Navios de contêineres ficam presos no Porto de Santos por falta de profundidade

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Dois navios que estão atracados no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, não conseguiram deixar o terminal como estava previsto pela praticagem. Segundo o Brasil Terminal Portuário (BTP), onde as embarcações estão atracadas, os navios não conseguem sair do local por falta de profundidade no canal santista. Uma nova tentativa está prevista para a tarde desta sexta-feira (30).
O navio de contêineres Maersk Laguna veio de Paranaguá e atracou no Porto de Santos, na última quarta-feira (28). Ele chegou com 2812 contêineres, embarcou 1156 contêineres para exportação e descarregou 427, ficando com 3.541 contêineres a bordo. A previsão era que o navio deixasse o Porto de Santos nesta quinta-feira (29), por volta das 17h, com destino a África do Sul.
Porém, a Praticagem de Santos informou à BTP que o navio não poderia deixar o terminal por conta do calado que teria atingido os 14,20 metros, que fica além do limite de profundidade do trecho 1. A Praticagem diz que o limite é de 13,70 metros. Já Codesp fala que o trecho tem 14,50 metros. Os práticos não quiseram fazer a manobra por conta dos riscos que a atividade pode oferecer à embarcação.
“Não poderia sair o Porto porque tinha 4 centímetros a mais do que permitido, segundo a praticagem. Não podemos fazer nada. Temos que deixar o navio no cais. Os navios que estão lá fora não podem entrar. Isso traz prejuízos para muita gente. Pra gente do terminal, para os armadores que tem navio parado lá fora esperando, para a prefeitura que não arrecada o ISS e, naturalmente, para os exportadores”, disse Antonio Passaro, diretor-presidente da BTP.
A Praticagem programou uma nova tentativa de retirada do navio Maersk Laguna para essa sexta-feira, às 17h, com a certeza de que as condições da maré irão melhorar. Caso essa alternativa fracasse, a opção seria retirar contêineres do navio para que a embarcação fique mais leve e consiga deixar o cais santista com menos mercadoria. O destino do Maersk Laguna são os portos da Europa.
A previsão é que o MSC Azov, que está ao lado do navio Maersk Laguna, também não consiga sair do Porto de Santos. A embarcação chegou de Itajaí (SC) com 2342 contêineres a bordo, nesta quinta-feira (29). O navio ainda está sendo carregado e a previsão é que deixe o cais às 19h. Porém, a BTP estima que, se estiver completamente cheio, a embarcação atinja os 14,20 metros de profundidade. Com isso, o navio não conseguiria sair do cais santista.
A BTP estuda se continuará carregando o navio MSC Azov ou se vai colocar apenas uma parte dos contêineres para que a embarcação possa sair do Porto e seguir em direção a Espanha, que é o seu próximo destino. Depois, outro navio da mesma linha iria retirar o restante dos contêineres.
De acordo com Passaro, esse problema vem ocorrendo em outros terminais do Porto de Santos. Para ele, isso é o resultado de uma má administração portuária. “A BTP e o Sopesp têm feito pedidos há três anos sobre a dragagem. Nesse momento, sabemos que a Libra tem o problema igual ao nosso. Precisamos de uma boa e eficiente gestão e manutenção das profundezas do Porto de Santos, o que a Codesp não tem sido capaz de fazer. A única forma de fazer isso é dar para a iniciativa privada”, afirmou ele.
Em nota, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) informou que está tomando todas as providências em relação à dragagem do trecho 1 do canal de navegação e dos berços de atracação do Porto de Santos. A empresa aguarda definição da Capitania dos Portos sobre o assunto.

G1

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