161214-porto-do-pecem-reavaliado

Pecém deve ter nova rota para a China em 2018

Administradora do Porto do Pecém, a Companhia de Integração Portuária do Ceará (Cearáportos) espera firmar parceria com empresa de transporte marítimo até março de 2018 para a operação de uma nova rota até os portos de Xangai e/ou Hong Kong, na China, que seria feita pelo novo canal do Panamá, por onde passam os maiores navios cargueiros do mundo, chamados de Pós-Panamax.

A fim de atrair a companhia, a Cearáportos avalia reduzir tarifas de operação e tornar o negócio mais competitivo. As negociações com a empresa, cujo nome ainda não pode ser divulgado por questões estratégicas, vêm ocorrendo há cerca de seis meses. Em setembro próximo, um novo encontro entre representantes da Cearáportos e da operadora da nova linha deverá ser realizado na China.

O negócio é visto como um importante passo para transformar o Porto do Pecém em um hub port, um terminal portuário concentrador de cargas e de linhas de navegação.

A consolidação da parceria entre os portos do Pecém e Roterdã até o fim deste ano, visando à gestão compartilhada do terminal, também é fundamental para atrair outras rotas, não só da Ásia como de outros continentes, e consolidar o hub port.

Foco

De acordo com a diretora de desenvolvimento comercial da Cearáportos, Rebeca Oliveira, no atual momento, o foco da administradora portuária está em linhas para a Ásia, por ser mais viável economicamente.

“Estamos buscando essa importante rota, que beneficiaria muito o exportador e importador cearense, assim como o empresário nordestino em geral. As negociações estão avançando, buscamos firmar a parceria até março do ano que vem. Estamos de olho nos portos de Xangai e Hong Kong, mas o porto de Singapura também é outra alternativa”, afirma.

Segundo Rebeca, a partir da parceria, as viagens dos navios cargueiros para a China seriam reduzidas, em média, de 60 para 40 dias. Atualmente, as cargas do Porto do Pecém com destino à China saem de Santos, em São Paulo. “Ou seja, os exportadores e importadores ganhariam 20 dias com essa rota Pecém-China, algo que atrairia várias empresas ao nosso porto”, observa.

Esforços

O diretor de gestão empresarial da Cearáportos, Roberto Loureiro, destaca que o Porto do Pecém não mede esforços para atrair a nova rota para alavancar ainda mais a movimentação de cargas no terminal e beneficiar a economia do Estado.

“Caso seja necessário, vamos reduzir tarifas ligadas às operações portuárias para firmar parceria com essa empresa, seja nos serviços ligados à armazenagem, escaneamento e plugagem de contêineres”, diz, ressaltando ainda “a nova visão de gestão portuária que começa a ganhar força no Pecém, por meio do trabalho conjunto com Roterdã”.

Inauguração

Na última sexta-feira (18), foi inaugurada no Porto do Pecém a nova rota de exportação para a Europa. A linha, operada pela empresa suíça Mediterranean Shipping Company (MSC), atenderá os portos de Antuérpia, na Bélgica, Roterdã (Holanda), Hamburgo (Alemanha), Bremerhaven (Alemanha) e Le Havre (França).

A rota vai operar de agosto deste ano até o mês de fevereiro de 2018, período que marca a safra de frutas no Estado. A carga segue para a Europa em contêineres refrigerados. O Ceará e o Rio Grande do Norte são os principais exportadores de melão, melancia e banana. Já as uvas e mangas vêm, principalmente, da Bahia.

A expectativa é que, no pico da operação, o navio MSC Margarita movimente em torno de 1.300 contêineres por semana. Atualmente, a região norte da Europa, que será contemplada com o novo serviço, já é atendida com uma linha da Maersk, enquanto a Hamburg Süd atende ao mercado norte-americano.

Fonte: Diário do Nordeste

CZPE-aprova-projeto-industrial-da-White-Martins-que-vai-gerar-480-empregos-na-ZPE-de-Pecém-600x294

ZPE do Pecém recebe visita de dirigentes da Jetro e Câmara de Comércio e Indústria Japonesa

Representantes da Japan External Trade Organization(Jetro) e da Câmara de Comércio e Indústria Japonesa (CCIJB) visitaram a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Pecém (CE) nesta terça-feira.

O grupo, chefiado pelo vice-presidente da Jetro São Paulo, Yasushi Ninomiya, conheceu a Companhia Siderúrgica do Pecém, que já recebeu investimentos de US$ 5 bilhões e é considerado o projeto âncora da ZPE. A comitiva também esteve no Complexo Portuário do Pecém, terminal de cargas da região que ocupa uma área de 13 mil hectares.

A partir desta visita, os representantes da Jetro e da CCIJB irão organizar um relatório com as oportunidades de investimentos em ZPEs que será apresentado ao setor produtivo japonês nos próximos meses.

A vinda da Jetro à ZPE do Pecém faz parte de uma agenda de trabalhos do Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE), colegiado presidido pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Como explica a secretária-executiva do Conselho, Thaíse Dutra, “é importante que os investidores estrangeiros conheçam de perto um distrito alfandegado para entender as vantagens competitivas das Zonas de Processamento do Brasil”.

“As empresas têm acesso a um conjunto de incentivos tributários, cambiais e administrativos. São benefícios assegurados por um prazo de até 20 anos. Não há outro regime que ofereça tamanha segurança jurídica”, destacou Thaíse.

Sobre as ZPEs

As Zonas de Processamento de Exportações são áreas de livre comércio com o exterior destinadas à instalação de empresas com produção voltada à exportação. Para efeito de controle aduaneiro, as ZPE são consideradas Zonas Primárias.

As empresas que se instalam em ZPE têm acesso a tratamento tributário, cambial e administrativo específicos. Para a aquisição de bens e serviços no mercado interno, há suspensão da cobrança do IPI, Cofins e PIS/Pasep. Nas exportações, também são suspensos o Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) e o Imposto de Importação (II).

Em contrapartida a esse pacote de benefícios oferecido pelo governo, as empresas que operam em ZPE devem auferir 80% de sua receita bruta anual com exportações. Sobre as eventuais vendas para o mercado brasileiro incidem integralmente todos os impostos e contribuições exigíveis pela legislação brasileira.

ZPE do Pecém

A ZPE do Pecém, primeira a entrar em pleno funcionamento no Brasil, conta com quatro plantas industriais. Segundo projeções do CZPE, ela pode gerar um impacto positivo de até 12% no PIB do Ceará e de 48% no PIB Industrial.

Com menos de um ano de operação, a ZPE já foi citada na publicação FDI Intelligence, do jornal britânico Financial Times, como um projeto altamente recomendável a investidores estrangeiros. Ela obteve a melhor avaliação na categoria Grandes Arrendatários na América Latina e Caribe (Winner – Large Tenants – Latin America and Caribbean: Ceará Free Trade Zone, Brazil). Também recebeu menções honrosas em três categorias: apoio à educação e capacitação (Commended for supporting education and training), infraestrutura (Commended for infrastructure upgrades) e possibilidade de expansão (Commended for expansions).

A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), projeto âncora dessa ZPE, tem como acionistas a Vale (50% das ações) e as sul-coreanas Dongkuku Steel (30%) e Posco (20%). Com investimentos iniciais de cerca de US$ 5 bilhões, a usina iniciou suas operações em agosto do ano passado.

Como destacou Dutra, o funcionamento da ZPE tem puxado as exportações brasileiras de semimanufaturados de ferro e aço. Em junho deste ano, as vendas externas dessas mercadorias cresceram 36,1% em relação ao mesmo mês de 2016, passando de US$ 240 milhões para US$ 312 milhões.

“É um resultado bastante positivo. Se observamos o acumulado do ano, de janeiro a junho, houve um aumento de 70,6% nas vendas externas de semimanufaturados de ferro e aço. Esses resultados comprovam que as ZPEs brasileiras têm potencial de alavancar nossa balança comercial”, disse.

Localmente os resultados também são bastante positivos. Atualmente, o Ceará é a 3ª unidade da federação na produção de produtos semimanufaturados de ferro ou aço, com 24,5% do total produzido pelo país. Em 2016, o estado estava em 4º lugar neste ranking, com participação de apenas 6,6%.

(*) Com informações do MDIC

170210-placas-de-aco-pecem-csp

CSP bate recorde de embarques de placas no Porto do Pecém, no Ceará

A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) exportou mais de 300 mil toneladas de placas de aço no Porto do Pecém no mês de janeiro. O número equivale à metade de todo o volume exportado em 2016 e o dobro do último mês de dezembro. O recebimento de matérias primas também foi um destaque no mês, superando meio milhão de toneladas.

Em 2016, a CSP iniciou a operação do alto-forno, com a produção das primeiras placas em 20 de junho e o marco de um milhão de toneladas produzidas em 28 de dezembro. O embarque superou a produção em 40%.

Conforme a siderúrgica, o resultado foi devido ao carregamento de dois navios simultâneos. A Companhia espera alcançar a capacidade de produção de três milhões de toneladas de placas de aço neste ano.

“O Ceará construiu um porto com a parte física espetacular. O que faltava era acertar a operação”, comentou o presidente da CSP, Eduardo Parente.

Neste mês de fevereiro, em parceria com a Cearaportos, a CSP espera atingir a marca de um milhão de toneladas de placas de aço exportadas. “Com a melhoria da programação de navios por parte da siderúrgica e a sincronização do transporte terrestre, conseguimos planejar o sistema como um todo. Isso é bom para todo mundo, pois aumenta a produtividade e reduz desperdícios, como a fila de navios, por exemplo”, destacou Danilo Serpa, presidente da Cearaportos.

Movimentação no Porto do Pecém

Das 11.2 milhões de toneladas de cargas movimentadas no Pecém em 2016, 5.6 milhões foram provenientes da siderúrgica. A previsão para 2017 é que a CSP contribua com cerca de 60% de toda a operação do porto.

As placas de aço da CSP já foram exportadas para quatro continentes (Ásia, Europa, Américas e Ásia) e mais de 12 países, como Alemanha, Coreia do Sul, Estados Unidos, Indonésia, Itália, Marrocos, México, Reino Unido, República Tcheca, Tailândia, Taiwan e Turquia.

Fonte: G1