Brasil é principal destino de capital chinês entre emergentes

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O Brasil é a primeira destinação de aquisições de empresas pela China em economias emergentes e a terceira globalmente, neste ano, revela levantamento da consultoria de dados financeiros Dealogic, de Londres, para o Valor. Seis transações por parte dos chineses no Brasil totalizaram US$ 11,9 bilhões entre 1º de janeiro e 18 de novembro, mais do dobro da soma de dez operações realizadas em todo o ano passado no país.

As aquisições dos chineses no Brasil só são superadas pelas compras de companhias nos EUA (US$ 60,6 bilhões) e Suíça (US$ 48,8 bilhões), mas ficam acima dos negócios efetuados na Alemanha, principal economia europeia.
O Brasil atraiu 22,7% do volume de transações de US$ 52,4 bilhões efetuadas pelos chineses nos mercados emergentes neste ano. Quase tudo, cerca de US$ 10 bilhões, foi destinado a aquisições em “energia e serviços públicos” no país. Aparece em seguida o setor químico, US$ 1,7 bilhão.

O total de compras por empresas chineses na economia brasileira chega a US$ 39,6 bilhões entre 2010-2016. O movimento neste ano é significativo, porque Pequim passou a investir mais nos mercados desenvolvidos do que nos emergentes.

A Dealogic mostra que o total de fusões e aquisições chinesas no exterior já bate recorde este ano, com US$ 208,9 bilhões, um grande salto em relação a 2015. O volume está em linha com o plano anunciado pelo primeiro-ministro Li Keqiang, que prevê US$ 1 trilhão em investimentos diretos externos em cinco anos, tornando o país o segundo maior investidor direto, só atrás dos EUA.

No entanto, o grupo Rhodium, dos EUA, publicou estudo estimando que as estatísticas oficiais de investimentos chineses no exterior devem ser de duas a quatro vezes inferiores ao volume real.

Para o banco UBS, a recente hostilidade sinalizada pelo presidente eleito dos EUA contra estrangeiros pode frear o crescente apetite chinês por investimentos na maior economia do mundo. Recente relatório de um grupo do Congresso americano recomenda que Washington proíba a compra de companhias americanas por estatais chinesas. O protecionismo na Alemanha também bloqueou transações dos chineses. O governo alemão considerou que a China procurava acesso sobretudo a empresas de alta tecnologia, em detrimento da segurança nacional.

No entanto, o UBS aponta uma redução na parte dos investimentos externos feitos por companhias estatais chinesas, enquanto as privadas aumentaram negócios no exterior para se expandirem mais rapidamente também em novos setores, como turismo.

O governo brasileiro procura atrair mais capital chinês para os bilionários projetos de infraestrutura. Pequim diz ter interesse, o que pode significar aumento no fluxo de investimento externo direto para o Brasil nos próximos anos.

Fonte: Valor

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