Fotos do Porto de Santos para o banco de imagens do site www.portodesantos.com.br

Porto de Santos aumenta calado operacional após dragagem

Uma semana após a redução do calado operacional (fundura máxima que os navios podem atingir quando totalmente carregados) do Porto de Santos de 13,2 para 12,3 metros, os esforços concentrados na dragagem do trecho 1 do canal de navegação surtiram efeito. Agora, embarcações com até 12,6 metros de calado poderão trafegar na região que vai da entrada da Barra até o Entreposto de Pesca.

De acordo com o capitão de mar e guerra Alberto José Pinheiro de Carvalho, que é comandante da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), uma nova batimetria (levantamento de profundidade) foi entregue ontem pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a estatal que administra o cais santista.

“Com essa análise, conseguimos ampliar o calado para 12,6 metros. O ganho é pequeno, de 30 centímetros, mas é resultado dessa dragagem já realizada durante esta semana”, explicou o comandante.
Até o final de julho, a Dratec Engenharia, empresa contratada pela Codesp para a manutenção das profundidades do Porto de Santos, deve concentrar os trabalhos apenas no trecho 1 do canal de navegação. A ideia é evitar o assoreamento (deposição de sedimentos, que torna o canal mais raso) naquela região.

Durante toda esta semana, usuários do Porto de Santos tentaram minimizar as perdas causadas pela redução do calado operacional do cais santista. Mas, de acordo com o diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, os custos extras foram inevitáveis.

Prejuízos

Em uma semana, cerca de 7 mil contêineres deixaram de ser movimentados no Porto de Santos, segundo o executivo. Isto representa um prejuízo de cerca de US$ 16,1 milhões em frete para os armadores, o equivalente a R$ 52,8 milhões.

“Conforme informações obtidas, há navios que efetuaram escalas extras em Itaguaí e Sepetiba (RJ) para descarga de contêineres de importação. Isto aconteceu para a redução do calado, por conta das restrições do Porto de Santos”, explicou.

De acordo com o executivo, por conta da passagem não prevista em outros portos, somaram-se custos extras com combustível, atracação, serviço de praticagem e rebocadores, onerando mais ainda as operações e elevando os prejuízos.

“Há casos de armadores que cortaram entre 6 mil e 15 mil toneladas de carga de exportação. Isso causa prejuízos imensuráveis com os lotes deixados para trás, causando descontentamento para os clientes e provocando desgaste comercial”, destacou Roque.

Segundo dados do Sindamar, a cada centímetro a menos de calado, deixa-se de embarcar entre sete e oito contêineres. Com a redução atual, isso representa uma perda de carregamento de até 720 caixas metálicas ou 5 mil toneladas de carga por viagem.

Procurada, a Codesp não se posicionou sobre a mudança do calado operacional do Porto de Santos até o fechamento desta edição.

Fonte: A Tribuna

150429-Santos

Redução de calado causa prejuízos a usuários do Porto de Santos

A redução da profundidade máxima e do limite do calado operacional (fundura máxima que os navios podem atingir quando totalmente carregados) no Porto de Santos, confirmada na última sexta-feira, trouxe preocupação e indignação aos usuários do complexo santista. O prejuízo pode chegar a US$ 1,6 milhão por navio. Para os agentes marítimos, sobrou a tarefa de rever embarques de cargas já programados, tanto no transporte de produtos a granel, quanto de contêineres.

“Uma coisa é certa: já estamos tendo prejuízos”, afirma José Roque, diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar). Ele se refere à redução calado operacional na entrada do Porto. Antes, a regra permitia a navegação de embarcações com até 13,7 metros. Agora, a restrição é para navios de até 12,3 metros, em condições normais de maré.

A entidade estima que nos navios de contêineres, a cada centímetro a menos de calado, deixa-se de embarcar entre sete e oito unidades. Com a redução atual, isso representa uma perda de carregamento de até 720 contêineres ou 5 mil toneladas de carga por viagem.
De acordo com os cálculos do Sindamar, com o frete médio a US$ 2.300, o prejuízo fica em torno de US$ 1.6 milhão por navio. No caso das cargas de granéis, com 90 centímetros a menos, as embarcações deixam de transportar 9 mil toneladas, perdendo o frete de US$ 27mil, além do exportador, no caso da soja, deixar de vender o equivalente a US$ 324mil.

“Embora a Codesp tenha informado que a draga Pearl River já esteja programada para realizar a dragagem do trecho compreendido entre a Barra e o Entreposto de Pesca, até ser concluída a dragagem, os usuários do Porto de Santos enfrentarão enormes dificuldades e transtornos em suas logísticas operacionais”, afirma representante do Sindamar.

Entre outras implicações, ele aponta impactos comerciais com compradores internacionais pelos compromissos assumidos, que podem resultar em multas ou até no cancelamento de contrato firmado e não cumprido.

Armazenagem

A limitação do calado também pode provocar outros gastos aos agentes que atuam no complexo portuário santista, pois para atender essa nova profundidade reduzida, são obrigados a ter despesas com armazenagem, zarpando com os navios com a sua capacidade de carregamento prejudicada na alocação das cargas.

“Isso traz um resultado negativo na balança comercial devido à limitação no carregamento. Resultado: exporta-se menos com esse calado”, avalia Roque.

Procurada para comentar sobre as alterações ocorridas depois da redução do calado, a Codesp informou, por meio de nota que a “programação dos navios permanece normal e os trabalhos de dragagem acontecem dentro da programação prevista”.

Na última sexta-feira, após reclamações de terminais portuários e da detecção de três pontos de assoreamento (deposição de sedimentos) na entrada do Porto, a Codesp deslocou a draga para o local que necessitava de dragagem.

No entanto, a Autoridade Portuária também não informou quando esta frente de trabalho concluída e nem quando será realizada uma nova batimetria (levantamento de profundidades) para avaliar se houve ampliação na profundidade do canal do Porto.

Fonte: A Tribuna