190107-porto-de-paranagua

Navios iranianos estão fundeados há um mês em Paranaguá por falta de combustível

Tripulantes de dois navios cargueiros de bandeira iraniana estão há mais de 30 dias a bordo, fundeados a 20 quilômetros do Porto de Paranaguá (PR). A empresa exportadora de Santa Catarina, que afretou os navios MV Bavand e MV Termeh, afirma que, embora dispusesse do combustível necessário, a Petrobras se negou a fornecê-lo sob a alegação de que os navios estão na listagem da OFAC (escritório de controle de ativos estrangeiros dos Estados Unidos, em tradução livre). O órgão é ligado ao departamento de tesouro do governo norte-americano. O processo tramita em segredo de Justiça a pedido da estatal brasileira.

O caso mais grave é do MV Bavand, que aguarda o fornecimento de combustível desde o dia 8 de junho, sendo que as 48,4 mil toneladas de milho, carga no valor de R$ 45,5 milhões, já se encontram carregadas e lacradas nos porões. O MV Termeh espera o insumo desde o dia 9 de junho para que possa seguir para atracar no Porto de Imbituba (SC) e carregar aproximadamente 60 mil toneladas de milho a granel, no valor aproximado de R$ 60 milhões. Ambos contam com autorização das autoridades competentes para concluir a exportação. O destino dos navios é o Porto Bandar Imam Khomeini, no golfo pérsico.

A Sapid Shipping, dona dos dois navios, solicitou a dois agentes marítimos 1.200 toneladas de combustível HFO 380 para o navio MV Bavand e 500t para o navio MVTermeh. A negativa foi dada ao armador no dia 5 de junho, poucos dias antes da chegada dos navios ao porto paranaense. Uma das agências marítimas contratadas alertou que o eventual término do combustível colocaria em grave risco a tripulação, o meio ambiente marinha e a navegação no entorno da embarcação. As empresas têm gastos de US$ 15 mil somente com demurrage (sobrestadia), além de despesas extras por dia de afretamento.

A Petrobras é a principal fornecedora do combustível para navios no Brasil e hoje produz cerca de 2% do bunker comercializado internacionalmente. O perfil de clientes que compram bunker da estatal é de armadores estrangeiros e nacionais do longo curso, armadores nacionais de cabotagem e demais navios a serviço da empresa. De acordo com a companhia, cerca de 70% do volume comercializado no ano passado foi para o atendimento a navios de armadores estrangeiros. Em 2016 e 2017, a venda anual do combustível marítimo pela Petrobras era, em média, de quatro milhões de toneladas.

A empresa exportadora apontou risco ao meio ambiente marinho, aos tripulantes e à carga, que pode ser condenada e recusada no país de destino. Ao menos dois tripulantes do navio MV Bavand precisaram ser desembarcados e levados a um hospital em Imbituba para buscar atendimento nesse período. Nos autos, a defesa cita uma decisão de outubro de 2018, na qual a Corte Internacional de Justiça determinou que os Estados Unidos deveriam remover todos os embargos quanto à exportação de alimentos e commodities agrícolas ao Irã. A empresa catarinense que afretou os navios fabrica produtos químicos, opera no comércio desses produtos, por meio da importação e exportação de diversos produtos. Recentemente, essa empresa importou 48 mil toneladas de ureia do Irã para seu processo produtivo.

Uma liminar do desembargador relator do processo na 2ª vara cível do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), concedida no último dia 4 de julho, obrigava a Transpetro a fornecer em caráter de urgência o combustível IFO 380 em quantidade suficiente para que os dois navios possam retornar ao Irã, concluindo a exportação de aproximadamente 100 mi toneladas milho a granel, cujo valor de mercado é da ordem de R$ 100 milhões. No entanto, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, cassou a liminar após recurso impetrado pela Petrobras. Como a decisão é preliminar, ainda cabe recurso ao colegiado da suprema corte.

Na liminar derrubada, o desembargador do TJ-PR, Fernando Paulino da Silva Wolff Filho, havia estabelecido o prazo de 72 horas corridas contado a partir da decisão para prestação do fornecimento do combustível, sob pena de multa diária de R$ 50 mil, limitada sua incidência a 10 dias (R$ 500 mil). Caso a obrigação não fosse cumprida, a Justiça poderia tomar outras providências, dentre as quais a busca e apreensão do combustível. O desembargador relator entendeu que a Transpetro, independentemente da existência de outras empresas capazes de atender a demanda dessa exportadora, não poderia recusar o fornecimento dos produtos e serviços de relevante interesse para a economia nacional sob o argumento de temer eventuais sanções que poderia sofrer dos EUA.

Num primeiro momento, a União se absteve de uma manifestação conclusiva. No último dia 26 de junho, a Procuradoria da União no Paraná informou à justiça estadual que, devido ao pouco tempo concedido, não havia condições de afirmar ou negar o interesse de intervir na questão. O procurador se comprometeu a colher elementos junto ao Ministério das Relações Exteriores e, assim que recebidos, trazer ao conhecimento do juízo estadual. As demais pastas consultadas pela Justiça do Paraná (Minas e Energia; Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; e Defesa) informaram na ocasião que, sob o ponto de vista exclusivo de suas competências, não existir naquele momento interesse da União em intervir na demanda.

Procurada pela Portos e Navios, a Petrobras informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vai comentar o assunto. Até o fechamento desta matéria, o Ministério das Relações Exteriores não havia respondido aos questionamentos da reportagem sobre o caso.

180611-mar-navio-porta-conteiner-exportacao

Foco na oferta x demanda continuará elevando fretes marítimos

Uma melhor gestão da oferta e demanda de navios por parte dos armadores vem contribuindo para o fretes marítimos aumentarem. A avaliação é da Solve Shipping, que percebe um aumento gradativo dos fretes desde 2018, sobretudo a partir do quarto trimestre quando foram registrados aumentos de até 20% nos fretes de exportação do Brasil. A tendência, segundo a consultoria, é que os fretes fechem 2019 com média superior ao ano passado e que em 2020, além de um equilíbrio entre oferta e demanda ainda maior, os fretes também sejam impactados pela mudança de combustível dos navios. A avaliação do mercado é que os fretes continuarão a variar muito conforme a utilização dos navios e que a “receita” de negociação para uma determinada rota ou serviço não necessariamente se aplicará às demais.

A leitura é que os armadores estão utilizando todas as estratégias disponíveis para recuperarem as perdas registradas nos últimos 10 anos, inclusive com a falência de grandes armadores como a sul-coreana Hanjing Shipping. Os grandes proprietários de navios sabem que enquanto o frete cai rápido, por outro lado a subida dos preços demora. Um exemplo é que, nos dois primeiros meses de 2019, foram retiradas 35 viagens entre Ásia e EUA, o que representa redução de 20% nessa rota. As empresas também anunciaram mais de 10 cancelamentos de viagens na mesma rota para março e abril. Já na rota Brasil-Ásia, com o cancelamento de três escalas no mês de março, houve reduções de 19% e 12,5% nas capacidades de importação e de exportação, respectivamente.

Muitas vezes é mais vantajoso para o armador bancar os custos de retirar um navio de circulação e mantê-lo parado por uma viagem do que arcar com os custos da perda de receita gerada ao operá-lo por meses com baixa utilização, pressionando os fretes pra baixo. “Os armadores estão fazendo o dever de casa deles para manter certo equilíbrio oferta x demanda para que os fretes parem de cair e voltem a subir”, analisa o sócio-consultor da Solve, Leandro Carelli Barreto.
Barreto considera a diminuição do número de players no mercado como processo de seleção natural, fruto da sobre capacidade que o setor vivencia há 10 anos. A primeira onda veio com a crise econômica mundial de 2008, que fez com que os armadores: reduzissem a velocidade dos navios (para aumentar a demanda por navios), demolissem navios antigos, cancelassem encomendas e postergassem entregas. A segunda ocorreu entre 2011 e 2012, quando o preço do petróleo subiu muito e gerou uma nova corrida aos estaleiros em busca dos mega porta-contêineres da ordem de 14.000 e 15.000 TEUs visando economia de escala como forma de redução do custo unitário de transporte. Nos últimos três anos, porém, houve queda drástica no número de encomendas para construção naval em todo o mundo.

O sócio-consultor da Solve explica que a oferta e a demanda estão se encontrando e há algum tempo as encomendas de novos navios voltaram a padrões mais racionais. “Não fosse a guerra comercial entre EUA e China, que está fazendo o comércio das economias europeia e americana desacelerarem, seria possível sentir já em 2019 uma pressão interessante sobre o frete”, avalia Barreto.

Embora o frete dos grandes porta-contêineres segue tendência de alta no mundo inteiro. Os fretes marítimos no Brasil subiram entre 10% e 20% no último trimestre de 2018, de acordo com levantamento divulgado pelo consultoria europeia Dynamar/Dynaliners, sendo que para Ásia esse aumento foi de 20%, para Europa e Estados Unidos subiram quase 15%, enquanto na importação da Europa os preços cresceram acima de 10%. A Solve observa que essa alta fez com que algumas commodities que vinham em processo de conteinerização, celulose e soja, por exemplo, voltassem para navios de carga geral já a partir de janeiro de 2019.

Importadores e exportadores precisarão estar atentos às movimentações dos armadores para não serem pegos de surpresa com aumento de fretes, sobretudo porque nos últimos anos a tendência dos preços era de queda. Os usuários precisarão cada vez mais minimizar o impacto dessas oscilações e saber o momento de repassá-las para o custo do produto. Enquanto armadores têm capacidade de ajustar oferta e demanda, será mais difícil para os clientes deles conseguirem reduzir o frete em 2019 e 2020. No cenário mais conservador, os fretes vão parar de cair. “Entender as tendências de mercado é importante para importadores e exportadores irem mais embasados nas negociações de frete”, observa Barreto.

A questão do combustível com menor teor de enxofre a partir de 2020 é um ponto que não deve incomodar tanto os exportadores, voltados para conseguir negociações melhores do que as de seus concorrentes. Independente do reequilíbrio entre oferta x demanda de navios, as estimativas apontavam que os fretes no mercado internacional já aumentariam perto de US$ 200/TEU, só em função do custo do combustível. Barreto acredita que, como o bunker aumentará no mundo inteiro, não atrapalhará a competitividade dos produtos brasileiros.

Por Danilo Oliveira

181203-estiva

Estivadores do Porto de Santos planejam greve a partir do dia 1º

Os estivadores do Porto de Santos planejam entrar em greve, por tempo indeterminado, a partir das 7h do próximo dia 1º, em protesto contra a vinculação de mão de obra nos terminais de contêineres.

Na data, entrará em vigor a decisão judicial que permite a essas empresas atuarem apenas com mão de obra avulsa vinculada (estivadores contratados com base na CLT).

A possibilidade de greve foi anunciada pelo presidente do Sindicato dos Estivadores (Sindestiva), Rodnei da Silva, na terça-feira (19). A paralisação será definida pela categoria no dia 26.
A Câmara de Contêineres do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) afirmou que não comentaria o anúncio.

Fonte: A Tribuna

nature-1469052_640

Portaria do Mapa define locais para receber ou exportar os produtos de origem animal

A partir da próxima sexta-feira (25), todos os produtos de origem animal que forem exportados ou importados pelo Brasil, terão que ser despachados por apenas 21 pontos do país, conforme determina a Portaria 183 do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Estes locais (aeroportos, portos e outros) respondem por 95% das operações envolvendo tais produtos. Os locais estão definidos no anexo da portaria.

O Vigiagro fez um levantamento dos pontos de maior movimentação dessas cargas. Também foi levada em conta a estrutura disponível para o recebimento dos produtos (câmaras frigoríficas, entreposto). As 21 selecionadas atenderam todos os requisitos. Nas outras unidades eram eventuais a importação e exportação.

Segundo o chefe substituto da Divisão de Operações do Vigiagro, Cid Rozo, “a principal razão da mudança é o foco na vigilância agropecuária, com atenção redobrada à saúde pública e à segurança alimentar, pois os auditores fiscais federais agropecuários que estão trabalhando nessas unidades receberam treinamento para atuar em cima desses produtos específicos. Os auditores sabem quais são os riscos intrínsecos aos produtos e como atuar se encontrarem alguma inconformidade”.

No treinamento dos auditores foram mostradas as inconformidades, interceptações, quais são realmente graves e onde o fiscal deve direcionar seu esforço na mercadoria que está sendo analisada. Com toda essa especialização será acelerada a operação de importação e exportação.

“Na prática, serão criados corredores de importação e exportação especializados para os produtos. Quem atua na unidade estará habilitado para a fiscalização específica”, explica Cid Rozo.

(*) Com informações do Mapa

181213-porto-de-santos-armazem-12a

Operações superam expectativa da Codesp

O Porto de Santos movimentou 133,1 milhões de toneladas no ano passado. O volume superou as projeções da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a autoridade portuária, que apontavam a operação de 131,5 milhões de toneladas entre janeiro e dezembro de 2018.

Os dados fazem parte do relatório divulgado pela Gerência de Estatísticas da autoridade portuária na tarde desta terça-feira (22). O material destaca, entre outros números, que o movimento de mercadorias cresceu 2,5%, impulsionado pelo aumento de carga solta em novembro. Além disso, a esperada desaceleração nas operações de contêineres em dezembro não se confirmou.

Entre janeiro e dezembro, os embarques somaram 94,3 milhões de toneladas. A marca é recorde e representa um aumento de 0,8% sobre a movimentação de 2017, quando 93,5 milhões de toneladas foram embarcadas.
Neste período, o destaque foi a expansão de 24,9% nos carregamentos de soja a granel, totalizando 20,5 milhões de toneladas. As exportações do produto em farelo cresceram, desta vez, 18,3%, chegando a 5,9 milhões de toneladas. Com isso, o complexo soja cresceu 22,8% em relação ao ano anterior, com a marca recorde de 26,6 milhões.

Em contrapartida, os embarques de milho e açúcar caíram em relação a 2017. No primeiro caso, a redução foi de 11,3% e as exportações da commodity somaram 12,6 milhões de toneladas.

Já os carregamentos de açúcar sofreram uma queda de 27% e chegaram a 15 milhões de toneladas, expressiva redução diante das 20 milhões de toneladas exportadas em 2017.

“O resultado recorde registrado em 2018 deve ser ainda mais exaltado considerando que duas das principais cargas movimentadas no Porto de Santos tiveram grandes quedas, devido a fatores climáticos e de mercado”, ressalta o diretor de Relações com o Mercado e Comunidade da Codesp, José Alfredo de Albuquerque e Silva.

Por outro lado, o crescimento mais expressivo de movimentação foi o da celulose, com 51,4% de aumento em relação a 2017. A soma atingiu a marca de 4,6 milhões de toneladas no ano passado.

Importações

No ano passado, as importações pelo Porto de Santos somaram 38,2 milhões de toneladas. O crescimento em relação a 2017 foi de 6,9%, já que foram movimentadas 36,3 milhões de toneladas no ano anterior.

Entre os desembarques, a carga mais movimentada foi o adubo, que somou 4,5 milhões de toneladas. O volume é 10,7% superior ao verificado em 2017, quando 4,1 milhões de toneladas da mercadoria chegaram ao País pelos terminais do cais santista.

A importação de trigo cresceu 20% no ano passado, atingindo a marca de 1,3 milhão de toneladas. Já os desembarques de sal caíram 2,5%, atingindo 965.716 toneladas, segundo o relatório anual da Companhia Docas do Estado de São Paulo.

Fonte: A Tribuna

170103-exportacao-frango

Arábia Saudita suspende importação de carne de frango de 33 frigoríficos do Brasil

A Arábia Saudita, maior importadora de carne de frango do Brasil, desabilitou 33 frigoríficos da lista dos exportadores brasileiros para o país.

Dos 58 frigoríficos habilitados pelo Ministério da Agricultura para exportar para o país, restaram apenas 25 na lista dos árabes.

Em 33 deles, a Arábia Saudita exige alguns acertos para que voltem a exportar. Segundo o presidente da ABPA (Associação Brasileira da Indústria de Proteína), Francisco Turra, das 58 unidades liberadas apenas 30 efetivamente estavam exportando para o país árabe. O impacto maior, portanto, será sobre cinco unidades, segundo Turra.
Entre as unidades descredenciadas pelos árabes estão frigoríficos da BRF e da JBS, empresas bastante atuantes no setor. ?

A ABPA não informou as possíveis perdas de volume exportado nessa restrição árabe, mas circularam dentro do Ministério da Agricultura avaliações de queda de até 30%.

A Arábia Saudita importou 486,4 mil toneladas de carne de frango do Brasil no ano passado, 12% do volume exportado pelo país. A China veio em segundo lugar, com a compra de 438 mil toneladas e participação de 11% nas exportações brasileiras.

Esse enxugamento no número de frigoríficos liberados pela Arábia Saudita ocorre devido a um conjunto de fatores, segundo informações do setor.

Um dos motivos dessa ação dos árabes viria de constatação de irregularidades em alguns frigoríficos, encontradas por técnicos de uma missão árabe que esteve no Brasil no ano passado.

O setor de produção de carne vê, ainda, uma busca de redução da dependência árabe da proteína brasileira. Apesar de todos os empecilhos no país, a Arábia Saudita quer incentivar a produção interna de frango.

Não está descartada uma pressão econômica dos árabes sobre a manifestação política de Jair Bolsonaro de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, em Israel.

O início de 2019 repete o de 2018, quando o setor foi surpreendido pelas barreiras da União Europeia. O Brasil, até então líder em exportações de carne de frango para os europeus, perdeu o posto para a Tailândia.

Neste ano, se as barreiras continuarem, a Arábia Saudita deverá deixar a lista de maior importadora dessa proteína do Brasil. A China poderá assumir o posto.

Uma das grandes preocupações do setor de avicultura é com as recentes posições diplomáticas do governo de Jair Bolsonaro. O receio é que se alastre uma reação contrária ao governo brasileiro pelos países árabes.

Fonte: Folha SP

O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), empresa privada que tem concessão para operar mercadorias transportadas em contêineres pelo Porto de Paranaguá, anunciou nesta quinta-feira (4) o investimento de R$ 141 milhões em obras de infraestrutura e na aquisição de novos equipamentos

Porto de Paranaguá digitaliza 100% de seus procedimentos

Todos os processos que tramitam no Porto de Paranaguá serão digitais ainda neste mês, a partir do dia 17. Com a determinação, até mesmo os ofícios e comunicações externas se tornam virtuais. A medida é um complemento ao processo de desburocratização pelo qual a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) vem passando, que já abrange todos os procedimentos em relação a operadores portuários, agências marítimas, acesso de caminhões e cargas.

“Pilhas de documentos, dezenas de ordens de serviço e portarias, processos manuais e burocráticos fazem parte do passado do porto. Agora, os procedimentos nos Portos do Paraná são todos digitais, unificados e simplificados”, afirma o diretor-presidente da Appa, Lourenço Fregonese. A Appa é o primeiro órgão do Paraná a digitalizar 100% dos seus procedimentos.

Fregonese explica que com as mudanças o porto se torna mais ágil, simples e seguro. Um exemplo é como os processos de operação portuária já vinham acontecendo. Desde a comunicação da agência marítima à autoridade portuária até o controle das cargas que entram e saem do porto, tudo é feito digitalmente pelo sistema chamado Appa Web, sem a necessidade de qualquer documento impresso.
Os controles de acesso ao cais, as balanças e as informações dos caminhões que transitam na faixa primária do porto também são integradas e fornecidas em tempo real para a Receita Federal. Com o simples toque da digital a Appa tem todas as informações do caminhoneiro que acessa o cais: nome do motorista, origem da carga, seu peso e destino.

O controle de tráfego marítimo também está disponível em sistemas online que podem ser acessados no site da Appa com informações em tempo real das atracações, da programação de navios e do fluxo das cargas.

Com a nova ordem de serviço, que determina que inclusive as comunicações externas e os ofícios devem tramitar exclusivamente por meio virtual, o porto se torna completamente digital.

Sem burocracia

As normas e regulamentos operacionais também foram simplificados. Antes, 89 documentos ditavam os procedimentos de atracação, navegação e uso da estrutura do porto. Desde de 2011, eles foram reunidos em 31. No departamento de meio ambiente, 22 documentos se transformaram em apenas um. Na área administrativa, 37 atos foram unificados em um regulamento.

Fonte: Tribuna do Interior

180621-porto-de-santos

Porto de Santos pode ser ‘regionalizado’ ainda este ano, diz secretário nacional de Portos

O Governo Federal pode regionalizar a administração do Porto de Santos, o mais importante do país, por movimentar mais de 25% da balança comercial, ainda este ano. A informação é do secretário nacional de Portos do Ministério dos Transportes, Luiz Otávio Campos, que participa da 16ª edição do Santos Export Brasil 2018 – Fórum Internacional para a Expansão dos Portos Brasileiros.

Campos defendeu, durante a primeira etapa do evento, na noite de segunda-feira (10), em Santos, no litoral paulista, a “abertura de capital” para as companhias docas e a “descentralização” da administração portuária pelo país. Para ele, as duas mudanças, possibilitadas a partir da atual legislação, são “essenciais” para destravar e oferecer “celeridade” ao setor.

“A delegação, a regionalização, a estadualização depende do Governo do Estado, que tem que nos provocar para isso, nos pedir isso. Isso não foi pedido ainda, mas podemos trabalhar rapidamente”, disse ao G1. Segundo ele, em até três meses, a partir da solicitação, é possível entregá-lo a São Paulo.
“Nós estadualizamos em 90 dias o Porto do Amazonas. Até o fim do ano, eu estadualizo a parte técnica e burocrática de Santos, caso exista interesse”, garantiu o Luiz Otávio Campos. Segundo ele, essa é alternativa mais rápida para atender à demanda do setor privado, que também solicita eficiência da União.

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), estatal de economia mista administrada pela União, existe desde a década de 1980. Com as modificações da legislação ao longo dos anos, decisões sobre obras, como a dragagem (obra para ampliar a profundiade do canal de navegação) ficaram sob responsabilidade de Brasília.

O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Mario Povia, disse que a direção do órgão regulador não esperava a sugestão de regionalizar o cais santista proposta pelo Governo Federal. “Foi uma surpresa, mas não vemos isso com maus olhos. Isso tem que ser estudado”, afirmou.

Povia disse gostar do modelo de administração das companhias docas executado pelo Governo Federal, mas considera os entraves. “Mantendo o modelo atual [gestão da União] com uma abertura societária pode ser interessante. Mas não há um modelo bom ou ruim. Temos que diminuir a burocracia e simplificar processos.

O governador de São Paulo, Márcio França (PSB), também considerou positiva a possibilidade de descentralizar a gestão do complexo portuário santista e entregá-la ao Governo do Estado. “Quem sabe podemos cravar essa transferência de gestão, faria bem tanto para o Estado de São Paulo quanto para o Brasil”, afirmou.

União garante obra

O secretário nacional de Portos afirmou ao G1, ainda, que até dezembro deste ano o Governo Federal fará cumprir o acordo para destinar repasse às obras de remodelação viária da entrada de Santos e do acesso à Margem Direita do cais. O empreendimento é dividido com o estado e município.

O governo estadual, por meio de um Termo Aditivo Modificativo (TAM) com a concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), iniciou as obras ao custo de R$ 270 milhões. A Prefeitura de Santos, após um financiamento pela Caixa Econômica Federal, também começou as intervenções de R$ 290 milhões.

A União tinha se comprometido a aplicar, aproximadamente, mais R$ 300 milhões, principalmente na parte que diz respeito ao acesso ao cais. “Existe recurso. É uma questão apenas de gestão e remanejamento. Talvez, repassemos R$ 100 milhões agora e, no andamento da obra, o restante”, garantiu o secretário.

“Os R$ 300 milhões não serão usados em um dia, então é possível dividir isso sem trazer insegurança à obra. Nós temos disponibilidade e, na verdede, sempre houve, agora só temos que ver para quem vamos repassar, se é para o estado, município ou até mesmo para a Companhia Docas”, afirmou Luiz Otávio Campos.

O Fórum Internacional para a Expansão dos Portos Brasileiros, uma iniciativa do Grupo Tribuna com realização da Una Marketing de Eventos, tem a segunda etapa nesta terça-feira (11). O evento acontece ao longo do dia no Mendes Convention Center, na Avenida Francisco Glicério, 206, no bairro Gonzaga.

Fonte: G1

concurso-receita-federal

Receita publica norma relacionada à prestação de serviço de perícia de mercadoria importada

A Receita Federal publicou no Diário Oficial da União desta quinta-feira (22) a Instrução Normativa RFB nº 1800, de 2018, que substitui a Instrução Normativa RFB nº 1020, de 2010 (IN de Peritos), especialmente nos dispositivos relacionados ao credenciamento de peritos, à quantificação de mercadorias, à emissão de laudos periciais e à remuneração dos serviços de perícia aduaneira.

As mudanças propostas buscam a racionalização e o aperfeiçoamento do processo de seleção de profissionais, de remuneração pelos serviços prestados e de requisição de perícia, simplificando o atendimento aos importadores e exportadores no comércio exterior

A nova norma permite flexibilidade para que a seleção de peritos e entidades, especialmente no caso de convênios, tenha maior abrangência territorial, reduzindo os custos com seleção de profissionais e disponibilizando um rol mais amplo de opções e especialidades às unidades locais. No mesmo sentido, a norma incentiva a utilização de meios eletrônicos para requisição e para disponibilização dos laudos, abrindo espaço para a incorporação desse processo ao Portal Único de Comércio Exterior e estabelecendo desde já um banco nacional de laudos.

Prazos mais compatíveis com as necessidades da logística de comércio internacional são fixados para a entrega dos resultados dos laudos, assim como rotinas operacionais um pouco mais detalhadas são estabelecidas para tornar mais simples e claro o processo de cálculo da remuneração.

Por fim, abre a possibilidade da utilização de laudos de quantificação emitidos por empresa de inspetoria independente e a quantificação executada por meio de modalidades automatizadas (pesagem, medição direta e mensuração). Assim, havendo estrutura física adequada nos recintos aduaneiros, como balanças e medidores de fluxo, a quantificação de mercadorias a granel ficará mais ágil, demandando menos tempos e custos aos importadores e exportadores.

Com informações da Receita Federal

180313-greve

Greves de servidores da Receita ampliam tempo para liberar cargas

As greves de servidores da Receita Federal já ampliaram de dois para até 15 dias o tempo necessário para a liberação de cargas no Porto de Santos. Nesta quarta-feira (21), o dia de mobilização dos analistas tributários causou mais atrasos em operações e prejuízos a usuários do cais santista. A categoria restringiu o atendimento em todo o País por conta da demora para o cumprimento de um acordo salarial firmado com o Governo Federal.

Já os auditores fiscais estão em greve desde 1º de novembro do ano passado. E, segundo o presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de Santos e Região (SDAS), Nívio Peres dos Santos, este é o principal motivo da demora na liberação de mercadorias que caem no canal vermelho e necessitam de conferência física e documental.

“Com relação aos analistas tributários, não sentimos reflexos, mas a questão é preocupante. Se o movimento se estender, pode causar ainda mais atrasos nas liberações”, destacou.
Os analistas tributários são responsáveis pelo controle da entrada e da saída de produtos, veículos e pessoas do País e, também, pela cobrança dos tributos dessas operações. Por conta da mobilização, o atendimento desta quarta-feira (21) foi restrito à liberação de cargas vivas, perecíveis ou medicamentos para pessoas físicas.

Os casos de desembarque ou embarque de tripulantes foram prejudicados, assim como a autorização de consumo de bordo. Para o diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, todas as cargas em trânsito por Santos, que passaram por um porto nacional, tem como destino o exterior e necessitam da averbação da conclusão de trânsito, não foram atendidas.

“Perdem-se conexões com outros navios, incorrendo em custos adicionais de armazenagem e mudanças na logística dos terminais com a remoção de quadra dos contêineres para atender um novo embarque. Processos de parametrização de DTAs (Declaração de Trânsito Aduaneiro) e análise de processos encontram-se paralisados, também”, explicou o executivo do Sindamar.

Segundo Roque, a paralisação desta quarta-feira (21) também interferiu na transferência de peças sobressalentes para embarcações, já que não há plantão para esses casos. Ele explica, ainda, que a falta deste procedimento pode reduzir a segurança da navegação.

“As peças de reposição para reparos dos navios também não são liberadas pelos analistas tributários, o que pode comprometer as condições de navegabilidade das embarcações e com riscos à segurança da tripulação”, destacou.

Fonte: A Tribuna