As sanções impostas pelo presidente Donald Trump contra a Turquia poderão afetar o intercâmbio comercial do Brasil com o país que vem ampliando consistentemente as importações de produtos brasileiros e em pouco tempo se transformou no vigésimo-primeiro principal mercado do Brasil no exterior.
De janeiro a julho, as exportações para a Turquia cresceram 57,25%, totalizando US$ 1,557 bilhão. Por outro lado, as importações brasileiras somaram US$ 311 milhões, com uma alta de 18,04% comparativamente com o mesmo período de 2017. Em sete meses, o intercâmbio comercial com a Turquia gerou para o Brasil um superávit de US$ 1,246 bilhão.
Na avaliação de especialistas em comércio exterior, um eventual recrudescimento da tensão política e da adoção da elevação de tarifas sobre os produtos turcos por parte dos Estados Unidos, com a devida contrapartida de Ankara certamente terá importantes reflexos no comércio exterior da Turquia não apenas em relação aos Estados Unidos mas também junto a outros parceiros comerciais do país, entre eles o Brasil.
E o setor que mais se preocupa com uma cada vez mais provável deterioração das relações ente os Estados Unidos e a Turquia é o agronegócio. Este ano, a Turquia tornou-se um importante mercado para os produtos agrícolas brasileiros. De janeiro a julho, as vendas desse setor somaram US$ 806 milhões, com um crescimento de 183% em relação a igual período do ano anterior.
Entre os principais produtos embarcados para a Turquia figuram soja, gado vivo, café e carnes. O principal destaque nas exportações foi a soja, que viu suas exportações saltaram 342% nos sete primeiros meses do ano, com uma receita de US$ 464 milhões.
Outro integrante em destaque na pauta exportadora para a Turquia foram os bovinos vivos, no total de US$ 241 milhões, graças a uma alta de 307,6% nas importações realizadas até o mês de julho. O Pará é o estado que mais exporta gado vivo para a Turquia. De janeiro a julho os embarques do estado totalizaram US$ 96,1 milhões. A seguir vieram São Paulo (US$ 60,9 milhões), Rio Grande do Sul (US$ 56,3 milhões) e Minas Gerais (US$ 16,8 milhões).
Também merecem destaque as exportações de produtos semimanufaturados de ferro ou aços, no valor de US$ 195 milhões, graças a um aumento de 104,9% no período. Merecem ser citados ainda os minérios de ferro,que geraram uma receita de US$ 120 milhões, apesar da queda de 11,9% nas exportações e os produtos laminados de ferro, no valor de US$ 106 milhões.