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Fitch diz que 2017 será ano decisivo para a CSN

A agência de classificação de risco Fitch divulgou relatório nesta sexta­feira indicando que 2017 deve ser um ano decisivo para a CSN. “A empresa enfrenta desafios importantes em relação ao refinanciamento da dívida de curto prazo e com a venda de ativos”, afirma a análise.

“Junto com as expectativas de melhorar os fundamentos dos preços do minério de ferro, a capacidade da CSN de aumentar os volumes de vendas de aço como planejado e sustentar aumentos nos preços locais do aço serão fundamentais para permitir uma recuperação do fluxo de caixa.”

Segundo a diretora da Fitch Debora Jalles, uma falha em refinanciar no primeiro semestre deste ano “grande parte” dos R$ 7,9 bilhões em dívidas com bancos locais, que têm pagamento previsto para 2018, deve levar a um corte da nota para “CCC”.

O sucesso na venda de ativos na faixa de R$ 8 bilhões, por outro lado, levaria a uma melhora nos índices de alavancagem, “permitindo potencialmente à CSN refinanciar durante 2018 suas emissões de títulos com vencimento em 2019 e 2020”.

O cenário de base da Fitch estima que a alavancagem líquida da CSN esteja em torno de 8,2 vezes em 2017 num cenário de preço do minério de ferro a US$ 45 por tonelada.
No caso dos preços do minério permanecerem entre US$ 50 e US$ 60 a tonelada, a alavancagem poderia recuar para um intervalo entre 5,1 vezes e 6,9 vezes.

Nos mesmos cenários anteriores, acrescentando a venda de R$ 8 bilhões em ativos, a alavancagem cairia, respectivamente, para 5,6 vezes e para um intervalo entre 4,7 vezes e 3,4 vezes, completa a agência.

Fonte: Valor Econômico/Rodrigo Rocha

170119-caminhoneiros-fretes

Caminhoneiros vão se reunir com governo de MT e indústria para discutir frete

Representantes de caminhoneiros de Mato Grosso vão se reunir, na segunda ou terça-feira da semana que vem, com o governo do Estado, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e a Associação dos Produtores de Milho e Soja de MT (Aprosoja-MT) para discutir as questões relativas ao frete para o transporte da safra 2016/17, que está em início de colheita.

O encontro foi definido em reunião ocorrida na tarde desta quarta-feira, 18, entre líderes do Movimento dos Transportadores de Grãos (MTG), de parlamentares, do governo e da agroindústria, para tentar buscar soluções principalmente para o preço do frete no Estado, comentou, em áudio no WhatsApp, Gilson Baitaca, um dos representantes do MTG. “A nova reunião servirá para definirmos as políticas para o transporte no Estado e não só a tabela mínima de fretes”, comentou. “A ideia também é discutir fiscalização sobre empresas de transporte, vale-pedágio, cota-frete, entre outros assuntos.”

Em razão da reunião marcada para esta quarta, caminhoneiros decidiram suspender temporariamente os bloqueios em rodovias de Mato Grosso, iniciados na sexta-feira (13), em favor de uma tabela de preços mínimos do frete. A Polícia Rodoviária Federal relatou, durante o dia, a “liberação total dos oito pontos interditados pelos caminhoneiros transportadores de grãos, nas rodovias do Estado”, fato também confirmado pela concessionária Rota do Oeste.

A PRF, no entanto, informou que há bloqueios em rodovias do Rio Grande do Sul. A categoria defende o projeto de lei (PL) 528/2015, de autoria do deputado Assis do Couto (PT-PR), que cria uma política de preços mínimos do transporte rodoviário de cargas, e que está tramitando na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.

Fonte: O Povo (CE)

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À espera de um impulso

Mercado de sistemas de propulsão segue competitivo e com grande concorrência de preços
• Fornecedores de sistemas de propulsão sentiram com mais força o agravamento da crise econômica e a retração da economia no ano passado. Para algumas empresas 2016 se manteve aquecido devido a contratos já fechados em anos anteriores. As principais oportunidades continuam em embarcações para navegação interior e apoio portuário. Ainda sem muitas expectativas por demandas no apoio offshore, o mercado foca em embarcações de menor porte, principalmente para região Norte. O momento é de mercados competitivos e grande concorrência de preços e as vendas para América do Sul são isoladas e mesmo assim também muito disputadas.

170110-libra-terminais

Ministério aprova plano de investimento da Libra Terminais

O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (MPTAC) aprovou o plano de investimento da Libra Terminais no Porto de Santos. No total, serão investidos R$ 776,3 milhões em obras civis e compra de equipamentos. Deste valor, R$ 400 milhões serão captados através de debêntures.

Em setembro de 2015, o Governo Federal autorizou a renovação antecipada dos contratos de arrendamento do Grupo Libra no Porto. Assim, a empresa poderá movimentar cargas no cais santista até 2035. Mas, como contrapartida, além dos investimentos, a extinta Secretaria de Portos (SEP) determinou a negociação da dívida que a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) cobra há 18 anos. A estimativa é de que ela ultrapasse R$ 1 bilhão.

A partir da autorização do governo, o Grupo Libra apresentou o cronograma dos investimentos previstos no cais santista. Após análise, o material foi aprovado pela pasta que comanda os portos atualmente.

Os R$ 776,3 milhões em investimentos serão divididos. A maior fatia será aplicada em obras civis, que devem custar R$ 560,9 milhões. O Grupo Libra também pretende adquirir equipamentos, que custarão R$ 130 milhões. Outros R$ 72,5 milhões serão investidos em serviços e R$ 12,9 milhões em instalações elétricas.

Para viabilizar esses investimentos, será necessário recorrer à debêntures, que devem captar R$ 400 milhões.

Intervenções

O plano prevê a unificação dos três contratos de arrendamento que a empresa explora no cais santista – o dos terminais T-33, T-35 e T-37. Assim, a Libra está autorizada a integrar as três áreas, que hoje operam separadamente, e construir um novo cais.

Atualmente, a capacidade de movimentação de cargas do terminal é de 900 mil TEU (unidade que equivale a um contêiner de 20 pés) ao ano. Com a nova configuração, a empresa espera elevar essa movimentação para 1,8 milhão de TEU.

Esse crescimento ocorrerá com a unificação das três áreas, que hoje estão dividas e cortadas pela linha férrea que atende a empresa e as instalações de grãos no Corredor de Exportação (ao lado do T-37). Os ramais ferroviários serão retirados com as obras do novo trecho da Avenida Perimetral da Margem Direita (Santos), na Ponta da Praia, cujas intervenções deverão ter início nos próximos meses.

Essa nova disposição possibilitará que o cais do terminal passe dos atuais 1.085 metros para os 1.312 metros, ampliando o local onde os navios podem ficar atracados. A área total do terminal unificado passará a ser de 200 mil metros quadrados.

Dívida

A negociação da dívida que é atribuída à Libra Terminais deve ser concluída em março de 2018, quando completará dois anos da desistência de ações judiciais sobre o assunto. Este é o pontapé inicial dos trabalhos, que são de responsabilidade do Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá. O órgão irá definir os valores a serem pagos pela operadora portuária à Docas.

A disputa se arrasta desde 1998. Ela começou logo após o arrendamento da área do Terminal 35, na Ponta da Praia, quando a Libra contestou as faturas da Docas. A alegação era de que a área recebida era menor do que a prevista no edital. Além disso, a linha férrea não havia sido removida do meio do terreno e faltava profundidade nos berços de atracação.

Calculado o valor do passivo, a operadora portuária terá o prazo máximo de cinco anos para quitá-lo.

A arbitragem é uma forma alternativa, prevista em lei, para acabar com conflitos sem utilizar o Poder Judiciário. A sentença arbitral tem o mesmo efeito da convencional, mas o processo é considerado mais rápido, levando até dois anos.

Fonte: Tribuna online/FERNANDA BALBINO

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Tecon Rio Grande entrará com pedido para expansão de cais

Já se preparando para a perspectiva de atuar com navios de maiores dimensões, o Terminal de Contêineres (Tecon) Rio Grande encaminhará neste ano para o Ministério dos Transportes e para a Superintendência do Porto do Rio Grande (Suprg) o pedido para autorizarem o aumento do seu cais, que hoje tem 900 metros, divididos em três berços de 300 metros. A ideia é que cada um deles passe a ter 400 metros, somando 1,2 mil metros.

O diretor-presidente da companhia, Paulo Bertinetti, estima que seja possível concluir essa inciativa ao final de 2020. O executivo prefere não projetar um número quanto ao investimento necessário para executar a obra, mas adianta que é algo elevado. Além dessa ação, também para operar com embarcações de maior porte, a empresa espera para o começo deste ano a chegada de três guindastes STS (Ship to Shore Container Crane) e oito RTGs (Rubber Tyre Gantry Crane – guindaste de pórtico sobre pneus). A compra, de US$ 40 milhões, foi realizada com a ZPMC.

Bertinetti lembra que, em um espaço de 20 anos, o transporte de contêineres, que era feito por navios de 170 metros, passou a ser realizado por embarcações de 334 metros. O dirigente projeta que, no Brasil, nos próximos cinco a dez anos, deve haver uma estabilização e a maioria das operações deverá ser feita por embarcações de 334 metros a 368 metros. Nesse sentido, o diretor técnico do porto do Rio Grande, Darci Tartari, recorda que, no ano passado, foram realizadas simulações com práticos, técnicos e Marinha para analisar a viabilidade de manobrar com segurança navios maiores.

O diretor enfatiza que é importante definir o tamanho da embarcação que o porto pode acolher, porque os armadores planejam suas escalas levando em conta a capacidade portuária. Uma ordem de serviço que será publicada em breve indicará que o porto rio-grandino, dependendo das condições de vento e da corrente marítima, poderá atuar com navios de até 368 metros de comprimento (considerada uma embarcação de maior envergadura, usada fundamentalmente para a movimentação de contêineres). “No momento que há embarcações desse porte usando o porto, cria-se a condição de Rio Grande ser um concentrador de contêineres”, argumenta Tartari. Assim, o complexo gaúcho poderá receber essas cargas e transferi-las para navios menores, que alimentarão outros portos na área de influência de Rio Grande como, por exemplo, os portos do Cone Sul.

O diretor-presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, considera 368 metros um patamar satisfatório para se trabalhar. “Rio Grande não pode operar com menos do que isso, pensar menos do que isso é cair na mediocridade”, considera. O dirigente salienta que os armadores estão se associando e pensando em escala, usando embarcações de maior porte, que podem transportar mais cargas e diminuir custos.

Agentes portuários reclamam da centralização das decisões em Brasília

O fato de as definições mais importantes envolvendo os portos brasileiros terem que necessariamente passar pelo governo federal, particularmente pelo Ministério dos Transportes, desagrada os empreendedores do setor. Além disso, outra queixa é quanto à burocracia e impedimentos legais para a realização de investimentos.
O diretor-presidente da ABTP, Wilen Manteli, almeja que seja adotado o pragmatismo dentro das políticas portuárias. O dirigente reforça que o investidor precisa ter segurança quanto ao cumprimento de contratos. Manteli afirma ainda que é preciso envolver os estados no desenvolvimento das ações nos portos. A centralização em Brasília, conforme o dirigente, gera mais burocracia e demora nas decisões.

De acordo com o integrante da ABTP, a simples mudança em algumas normas infralegais ajudaria o segmento. Manteli diz que, se forem revogados um dispositivo do Decreto nº 8.033, de 2013, e a Portaria nº 110, também de 2013, da Secretaria Especial dos Portos (SEP), que proíbem a expansão de terminais privados, seriam destravados investimentos superiores a R$ 2 bilhões. O dirigente atribui a imposição de normas como essas a questões ideológicas, ignorância e prepotência do regulador. “O mau burocrata adora dizer não, e ele se sente com autoridade com isso”, critica.

O diretor técnico do porto do Rio Grande, Darci Tartari, concorda que o setor portuário no Brasil tem muito ainda a melhorar, principalmente na sua instrumentação legal. “Ao concentrar as definições em um único ponto (Ministério dos Transportes), é compreensível que o volume de decisões a serem tomadas cause um congestionamento, talvez tenhamos que pensar em um modelo que dê mais autonomia às administrações regionais”, defende. Tartari sustenta que o ideal é ter mais flexibilidade para que os processos de arrendamento de áreas portuárias sejam mais ágeis, para os empreendimentos serem materializados rapidamente.

O representante do porto do Rio Grande revela que já ouviu diretores da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) informando que o governo federal estaria estudando aprimorar a legislação. Tartari destaca que os investimentos portuários são vultosos e de longo prazo, por isso é essencial a participação da iniciativa privada. O diretor reitera que a operação no porto precisa ser feita por empreendedores privados, e a fiscalização e o planejamento devem ficar a cargo da autoridade portuária.
O diretor-presidente do Tecon Rio Grande, Paulo Bertinetti, acrescenta que a política nacional de portos tem que ser acelerada. O executivo julga a legislação complexa demais, com regulamentações excessivas. “É preciso modernizar isso”, ressalta. Bertinetti comenta que, muitas vezes, ao invés do governo fazer investimentos corretos, adota critérios políticos para encaminhar as verbas.

Fonte: Jornal do Comercio(POA)/Jefferson Klein

170109-dragagem-porto-de-santos-eel

Ministério rescinde contrato de dragagem do Porto de Santos com a EEL

O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (MTPAC) rescindiu o contrato firmado com a EEL Infraestruturas para a dragagem do Porto de Santos. Agora, a pasta analisa a documentação da Van Oord Operações Marítimas, que aceitou assumir o serviço. A empresa holandesa se comprometeu a executar a obra pelo preço cobrado pela primeira firma, vencedora da licitação promovida pela extinta Secretaria de Portos (SEP), há um ano e meio.

O contrato para a dragagem do cais santista foi assinado pelo Governo com a EEL em abril do ano passado. Mas o início do serviço dependia da ordem de serviço, que só seria emitida após a EEL apresentar as garantias financeiras exigidas no edital de licitação – um seguro no valor de 10% do contrato.

Após três tentativas da empresa de apresentar essa garantia, a pasta decidiu rescindir o contrato. A decisão foi tomada pois a MTPAC não aceitou a documentação apresentada pela EEL. A medida foi anunciada em outubro do ano passado e concretizada nos últimos dias de 2016.

A Van Oord foi a segunda colocada no processo licitatório promovido pela extinta SEP. A empresa holandesa cobrou R$ 373,9 milhões pela obra, quase R$ 5 milhões a mais do que a primeira colocada, a EEL Infraestruturas.

De acordo com o MTPAC, a Van Oord recebeu um prazo de dois dias para demonstrar interesse na obra. Ela aceitou e reduziu seu preço para R$ 369 milhões. Em seguida, apresentou documentos que atestam a capacidade de execução da obra, assim como planilhas financeiras. Agora, a pasta federal analisa esse material e, se aprová-lo, convocará a firma para assinar o contrato.

A empresa já executou a dragagem do Porto, através de contratos firmados com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a Autoridade Portuária.

Obras

O projeto de dragagem licitado pelo Governo Federal prevê o aprofundamento do canal de navegação e das bacias de acesso aos berços de atracação do Porto, dos atuais 15 metros, em média, para 15,4 e 15,7 metros pelos próximos três anos. Alguns trechos da via marítima também serão alargados. Já os locais de atracação terão uma nova fundura, de 7,6 a 15,7 metros.

Procurada, a EEL Infraestrutura informou que não foi comunicada sobre “qualquer rescisão do nosso contrato”. Ainda confirmou que apresentou a garantia necessária “em estrito cumprimento ao referido contrato e à Lei, demonstrando a sua plena capacidade técnica, econômica e financeira”.

Por fim, destacou que, se seus interesses forem prejudicados, “irá buscar o Judiciário para se defender até às últimas instâncias”.

Fonte: Tribuna online

170109-libra-terminais

Projeto no Porto de Santos para emissão de debêntures é aprovado

O Ministério dos Transportes aprovou o projeto Libra Terminais Santos como prioritário para emissão de papéis com incentivo fiscal.

De acordo com a portaria, o projeto traz um total de R$ 776,3 milhões em investimentos, dos quais R$ 400 milhões devem ser captados por debêntures.

O objetivo é aumentar a capacidade e produtividade das operações de contêineres na região de Santos (SP), com a readequação dos terminais nas regiões do Macuco e da Ponta da Praia, a integração e expansão física das instalações de cais e de retroárea primária e da modernização do parque de equipamentos.

Além disso, o empreendimento quer reduzir trâmites documentais e aumentar a segurança das instalações e das cargas.

Fonte: Estadão Conteúdo

170104-balanca-comercial

Importação recua 20% e balança bate recorde

A balança comercial brasileira teve o maior superávit da história em 2016, ao fechar o ano com um saldo positivo de US$ 47,692 bilhões. O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) projeta que o resultado de 2017 deve “ficar no mesmo patamar, com aumento nas exportações e nas importações”, de acordo com o secretário de Comércio Exterior, Abrão Neto.

O resultado do último ano se deve a US$ 185,244 bilhões em exportações e US$$ 137,552 bilhões em importações. Assim o desempenho histórico da balança comercial em 2016 se deve a uma queda menor nas exportações do que nas importações. Na comparação entre os dois últimos anos, as exportações caíram 3,5% na média diária enquanto as importações recuaram 20,1%.

Embora o superávit seja importante para as contas externas, a queda das exportações e importações, ressaltam analistas, fez encolher, pelo terceiro ano consecutivo, a corrente de comércio. Os embarques e desembarques brasileiros em 2016 somaram US$ 322,79 bilhões, a pior corrente de comércio desde 2009, quando esse resultado foi de US$ 280,72 bilhões.

A corrente de comércio, explica Rafael Bistafa, economista da Rosenberg & Associados, é importante indicador do dinamismo do comércio e da economia doméstica. A expectativa para este ano é de início de recuperação desse resultado. O superávit de US$ 47,69 bilhões de 2016, diz ele, veio dentro da expectativa da consultoria.

Para este ano, afirma Bistafa, as projeções da consultoria indicam saldo positivo de US$ 40 bilhões, com alta de 7,5% nas importações e de 3% nas exportações. As estimativas levam em conta um crescimento de 1% do PIB e dólar a R$ 3,50 ao fim deste ano. Realizando­se as projeções, diz o economista, teremos em 2017 o primeiro ano com elevação de exportações desde 2011 e o início da recuperação da corrente de comércio.

Para o secretário de Comércio Exterior, o superávit de 2016 foi muito positivo pela contribuição às contas externas. Segundo ele, a queda nas exportações se deve à redução de 6,2% nos preços dos produtos vendidos ao exterior pelo Brasil, já que “houve aumento das quantidades exportadas em 2,9%”.

Nas importações, afirma Abrão Neto, o comportamento é diferente. “Há queda tanto em preços ­ de 9%, que se explica por contexto internacional ­ quanto na quantidade, de 12,2%, que se explica em parte por conta da desaceleração da economia”. A conta­petróleo teve resultado positivo pela primeira vez em duas décadas e foi crucial para engordar o superávit recorde da balança em 2016. A conta­petróleo considera apenas as exportações e importações do hidrocarboneto e seus derivados. O comércio desses produtos terminou 2015 com superávit de US$ 410 milhões para o Brasil. A queda de 43,1% na importação de combustíveis e lubrificantes puxou a melhoria da conta.

Segundo Abrão Neto, também houve redução na exportação de petróleo em bruto, mas em ritmo bem inferior (­14,8%). “O saldo positivo se explica primeiro pela redução no preço do petróleo, o menor desde 2004. O Brasil é importador líquido de petróleo e derivados e portanto redução de preços influencia de forma mais significativa o lado das importações.”

Além disso, houve um “aumento na quantidade das exportações de petróleo, decorrente, entre outros fatores, do aumento da produção brasileira”, disse o secretário. A atividade econômica em queda no Brasil também contribuiu para diminuir a importações desses produtos. “O superávit de 2016 é conjuntural e não estrutural [da conta­petróleo]. Apesar dos aumentos consecutivos de produção de petróleo, a tendência é que, no curto e médio prazos, o Brasil continue sendo importador líquido de petróleo e derivados.”

Para 2017, o ministério projeta desempenho semelhante a 2016, mas não estabeleceu um número preciso. Esse movimento deve ser o resultado de um crescimento tanto nas importações quanto nas exportações, disse o secretário. Ele listou uma série de eventos que influenciarão esse resultado.

O aumento da safra de grãos será determinante, disse ele, embora os preço sejam um fator de incerteza por conta da expectativa de alta na produção mundial de soja e milho. “Há também uma expectativa de melhora dos preços das commodities minerais. Teve aumento nos últimos três meses do preço de petróleo e nos últimos quatro meses do minério doe ferro. Essa melhora influencia nas exportações e importações”, apontou. Além disso, Abrão Neto apontou expectativa de crescimento da economia e comércio mundial em patamares superiores a 2016, embora ainda de forma lenta.

As importações também devem ser impactadas pela “retomada do crescimento da economia”, o que leva a uma alta nos desembarques. Já a taxa de câmbio, avaliou, deve permanecer no mesmo nível de 2016.

(Fonte: Valor Econômico/Lucas Marchesini e Daniel Rittner/Colaborou Marta Watanabe, de São Paulo)

170103-setor-portuario

Autorizações do governo atraem R$ 12 bi ao setor portuário

Mais de R$ 12 bilhões em investimentos privados foram autorizados pelo Governo Federal em 2016. O valor se refere às 57 autorizações para a implantação de Terminais de Uso Privado (TUPs) e Estações de Transbordo de Cargas (ETCs) em todo o País. A informação é do diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Adalberto Tokarski.

“Há, sim, o investimento depois da nova lei. Foram autorizados esses (os 57 TUPs e ETCs) e tem mais de 62 processos de outorga na Antaq e no MTPAC (Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil)”, destacou o executivo.

Entre os TUPs e ETCs autorizados, 51 já tiveram o contrato assinado. Essas instalações estão, em maioria, localizadas nas regiões norte e nordeste do País.

Para ele, existe a possibilidade de que esses processos de autorização sejam mais céleres e, consequentemente, atraiam mais investimentos privados.

“A minha esperança é que na revisão no marco infralegal, coordenado pelo MTPAC, é que venha menos burocrático e a gente consiga soltar mais rápido”, afirmou ele.

Além disso, o diretor-geral da agência reguladora aponta a análise de 30 processos de renovação antecipada de contrato. Essa é uma das bandeiras de entidades que representam terminais portuários. Cerca de 20 pedidos de instalações que estão com prazos de arrendamento por vencer ainda aguardam um parecer do governo.

Nessas avaliações, de acordo com o Tokarski, já foram liberados mais R$ 12,2 bilhões em investimentos da iniciativa privada. Os aportes servem como contrapartida para que o governo prorrogue o prazo de arrendamento das instalações portuárias. “Há duas áreas que a Antaq atuou forte que foram reequilíbrios de contratos e novos TUPs”.

“O IDA se tornou uma ferramenta importante porque estimulou os portos olharem mais de perto para a questão ambiental. Nós temos 37 itens que são analisados e dentre os quais nove ou dez são índices de gestão também. Há um indicador”, destacou o executivo.

Fonte: Tribuna online

170104-navio-de-contineres

Com importações fracas, superavit é o maior da história em 2016

Com as importações caindo quase cinco vezes mais que as exportações em relação a 2015, a balança comercial do ano passado foi positiva em US$ 47,7 bilhões, o maior superavit da história.

Como reflexo da crise em 2016, tanto as compras de outros países quanto as vendas externas foram as menores desde 2009, mostram dados divulgados nesta segunda (2) pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

O resultado positivo recorde foi possível porque, enquanto as exportações recuaram 3,5% em relação a 2015, as importações sofreram ainda mais e caíram 20,1% na mesma comparação.

Quando se olha a corrente de comércio (formada pelas exportações mais importações), o dado é o menor em sete anos e representa uma queda de 33% na comparação com 2011, quando o número foi o maior da história.

“Esse é um superavit negativo”, disse José Augusto de Castro, presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil).

“O que gera atividade econômica para o setor é a corrente de comércio, e ela reflete um momento muito ruim para o comércio exterior.”

Ele lembrou que, no caso das exportações, o resultado de 2016 foi afetado principalmente pela queda de 6,2% ante 2015 nos preços dos produtos. Ao analisar as quantidades, houve aumento de 2,9% na mesma comparação.

“Dos principais produtos da pauta exportadora, só o açúcar em bruto teve alta no preço. Todos os outros produtos tiveram queda”, observou Abrão Neto, secretário de Comércio Exterior do ministério.

Já no caso das importações, há queda tanto nos preços, que caíram 9% ante 2015, quanto na quantidade, que se reduziu em 12,2%.

As importações de bens de capital (máquinas e equipamentos), por exemplo, que sinalizam o interesse das empresas em investir, somaram US$ 18,35 bilhões em 2016, queda de 21,5% ante 2015.

Já as compras de bens intermediários (insumos para elaboração de produtos) de outros países somaram US$ 84,94 bilhões, redução de 14,9% em relação a 2015.

DEZEMBRO

O ministério também informou nesta segunda que, tomando somente os dados do mês passado, as importações cresceram pela primeira vez na comparação com o mesmo mês do ano anterior desde setembro de 2014.

O aumento nas compras de outros países foi de 9,3%, mas não pode ser considerado um sintoma de recuperação da economia, disse Neto.

“Esse aumento se explica por uma base de comparação muito baixa em dezembro de 2015, quando houve uma redução muito forte nas importações de petróleo”, explicou.

Com esse resultado, no mês passado o superavit foi menor do que o registrado em novembro (queda de 7,2%) e do que o resultado positivo de dezembro de 2015 (um redução de quase 30%).

A expectativa do ministério é que neste ano as importações voltarão a crescer de forma consistente, assim como as exportações.

“No ano passado, a redução geral das importações foi de 20%, mas se concentrou no primeiro e no segundo trimestres”, afirmou Neto. No terceiro e no quarto trimestre do ano, a queda das importações ocorreu em ritmo menor —as reduções foram de 13,2% e 6,1%, respectivamente.

O ministério não divulga projeções, mas o Banco Central espera aumento de cerca de US$ 10 bilhões tanto nas exportações quanto nas importações para 2017.

Fonte: Folha de São Paulo/MAELI PRADO DE BRASÍLIA