De acordo com o Ministério da Economia, não houve tempo ainda para ter qualquer efeito direto do conflito nas importações e exportações brasileiras.
Lorenna Rodrigues, do Estadão Conteúdo.
Os dados do comércio exterior brasileiro divulgados nesta quinta-feira (3) pelo Ministério da Economia ainda não refletem possíveis impactos da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
O subsecretário de Inteligência e Estatística da Secretária de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, explicou que as importações do país chegam ao Brasil em cerca de 20 dias e, portanto, os bens internalizados em fevereiro foram embarcados antes do conflito.
Também a exportação, que é contabilizada aqui ao deixar o país, demora para chegar até o leste europeu e ainda não reflete a instabilidade na região.
“Não houve tempo ainda para ter qualquer efeito direto do conflito nas importações brasileiras”, afirmou Brandão.
Em entrevista coletiva, ele evitou fazer previsões de como o comércio exterior brasileiro será impactado pela guerra. “Incertezas ainda são muito grandes. Temos que esperar mais um pouco antes de ter certeza de como isso vai se desenrolar”, disse.
De acordo com a SECEX, a balança comercial brasileira fechou o mês de fevereiro com superávit de US$ 4,05 bilhões, houve aumento nas compras de todas as categorias econômicas. As exportações brasileiras apresentaram o último recorde para esse mês, aumento de ⬆️39,9% em comparação com o mesmo período em 2021 e aumento de ⬆️16% em relação a janeiro passado. Já as importações apresentaram acréscimo de ⬆️29,7% comparado com fevereiro/2021 e, com janeiro/2022, diminuição de ⬇️5%.
O saldo da balança comercial brasileira, em fevereiro, foi superavitário, em ⬆️120,5% com relação a fevereiro/2021, e em ⬆️3510% comparado com o mês anterior (janeiro/2022).
Em fevereiro, Goiás subiu para o 8º lugar no ranking de Estados exportadores, alcançando 3,5% do total das exportações brasileiras. As exportações goianas tiveram acréscimo de ⬆️111,3% com relação a fevereiro/2021 e aumento de ⬆️5% comparadas com o mês anterior.
Os principais produtos exportados por Goiás foram: Soja, mesmo triturada, exceto para semeadura (NCM – 1201.90.00), que no mês de novembro teve um aumento de ⬆️381% quando comparado ao mesmo período do ano passado e de ⬆️76% em relação ao mês anterior, Carnes desossadas de bovino, congeladas (NCM – 0202.30.00), e Ferro-níquel (NCM – 7202.60.00). O país de destaque em novembro foi a Espanha, que intensificou sua aquisição de Outros couros e peles de bovinos (incluindo os búfalos), no estado úmido (NCM – 4104.19.40), passando da 20ª para a 2ª posição no ranking de países que importam de Goiás.
As importações goianas representaram 2,2% do total do País, subindo para 11° lugar no ranking de Estados importadores. Houve decréscimo de ⬇️10,8% com relação ao mês de fevereiro/2021 e, em comparação com janeiro/2022, teve decréscimo de ⬇️24%. Os principais produtos importados por Goiás foram: Outros cloretos de potássio (NCM – 3104.20.90), Outros produtos imunológicos, apresentados em doses ou acondicionados para venda a retalho (NCM – 3002.15.90) e Ureia, mesmo em solução aquosa, com teor de nitrogênio (azoto) superior a 45 %, em peso, calculado sobre o produto anidro no estado seco (NCM – 3102.10.10).
O saldo comercial goiano em fevereiro teve superávit de ⬆️542,5% com relação a fevereiro de 2021 e, comparado com janeiro/2022, um acréscimo de ⬆️78%.