O fim de ano da Maersk Line caminha para ser o melhor na comparação anual desde 2010. O relatório do terceiro trimestre da companhia aponta que uma leve retomada da confiança de empresários e investidores contribuiu para que as importações declinassem menos, com expectativa de voltarem a crescer em 2017. A empresa também acredita que os exportadores têm a oportunidade de tirar vantagem de um Real mais fraco em novembro, após o resultado das eleições presidenciais dos Estados Unidos.
Na avaliação da Maersk, os exportadores de soja estão tirando proveito dessa janela cambial, após uma retração geral no crescimento das exportações. A empresa identifica necessidade de se abrir a economia brasileira e estabelecer mais acordos bilaterais, bem como acelerar os leilões de concessões para reduzir a dependência das exportações em relação ao câmbio.
Este foi o primeiro trimestre desde 2015 em que as importações registraram uma queda de um dígito ao invés de dois. De acordo com o relatório trimestral, as importações declinaram menos graças à melhoria na demanda por bens europeus e asiáticos, paralelamente aos mercados da África e do Oriente Médio. A empresa destaca que seis das 17 categorias de produtos trazidos para o Brasil têm mostrado crescimento sólido, entre eles algodão, químicos, plástico e borracha, além de produtos têxteis.
A Ásia foi um dos principais destaques, com crescimento de 14,6% nas exportações de carne de porco, embora a performance das carnes bovina e de frango tenha sido mais fraca, com declínios de 2,9% e 2,5% respectivamente devido à apreciação do Real. Houve forte demanda asiática por bens refrigerados, uma alta de 28,4%. “Estamos começando a ver uma mudança nas exportações de cargas secas, com uma forte demanda de dois dígitos contínua para produtos industrializados com alto valor agregado, como vestuário, automóveis, bens de consumo e maquinário, mas os pedidos de bens de baixo valor agregado, como soja, milho, resíduos da indústria alimentar e café estão perdendo força significativamente”, acrescenta o diretor de trade e marketing da Maersk Line na costa leste da América do Sul, João Momesso.
A Maersk prevê crescimento de 1% para o Brasil em 2017. Em termos de comércio global, a companhia acredita que a demanda mundial por transporte de contêineres crescerá entre 1% e 2% em 2016. No terceiro trimestre, o comércio global de contêineres cresceu 2% na comparação com o mesmo período de 2015. Um viés mais positivo, na visão da Maersk, são as importações de contêineres pela Europa e América do Norte em ritmo de crescimento. Já a capacidade da frota global de contêineres caiu no terceiro trimestre.
A Maersk anunciou em outubro a compra de mais 14,8 mil contêineres refrigerados, após um investimento em outras 30 mil novas unidades em 2015 e seis mil no início deste ano. “Estamos finalmente vislumbrando um Natal levemente melhor, mas precisamos lembrar que as bases de comparação são bastante baixas uma vez que passamos por cinco anos sucessivos de queda nos volumes”, ressalta o diretor superintendente da Maersk Line para costa leste da América do Sul, Antonio Dominguez.
Por:Danilo Oliveira