudanças a partir do segundo semestre de 2022. Afinal, os armadores nunca ganharam tanto dinheiro na história do transporte internacional  como agora”.

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Como uma das maiores crises de transporte marítimo da história pode afetar seu bolso

Fonte:  BBC News Mundo

custo de importação de produtos da China disparou a níveis impensáveis.

“Se você costumava pagar US$ 2 mil para transportar um contêiner da China para a costa oeste dos Estados Unidos, agora tem que pagar US$ 20 mil”, explica Teddy Heinsen, presidente da Associação de Armadores da República Dominicana.

“É muito difícil”, diz ele à BBC Mundo, o serviço hispânico da BBC.

Por trás do aumento espetacular do valor do frete marítimo está a chamada “crise dos contêineres”, ou seja, uma incomum escassez de espaço disponível para o transporte de produtos da Ásia para o Ocidente.

Somam-se à falta de contêineres os congestionamentos que existem nos maiores portos internacionais e os fechamentos temporários de alguns terminais marítimos chineses devido a medidas rígidas de controle da pandemia de covid-19.

Como uma engrenagem sem óleo, quando uma das peças fica presa, todo o sistema é interrompido.

Agora que a economia internacional começou a se recuperar e os consumidores em diferentes países querem mais produtos, o sistema de transporte marítimo global está lutando para atender a essa demanda.

Uma demanda que vai aumentar à medida que nos aproximamos das festas de fim de ano.

Por isso, importadores de todos os tipos de produtos, principalmente eletrônicos, antecipam dificuldades na época das compras de Natal.

“Não há navios suficientes, não há contêineres suficientes e há muitos atrasos nos portos para entrar e sair. Isso afeta a cadeia logística”, diz Heinsen.

“A maioria dos importadores está fazendo suas compras de Natal agora”, acrescenta. Mas como a situação é tão desafiadora, “é muito provável que haja uma escassez de produtos de Natal porque eles não chegarão a tempo”.

Carlos Restaino, diretor executivo da Associação Argentina de Empresas de Brinquedos, tem percepção semelhante.

“O que está acontecendo é muito grave”, diz ele à BBC Mundo. “Não são apenas os brinquedos, é um problema geral.”

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O preço de um contêiner da China até a Argentina dobrou, explica ele, mas os importadores temem que no final do ano o valor suba três ou quatro vezes.

“Não sabemos como isso pode afetar o preço que os consumidores pagarão, mas alguns brinquedos provavelmente não estarão disponíveis”, diz ele.

Restaino ressalta que as dificuldades não estão apenas relacionadas à escassez de contêineres ou gargalos nos portos.

“Algumas empresas chinesas estão fabricando menos”, diz, devido às restrições associadas à pandemia.

Como o gigante asiático impôs regras rígidas para controlar a propagação de novas ondas do vírus, quando há surtos em determinados locais, a produção atrasa e isso faz com que os prazos de entrega sejam estendidos.

Assim, cada vez que uma fábrica fecha ou cada vez que um porto fecha, algum importador fica sem sua entrega. E alguns consumidores ficam sem seus produtos.

Cerca de 80% das mercadorias que consumimos no mundo são transportadas por via marítima.

Especialistas em transporte marítimo dizem que a pandemia gerou uma das maiores crises da história desde que os contêineres começaram a ser usados ​​na Segunda Guerra Mundial.

Todo o sistema de infraestrutura portuária está sobrecarregado”, diz John Manners-Bell, chefe-executivo da consultoria Transport Intelligence.

E os consumidores sentem isso quando veem atrasos na entrega do produto, escassez ou aumento de preços.

“Compre seus presentes de Natal agora”, alertou Steve Lamar, diretor executivo da American Shoe and Clothing Association, no final de julho.

Lamar descreveu o problema do transporte comercial como uma “crise marítima aguda”. Em uma carta ao presidente Joe Biden, ele pediu que o mandatário americano tomasse medidas para ajudar a encerrar “um ciclo destrutivo de longos atrasos e custos exorbitantes”.

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A pandemia causou todo tipo de desequilíbrio na cadeia de abastecimento, desde a escassez de matéria-prima ou mão de obra até a falta de espaço em navios de carga e terminais marítimos.

Grande parte dessa situação é uma ressaca do ano passado. Quando as empresas reduziram suas compras em meio aos lockdowns, muitas empresas de transporte rodoviário também reduziram suas operações.

Mas quando a demanda reapareceu em muitas partes do mundo este ano, argumentam os especialistas, o sistema de transporte não estava preparado para responder a esse renascimento.

Se adicionarmos a isso o fechamento temporário de terminais portuários na China ou o fechamento de fábricas em países como Índia, Vietnã ou Bangladesh por conta da pandemia, o quebra-cabeça se complica.

Cerca de 80% das mercadorias que consumimos no mundo são transportadas por via marítima, segundo estimativas da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento.

Portanto, se as taxas dos fretes por contêiner ficarem muito altas, isso acabará prejudicando os consumidores.

A “loucura” dos preços

De acordo com dados da Drewry Shipping, empresa que monitora os preços do frete marítimo globalmente e os publica em seu Drewry World Container Index, o custo de embarque de um contêiner de cerca de 12 metros em oito das principais rotas do Leste – Oeste chega a US$ 9.613 (quase R$ 50 mil), um aumento de 360% em relação ao ano anterior.

O maior aumento de preço ocorreu na rota marítima entre Xangai e Rotterdam, na Holanda, onde o custo subiu 659%.

Na América Latina, a situação varia de país para país e os preços mudam substancialmente quando se trata de uma pequena empresa com pouco poder de barganha ou de uma gigante que atinge grande volume.

Por exemplo, o custo de envio de um contêiner entre Xangai e a América do Sul antes da pandemia era de cerca de US$ 2.000 (R$ 10 mil) em média.

Agora, porém, já passou de US $ 7 mil (R$ 36 mil), segundo estimativas de especialistas do Banco Interamericano de Desenvolvimento, BID.

Esses números estão variando constantemente.

À BBC Mundo, o professor da Harvard Business School Willy Shih explicou que a crise do transporte marítimo tem efeitos que se estendem ao restante da economia.

“Muitos custos logísticos atingiram recordes e eventualmente alguém tem que pagar por eles”, explica o pesquisador. “Possivelmente serão os consumidores.”

Outro grande desafio, acrescenta, é que as pequenas empresas que não conseguem repassar custos ficarão expostas a uma situação crítica em suas finanças.

Alguns podem até ter que fechar suas portas.

Mas até que essa situação crítica seja atingida, os empresários estão tentando antecipar suas importações de Natal porque os próximos meses serão complexos.

Donald Nairn, proprietário da empresa escocesa de brinquedos Toys Galore, disse à BBC que quase todos os seus fornecedores o alertaram de que haverá escassez de produtos no Natal.

E neste ponto do ano, “pelo menos metade aumentou os preços”, disse Nairn.

Especialistas concordam que os problemas logísticos para o transporte de produtos continuarão até grande parte de 2022

“Faremos o nosso melhor para absorver os custos, mas inevitavelmente haverá aumentos de preços.”

No caso particular do Reino Unido, a crise global do transporte marítimo é agravada pelos efeitos do Brexit e pela escassez de caminhoneiros para transportar produtos, uma mistura que não é um bom presságio para os resultados.

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Por quanto tempo?

Do jeito que as coisas estão agora, os especialistas concordam que os problemas logísticos para o transporte de produtos continuarão até grande parte de 2022.

Empresas como Adidas, Crocs e Hasbro já alertaram que se preparam para um final de ano difícil devido a interrupções logísticas.

Um dos maiores desafios que eles enfrentam é ter que tomar decisões de negócios sem saber o que acontecerá com a variante delta e como isso afetará as taxas de frete marítimo.

Por exemplo, o fechamento parcial do porto chinês de Ningbo-Zhousha em agosto, depois que um trabalhador portuário teve um caso confirmado de covid-19, obrigou as principais companhias marítimas internacionais – como Maersk ou Hapag-Lloyd – a buscar outras alternativas portuárias e avisar os clientes sobre atrasos.

A fabricante de brinquedos Hasbro, por exemplo, projeta que seus custos de remessa serão em média quatro vezes maiores do que no ano passado.

A médio prazo, empresários e especialistas estão preocupados com os surtos futuros da covid-19 e com a extensão em que a China e outras nações portuárias importantes terão de continuar a aplicar regulamentos rígidos para proteger suas populações.

“Talvez tenhamos sorte e a situação melhore constantemente a partir daqui, ou talvez esse descompasso entre a oferta e a demanda vá durar vários anos”, escreveu Stavros Karamperidis, professor de Economia Marítima da Universidade de Plymouth, no Reino Unido.

Se os altos preços do frete marítimo permanecerem, acrescentou ele, o debate sobre se é sensato confiar tanto na China para centro industrial mundial tende a crescer.

O fechamento parcial do porto de Ningbo-Zhousha na China em agosto causou graves interrupções nos embarques internacionais

Com as relações entre a China e o Ocidente sob tensão contínua e a ideia de que a globalização pode dar lugar a um processo de regionalização da pandemia, alguns analistas começaram a argumentar que os bens deveriam ser produzidos “mais perto de casa”.

Por enquanto, o grande desafio do varejo é atender à demanda do Natal.

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Arábia Saudita suspende compras de carnes de 5 frigoríficos brasileiros por casos atípicos de vaca louca

São Paulo – A Arábia Saudita suspendeu as compras de carne bovina de cinco frigoríficos brasileiros do estado de Minas Gerais em função dos dois casos atípicos de mal da vaca louca, ou encefalopatia espongiforme bovina (EEB), registrados no Brasil. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou no começo deste mês o registro dos casos, um deles em Canaã do Norte, no Mato Grosso, e o outro em Belo Horizonte, capital mineira.

O Ministério da Agricultura explicou em nota de esclarecimento que os casos atípicos ocorrem de maneira espontânea e esporádica e não estão relacionados à ingestão de alimentos contaminados, não representando risco para saúde humana e animal. Os casos foram detectados em inspeção pré-abate. Segundo o Mapa, são o quarto e quinto casos de EEB atípica registrados em mais de 23 anos de vigilância sanitária para a doença. Nunca houve registro de casos clássicos de mal da vaca louca no Brasil, de acordo com o ministério.

Em entrevista nesta terça-feira (14), o secretário-geral e CEO da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Tamer Mansour, afirmou acreditar em reversão rápida da suspensão da Arábia Saudita. Ele informou que não há interrupção de compras por parte de outros países árabes e que a Câmara Árabe está trabalhando para que isso não aconteça. “Entendo que é uma decisão da Arábia Saudita por precaução”, disse Mansour.

“A Arábia Saudita está no direito de abordar e verificar os casos de perto, mas com a transparência com que o Ministério da Agricultura e a nossa ministra, Tereza Cristina, vêm tratando o caso, não tenho dúvidas que a reversão da situação ocorrerá o mais rápido possível”, disse o secretário-geral. Mansour também não acredita em suspensão de frigoríficos de outros estados, já que a carne dos animais seria processada nas unidades de Minas Gerais.

Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a Arábia Saudita foi o 9º maior destino da carne bovina do Brasil no exterior de janeiro a agosto. O país comprou 25,4 mil toneladas por US$ 117 milhões. Outros dois países árabes, o Egito e os Emirados Árabes Unidos, compram carne bovina em volumes maiores do Brasil do que os sauditas, os egípcios na sexta posição entre os importadores e os Emirados na oitava.

O Ministério da Agricultura informou que, após a confirmação dos casos, no dia 03 de setembro deste ano, o Brasil notificou oficialmente a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), conforme pedem as normas internacionais. O Mapa esclareceu que a OIE exclui a ocorrência de casos de EEB atípica para efeitos do reconhecimento do status oficial de risco do país. Desta forma, o Brasil mantém sua classificação como país de risco insignificante para a doença, não justificando qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos e subprodutos.

(*) Com informações da ANBA

FONTE: COMEXDOBRASIL

PANDEMIA AMPLIA COMÉRCIO ENTRE BRASIL E CHINA

TERMINAL SANTOS BRASIL, NO PORTO DE SANTOS FOTO: GERMANO LUDERS 10/03/2010

“O ano de pandemia coloca a China, ainda mais, como o principal mercado para o comércio exterior com o Brasil. Nos dez primeiros de 2020 a soma de negócios entre os dois países já ultrapassou US$ 85 bilhões (US$ 58,4 bi exportação e US$ 27,4 bi importação). A soja está entre os principais produtos exportados e houve também um significativo aumento da venda de proteína animal.

Até pouco tempo, os Estados Unidos ocupavam o primeiro lugar em comércio com o Brasil, mas a China ultrapassou. Apesar das restrições geradas pela Covid-19, que mudou a posição política e a imagem da China no mercado mundial, o fato é que o Brasil produz muita proteína animal e vegetal e o maior consumidor de proteína no mundo é a China, com uma população de 1,4 bilhão de pessoas.

Além do Brasil, EUA e Rússia são os maiores produtores de proteína vegetal e animal do mundo, em especial a soja e cereais usados para a alimentação de bovinos e suínos, o que gera um superávit expressivo possibilitando a venda para o país asiático em grande escala.

Comércio exterior ainda carece

Mas mesmo com esse crescimento e com a produção brasileira batendo recordes, alguns especialistas acreditam que o Brasil exporta e importa pouco e que 23,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro relacionado ao comércio exterior é um número ainda baixo. No quesito importações, por exemplo, de janeiro a outubro deste ano, os US$ 27,4 bi são inferiores aos US$ 30 bi importando no mesmo período de 2019.

Os valores da balança comercial brasileira demonstram essa realidade. Nos dez meses de 2020 as exportações foram menos 7,9% em comparação com o ano passado, e as importações, menos 15,9%. Foram US$ 174,1 bi (2020) frente US$ 189,1 bi (2019). Quando se fala em importados, foram US$ 126,7 bi (2020) contra US$ 150,6 bi (2019).

Para Rogério Marin, presidente do Sindicato da Empresas de Comércio Exterior de Santa Catarina (SindiTrade) e diretor da Tek Trade, uma das maiores do ramo de importação e exportação no estado, houve o fator Covid-19, obviamente. Mas também “faltou ao Brasil mais pesquisas, se informar melhor e educar os envolvidos sobre a importância do comércio exterior e como isso aumenta os preços dos produtos no mercado interno”.

“Os grandes países exportadores são também grandes importadores. O Brasil ainda exporta pouco e importa pouco. E o desequilíbrio na balança traz consequências. O Brasil exportou tanto que não sobrou para o consumo interno”, analisou Marin. Ele lembrou que o Brasil vendeu mais do produziu, estando com 60% de suas safras de 2021 já vendidas e 30% das de 2022.

“Como comida e insumos agrícolas são sempre necessários no mundo, o Brasil mostrou ter força e foi menos afetado do que outros países, mesmo com a pandemia tendo desorganizado toda a cadeia de produção e a logística mundial. Mas se tivéssemos mais organização e o governo atrapalhasse menos, poderíamos ter crescido muito mais”, disse, lembrando os gargalos de infraestrutura em território nacional. De acordo com ele, há uma ineficiência do sistema logístico brasileiro, fazendo com que o Brasil perca muito da sua produção.

“O governo tem que sair da frente e deixar que a iniciativa provada construa ferrovias e melhore as rodovias. É preciso criar um marco regulatório estável e interessante, por exemplo, para as ferrovias. A infraestrutura é o maior limitador de crescimento. E tem que melhorar também a comunicação, com mais tecnologia nesse sentido”, afirmou o presidente do SindiTrade.

Imposto transitório

Rogério Marin vai mais além ao analisar pontos que poderiam ajudar na melhora do abastecimento interno nacional e na redução de preço dos produtos para os brasileiros. Segundo ele, o país e os empresários aguentariam um imposto de exportação, por exemplo. “Mas desde que transitório, com data pré-estabelecida. Isso ajudaria a regular o mercado. A Argentina, por exemplo, faz a retenção na exportação da carne. O problema é que o governo quando criar um imposto não quer mais largá-lo”, frisou.

De janeiro a outubro de 2020, de acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), a participação do agronegócio na exportação brasileira foi de 42%. Já em 2019, durante o mesmo período, o percentual foi de 35%. Isso representa um crescimento significativo no setor de 10%, mesmo diante da pandemia.

Proteína animal

Outro exemplo da importância da boa relação comercial com a China está na proteína animal. O país asiático segue como o principal destino da carne de frango brasileira em 2020.  Ao todo, foram exportadas 564 mil toneladas entre janeiro e outubro deste ano, número 24% superior ao registrado no mesmo período de 2019.  Outros destaques da Ásia são Coreia do Sul, com 109,5 mil toneladas (+7%), e Singapura, com 106,4 mil toneladas (+32%).

No total da comercialização de carne de frango brasileira com o mundo, em receita, as vendas do setor totalizaram US$ 5,066 bilhões, número 13% inferior ao registrado nos dez primeiros meses de 2019, com US$ 5,820 bilhões.

“Apesar dos impactos sentidos pela falta do México e Filipinas nas vendas de outubro, comparadas com o mesmo mês em 2019, as exportações internacionais seguem, de forma geral, em patamares equivalentes ao verificado no ano passado”, avaliou Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal.

Suínos também avançam

Entre os importadores de carne suína, a China também é destaque. Os chineses são o destaque, tendo comprado 423,2 mil toneladas nos dez primeiros meses de 2020, volume 123% maior em relação ao mesmo período do ano anterior. No mesmo período comparativo, Hong Kong importou 143,1 mil toneladas (+10%). Singapura e Vietnã foram destinos de, respectivamente, 45,5 mil toneladas (+57%) e 36,9 mil toneladas (+222%). Chile, no quinto posto, importou 33,5 mil toneladas (-10%).

Ao todo, na soma de todos os países para onde houve exportação da carne suína (considerando todos os produtos, entre in naturae processados), há o acúmulo em 2020 de alta de 40,4%, com 853,4 mil toneladas, também segundo a ABPA. Nos 10 primeiros meses de 2019, o volume exportado foi de 607,7 mil toneladas. Em receita, a alta acumulada no ano chega a 48,5%, com US$ 1,876 bilhão em 2020, contra US$ 1,264 bilhão nos 10 primeiros meses do ano anterior.

“As vendas para a Ásia seguem sustentadas, especialmente para os destinos impactados por crises sanitárias de Peste Suína Africana. A tendência é de continuidade deste quadro, apontando para projeções totais de 1 milhão de toneladas embarcadas pelo Brasil nos 12 meses deste ano”, disse Ricardo Santin.

Bovinos no mesmo caminho

Os números da carne bovina não poderiam ser diferentes. A expectativa é que os desembarques desse produto lá fora ultrapassem neste ano o recorde de US$ 8 bilhões. A China segue puxando as compras, com 57,4% do total exportado. Mas outros mercados também registram aumento na demanda, como Egito, Chile, Rússia, Estados Unidos e Filipinas.

“Há tratativas por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com países que representam grande volume de compras e que estão ansiosos pela carne bovina brasileira, como o Japão, Canadá e Taiwan”, afirmou Antônio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes Industrializadas (ABIEC).

O desempenho previsto para o ano é de que recordes sejam batidos nos embarques, com o volume atingindo 2 milhões de toneladas. No ano passado já houve um salto de 15,5% no faturamento ao bater em U$ 7,59 bilhões, com um total exportado de 1,84 milhão de toneladas, aumento de 12,4%.

Este ano as vendas de carne in natura e processada já cresceram 19,7% na receita e 11% no volume frente ao mesmo intervalo do ano passado, ou seja, US$ 6,1 bilhões e 1,460 milhão de toneladas, respectivamente. Tudo isso mesmo com os abates apresentando recuo de 8% no segundo trimestre deste ano, comparado ao mesmo intervalo de 2019, contabilizando 7,301 milhões de cabeças, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De janeiro a março houve ligeiro crescimento, de 0,3%. Foi o pior resultado para um segundo trimestre desde 2011, provocado, em boa parte, pelos efeitos negativos da pandemia sobre o consumo de cortes de maior valor.

Fonte: Gazeta do Povo

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BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA REGISTRA SUPERÁVIT DE US$ 5,5 BILHÕES EM OUTUBRO.

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 5,473 bilhões em outubro, informou nesta terça-feira (3) o Ministério da Economia. É o segundo melhor resultado para o mês desde o início da série histórica, em 1989.

O superávit é registrado quando as exportações superam as importações. Quando ocorre o contrário, é registrado déficit comercial.

No mês, as exportações somaram US$ 17,855 bilhões, e as importações, US$ 12,383 bilhões. Para um mês de outubro, o resultado só ficou abaixo de 2018, quando foi registrado superávit de US$ 5,791 bilhões no período.

A média diária do mês, que considera o valor médio por dia útil, registrou queda de 20% nas importações na comparação com a média diária do mês de outubro de 2019.

Já o valor exportado registrou alta de 0,3% na média diária, se comparada à média diária de outubro do ano passado, já que o mês em 2020 teve dois dias úteis a menos que em 2019.

Exportações e importações

Nas exportações, o mês de outubro registrou alta na média diária para produtos da indústria de transformação (4,7%) e vendas da indústria extrativa (7,2%). Já a exportação de produtos agropecuários registrou queda de 20,6% na comparação com a média diária de outubro de 2019.

Nas importações, houve alta apenas na compra de produtos agropecuários, que subiu 3%. A compra de produtos da indústria extrativa caiu 44,6% e a de produtos da indústria de transformação mostrou redução de 19,5%.

Fonte: G1

BRASIL FECHA OUTUBRO COM MAIS DE 5 MILHÕES DE TONELADAS DE MILHO EXPORTADAS FICANDO À 9,7 MILHÕES DA PROJEÇÃO DE 35 MILHÕES.

milho-export-jul-19-3O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou, por meio da Secretaria de Comércio Exterior, seu relatório semanal que aponta as exportações acumuladas de diversos produtos agrícolas até o final de outubro.

Nestes 20 dias úteis do mês, o Brasil exportou 5.156.818 toneladas de milho não moído, um acréscimo de 845.210,5 toneladas com relação ao registrado até a semana anterior, aumento de 19,60%. Este volume representa 78,03% de tudo o que foi embarcado durante o mês de setembro inteiro (6.608.121,8 toneladas).

Com isso, a média diária de embarques ficou em 257.840,9 toneladas, patamar 18% menor do que a média do mês passado (314.672,5 toneladas). Em comparação ao mesmo período do ano passado, a média de exportações diárias ficou 5,83% menor do que as 273.806,6 do mês de outubro de 2019.

Em termos financeiros, o Brasil exportou um total de US$ 861.299,1 no período, contra US$ 993.719,5 de todo outubro do ano passado. Já na média diária, o atual mês contabilizou decréscimo de 4,66% ficando com US$ 43.065 por dia útil contra US$ 45.169,1 em outubro do ano passado.

Já o preço por tonelada obtido registrou elevação de 1,25% no período, saindo dos US$ 165,00 do ano passado para US$ 167,00 neste mês de outubro.

O total exportado em outubro ficou 4,18% maior do que o estimado pela Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) que esperava 4,95 milhões de toneladas para o mês.

Para o pesquisador do Cepea, Lucilio Alves, os volumes de exportação se aproximam das 34/35 milhões de toneladas estimadas inicialmente e devem manter o cenário de oferta restrita no Brasil e estoques de passagem apertados.

De janeiro a outubro, o país exportou 25.295.629 toneladas de milho não moído, restando outras 9,7 milhões de toneladas para atingir as estimativas do mercado até o final de janeiro de 2021.

Fonte: Notícias Agrícolas.